terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Comentários de apoio e desapoio


Mensagens de apoio e desapoio aos meus textos

Gostei imenso do texto. A "escola velha" tem de ser substituída, sem dúvida. Lembro-me de andar no preparatório, onde tive professores que se mantiveram com a minha turma durante vários anos e ficar perplexo pelo facto de não terem mudado em nada, o que é um erro terrível quando se dá aulas a alunos de uma faixa etária que está em mudança permanente. As aulas eram simples: o professor dava trabalho, o aluno cumpria. Se engolisse e estudasse, tinha bons resultados. No entanto, o que aprendia na sala estava no papel e não saía do papel. O maior problema do sistema de ensino (visto pela perspectiva de um ex-aluno) é que não ensina a pensar nem a estabelecer uma relação entre o que se aprende na sala e o que se passa lá fora. O modelo que o Manuel aplicou na sua sala de aula, para além de estimular os alunos a pensar por eles (e a questionar a autoridade), ensina-os a aplicar o que aprendem na sala no mundo real. A distância que existe muitas vezes entre professores e alunos numa sala de em Alunos e professores, o saber e o poder
João Capela
em 13-06-2013
Manuel, adoro o modo como descreves as tuas vivências …és tão real! Invejo o teu dom! Mas revejo-me em algumas situações… O que nos torna diferentes é a diversidade de atividades ao longo da carreira profissional. Tal como tu, também experimentei a Telescola, Apoio Educativo, Delegação Escolar, Executivo e acabei como comecei, por opção própria, com o 1º ciclo. Para estes últimos 3 anos, trazia uma vasta experiência adicional e acolhi de braços abertos o projeto curricular de escola que, por acaso, era muito semelhante ao que adotaste e descreves. Foi uma experiência única! Trabalhei numa forma mais direta de participação dos alunos na negociação, distribuição e controlo das atividades. Eles tinham acesso aos conteúdos programáticos, previamente “traduzidos” para uma linguagem acessível e geriam o tempo de aquisição. Mensalmente, em reunião de turma, registavam-se os pontos trabalhados na aula, cada aluno assinalava os que sabia, aqueles em que tinha dúvidas e o que deveria fazer em Alunos e professores, o saber e o poder
em 12-06-2013

em 12-06-2013
Mina Bacelar Texto lindo. Uma ode ode ao amor. A vida linda de um professor que somente queria ser professor Parabéns em Alunos e professores, o saber e o poder
em 12-06-2013
Quem sabe se não são os turcos a pedir-te um lugarzinho num sofá aí por casa. em Os leitores do mês de Maio
em 11-06-2013
Manel Que veia poética tão latina. camões herói de um povo? Temos de discutir esse assunto. De qualquer modo, gostei. em A Camões e aos poetas
em 11-06-2013
Zita Amorim Manuel, ri, ri, ri e recordei(com emoção) a minha própria vivência como professora da Telescola. As aulas de francês...que saudades!!!!! em A Observação
em 11-06-2013
Maria Leiria Entendo de onde veio ao Manuel o gosto pela escrita e pela comunicação. Teve um bom mestre! em O LIVRO - POR SOAJO
em 10-06-2013
Ermelinda Júlia Sabia que teu pai gostava de escrever, mas nunca tinha lido nada dele. Bela surpresa. Felicito teu gesto. em O LIVRO - POR SOAJO
em 10-06-2013
Mata Cabril Lindo texto, sábias palavras, eu também fui pastor de CABIRTOS ( termos de Lindoso). em O LIVRO - POR SOAJO
em 10-06-2013
Gloria F. Uma historia muito parecida com a que meu pai contava. Tempos duros, mas penso que felizes. Obrigada , gostei muito de ler! em O LIVRO - POR SOAJO
em 10-06-2013
Maria Leiria Gostava de outro final: o Senhor Lobo e a Avozinha a dançarem juntos um "slow" , mão na mão. Gostava de um final romântico. Mereciam ambos. Ora invente lá um final mais feliz! em História tradicional de Natal
em 10-06-2013
Este comentário foi removido pelo autor. em História tradicional de Natal
em 10-06-2013
Eu poderia dizer-te que sou israelita ou turca. Não é verdade. A verdade é que tens, como leitores (ou simples espreitadores) gentes de vários cantos do mundo. E...isso é bom. Ana (a refilona :O) em Os leitores do mês de Maio
Anónimo
em 07-06-2013
Gosto. Muito. Não precisas dos meus parabéns, mas dou-tos mesmo assim. Ana (a refilona :O) em A Camões e aos poetas
Anónimo
em 07-06-2013
LENTAMENTE...LENTAMENTE ESTE PAÍS TE CHAMA O MESMO QUE TE MATA LENTAMENTE TODOS OS DIAS E TE MENTE MAS NÃO DESISTAS E CONTINUA QUE EU GOSTEI DESTE POEMA E ACHEI QUE ERAS POETA. Ana. em A Camões e aos poetas
em 04-06-2013
O poema é seu ? Acho que é, o Manuel gosta de incorporar palavras de outros petas e reconheço aqui Saramago, Sophia, Torga . Gosto mesmo muito! Fo das melhore coisas suas que li até agora. Nada a dizer de...correções, tudo a avo! Parabéns. Mi em A Camões e aos poetas
em 03-06-2013
Maria Leiria Este poema é bem bonito! Já o lera, gostei de reler! Mas agora a geada foi-se! em A geada dos cabelos
em 03-06-2013
Gostei muito. É bom conseguir expressar assim as nossas memórias. em A minha primeira mota
em 21-05-2013
Maria Leiria Gosto do modo como o Manuel preza as suas amizades! em Um abraço para a Sameiro
Anónimo
em 09-05-2013
Antes de mais, deixa-me agradecer pela recordação que a imagem das tuas palavras me trouxe. Pois eu era um aluno do turno da manhã que experimentou o teu duplicador de gelatina em casa devido à competência dos teus alunos, que me deram a receita. Aproveito para dizer que desejei imenso pertencer aquela turma ou pelo menos ter o professor da tarde, tal era o sucesso dos teus métodos pedagógicos. O facto da televisão numa aldeia onde não existia luz também fascinava qualquer criança, ainda que em minha casa havia televisão a bateria que só se ligava em dias de festas. Ainda tenho memórias da figura do inspector que descreves. Quanto à tua metodologia vem de encontro ao livro "A arte de tornar-se inútil" de Ricardo Vargas. É uma boa forma de desenvolver responsabilidade e competências. Muitos parabéns pela arte de transformares as palavras em imagens magnificas que encantam qualquer leitor e fazem reviver o passado com alguma saudade. Um grande abraço, Paulo Rodas em A Observação
Anónimo
em 16-04-2013
Mas, como diz Luis Peixoto: Criança em Ruínas: na hora de pôr a mesa, éramos cinco: o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs e eu. depois, a minha irmã mais velha casou-se. depois, a minha irmã mais nova casou-se. depois, o meu pai morreu. hoje, na hora de pôr a mesa, somos cinco, menos a minha irmã mais velha que está na casa dela, menos a minha irmã mais nova que está na casa dela, menos o meu pai, menos a minha mãe viúva. cada um deles é um lugar vazio nesta mesa onde como sozinho. mas irão estar sempre aqui. na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco. enquanto um de nós estiver vivo, seremos sempre cinco. em
em 12-02-2013
Mas tu continuas a viver...aproveita! em
Ilda Grisantes
em 10-02-2013
Ser professor não é, de facto, para todos. Ou, pelo menos, não devia ser. Quanto a ti, caro Manuel, o pouco tempo que trabalhámos na mesma equipa deu para perceber que estavas na profissão certa. A tua maneira de ser, alegre, otimista, bom comunicador, brincalhão mas profissional,capaz de descer aos alunos para melhor os motivar, entusiasta, voluntarista, inovador, faz com que arrastes os teus pupilos para o sucesso. Com empatia tudo se torna mais fácil e tu consegues fazer um amigo de cada aluno. As historietas que aqui revives são também a prova do teu entusiasmo e dedicação a uma causa por vezes tão mal tratada, sobretudo pelos governantes deste país. É bom ter tido colegas como tu. Um grande abraço, amigo, e nunca percas o entusiasmo que te carateriza.enarix em A Observação
em 09-02-2013
Era assim. E ainda mais umas caminhadas por montes e estradas não alcatroadas, e escolas sem água canalizada com poços que atraiam os meninos para o perigo, e salas de aula onde as mães eram aos fins de semana as empregadas de limpeza... Mas uma indomável vontade e tambem uma enorme ingenuidade nos alimentava. Ingenuidade, é a palavra que está subjacente ao teu texo. Ingenuidade e humildade que foram no teu caso (não o será em todos) a génese do sucesso na profissão que escolheste. Ou terás sido tu o escolhido? em A Observação
Zé Marques
em 06-02-2013
Maria Branco Estes banhos, fazem-me lembrar os meus. Que barbaridade!!!!!! a água gelada, quase de madrugada, e, nós, com aquela combinção, a nos comportarmos... algumas vezes, com uma certa má « criação» pudera!!!!!! Parabéns, gosto imenso de ler as suas públicações. em Os banhos
em 03-02-2013
Parabéns ! Gostei deste poema e escreves bem...fazes minhas as palavras que gostaria de saber escrever.Só mudaria a cor.do mar...para cor Verde Água!! Continua a escrever... Ilda Silva em Ó mar
Ilda Grisantes
em 03-02-2013
Alice Fernandes Interessante mesmo, obrigada Rodas e essa dos 100 contos do povo de Cunhas nâo sei se os chegaram a dar, Adrâo depositou 125, no inicio dos anos 60 em nome dos serviços florestais,, houve homens em Adrâo que jà deram naquela altura 5 contos . em 6-2-1966, in A VANGUARDA
Anónimo
em 02-02-2013
Mata Cabril Amigo Rodas, é um prazer ler e estudar a sua brilhante informação. Acresce informar que o ano de 1966, foi um bom ano para Portugal: 1º Os MAGRIÇOS ficaram em 3º Lugar no campeonato do Mundo de futebol em terras de SUA MAJESTADE . 2º No dia 6 de Agosto, foi inaugurada a travessia sobre o Tejo, entre Alcântara ( Lisboa) e o Cristo Rei (Almada). eu vi o sorriso MIFISTOFELICO, do Homem das Galinhas, nome cuja Ponte foi baptizada. em 6-2-1966, in A VANGUARDA
Anónimo
em 02-02-2013


em 02-02-2013
VASCO DOMINGUES A lenda da D. Urraca já conhecia. Fiquei a saber que radioscopia só após 1966. Acho que a actual direcção da Casa do Povo se desfez (deitou ao lixo) da maquina a cerca de dois anos. Bom fds. em 6-2-1966, in A VANGUARDA
em 02-02-2013
Cecília Ribeiro Adorei o teu trabalho,senti-me a viver como professora que fui...não há medos quando fazemos o trabalho consciente, isso é pedagogia! em A Observação
em 02-02-2013
mais uma fantástica história. Assim que começo não mais consigo despegar até ao fim. Impôe se uma pergunta: quem é a ela que ficou a guardar a casa? abraço Paulo em Os banhos
Anónimo
em 01-02-2013
O motor era da Honda!... Obrigado pelo incentivo... em A Observação
em 30-01-2013
IG escreveu: descreveste bem o tipo de trabalho que tínhamos de fazer.. Agora imagina eu, uma lingrinhas, a pôr o gerador a funcionar..era uma aventura...Chamava-se "Pachancho??" Um dia o "Perinhas" chegou primeiro à escola que eu... À 2ª feira eu chegava tarde, pois tinha só uma camioneta que saía dos Arcos ao meio-dia. Ele chegou e percebeu que ia sempre tarde... Disse " Minha filha o que você passa!!!" Mas aguentei bem e gostei... Parabéns !!! Tens boa memória ... Continua a escrever. em A Observação
em 30-01-2013
Maria Joao Vascencelos Muitos parabens Manuel....gostei muito ...uma boa ideia. Até breve. M. João em NOTURNO de DAVID
em 30-01-2013
Maria Branco Mas, para a pessoa que conserva estas «reliquias», obrigada. Ainda me esqueci, da Maria Regis (Regina) também aqui de Vilar. em Por Soajo, in A VANGUARDA 10-10-1954
em 16-01-2013
Emilia Mateus muito interessante . eu pessoalmente conheci o Bispo Abilio da Varzea .Assistiu ao funeral da minha tia Olivia em Olelas . em Por Soajo, in A VANGUARDA 10-10-1954
em 16-01-2013
Maria Branco Neste blogue, vi 3 assuntos que gostei, O D. Abilio, que conheço pessoalmente, o baptizado de uma bébé, que mais tarde fui madrinha de casamento, e um casamento de amigos Alexandre Gomes, já falecido. Como é bom recordar. Obrigada pela publicação. em Por Soajo, in A VANGUARDA 10-10-1954
em 16-01-2013
Parabéns pelo seu dom. Continue. Sónia D em O MEU AVÔ MARUJO
Anónimo
em 10-01-2013
Alice Fernandes Adoro este jornal, faz-me pensar à nossa VOZ de SOAJO !! Obrigada pela partilha Manel. Abraço em Por Soajo 15-1-1955, in A VANGUARDA
em 10-01-2013
Esmeralda Martins Cachez li adorei..obrigado. em 27-3-1955, in A VANGUARDA
em 09-01-2013
Que terra tão avançada! Nunca em Maços, onde nasci, se poderia sonhar com outro meio de comunicação que não fosse a rádio... Gostei muito mesmo. Se recuassem 2 anos, teríamos visto aqui a notícia do teu nascimento. Parabéns ao teu avô Marujo, é? em 27-3-1955, in A VANGUARDA
Alice
em 09-01-2013
Miguel Taveira Ontem, à(s) 23:06 Muito fixe Manel. Gostei! em 27-3-1955, in A VANGUARDA
em 09-01-2013
Maria Paula T Queiroz B Pinto Ontem, à(s) 22:21 Muito interessante este diário! :) em 27-3-1955, in A VANGUARDA
em 09-01-2013
Caro Manuel Acabei de ler os seus textos sobre "A Casa" e o "Cão Porto". Tentei colocar um comentário no blog mas aqui deve ter funcionado a minha azelhice e não ficou nada. O que lá escrevi foi isto: "Acabei de ler dois belos textos seus, sobre a Casa e o Cão Porto. Admirei a sensibilidade da descrição, a subtileza dos retratos que dá do seu Pai e de sua Mãe e todo o espírito do Soajo que emana da narrativa. Continue. Dentro em pouco terá um conjunto de histórias suficiente para fazer um livro sobre a sua serra. Um abraço do LUIS L.F. em O meu cão Porto
em 30-12-2012
Obrigado, Alexandre. É muito estimulante apreciar o seu comentário. Apareça sempre! Abraço em O meu cão Porto
em 28-12-2012
Pronto, reconheço: transformou-se num hábito adquirido passar por aqui, repousar um pouco, deliciar-me com a escrita. O repouso é emotivo, dá gosto, a leitura, essa, não dispenso. Um abraço. Foi um privilégio te-lo conhecido. em O meu cão Porto
Alexandre Sousa
em 27-12-2012
Quanto a "Sorrisos" é uma narrativa na melhor tradição dos nossos contistas. A história do primeiro contacto do jovem professor primário com a população de Grade, na altura, há mais de trinta anos, certamente ainda muito agarrada às velhas tradições rurais, é muito interessante, até pelo simbolismo da introdução do râguebi, um elemento novo que vinha trazer uma mudança em relação aquilo que estavam habituados a ver. O professor nem sabia fazer balizas de futebol.. Não desista de escrever. Luís Lucena em SORRISOS
em 11-12-2012
Luís Filipe Lucena Ferreira Caro Manuel Gostei muito de ler os últimos trabalhos que me enviou, "O meu avô marujo" e "Sorrisos". Na poesia, consegue dar, de forma muito bela, a imagem do avô, que se recorda sempre com saudade, misturando habilmente os factos reais com a imaginação infantil, com momentos de, pelo menos para mim, muito boa poesia. Basta-me citar: " O meu avô Marujo tinha longas pernas/E mãos grandes, Que tapavam os olhos/Para não ver a serra dentro dele/Quando as longas pernas/Ficaram cansadas". Transcrevo apenas esta pequena amostra mas todo o poema está cheio de bons momentos, misturando habilmente a realidade (como a recordação da Guerra Civil de Espanha, muito presente numa aldeia perto da fronteira) com a fantasia (o alquimista das flores e do sonho). Gostei mesmo. Deve continuar, e publicar! em O MEU AVÔ MARUJO

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

A crise


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Sem crise não há desafios versos
sem desafios poesia
a vida é uma rotina vossa
uma lenta agonia nossa
sem crise não há mérito teu
É na crise minha
que se aflora o melhor de cada um tu


o velho está morrendo nós
e o novo ainda não pode nascer tu
uma grande variedade de flores moribundas nós

veio ele gritar
é preciso sermos humildes com a vida
alegrarmo-nos com muito
e exaltarmo-nos com o pouco

os ambiciosos querem tudo
e os humildes vivem tão longe

só as lágrimas dão as mãos

esperança?
esperança não significa uma promessa
esperança é um caminho que se rasga daqui até aí
uma possibilidade
giz na mão duma criança
um novo perigo acordar com a casa destelhada
e eu acordar sozinho
no meio do nada a acenar aos barcos que voltam

MRodas





quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Porque choras?



Vim substituir o segredo duma fechadura

Sim as fechaduras têm segredos como eu ou tu
Espero em frente a uma casa funerária, onde uma negra me olha com ar desconfiado
Irei morrer?

Uma senhora saiu com um caixão de bebé
Ainda não fui eu que morri
E tu porque choras?

Choras porque quiseste a tristeza 
a lua nos lagos sem brilho em dias de tempestade
Choras porque há duas flores em teu canteiro
e por mais que te chamem
teimas permanecer agarrada a um sonho morto

Dizes que a tua dor é a sombra duma montanha maior
e que a noite é mais pequena do que o dia que foste.
Em cada lágrima
semeias um dia de desgraça na outra face da felicidade
maldito jardim que cresce a cada flor arrancada
maldito beijo que perpetua a noite e o frio

Se subisses ao outeiro maior que há em ti
verias a foz dum rio sinuoso e verde
as praias louras e doces dum mar azul
e a luz do sol nascente anunciar 
não é tarde para os mendigos de amor como tu
... 
Queria o segredo das fechaduras que prendem as sombras em nossas grutas e depois....luz!

MRodas



terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Os deuses

Desenharam sulcos  e veias com a sombra dos cabelos  ao luar sem terem esperado que eu acordasse

Encheram sacos com ideias pedras e areias
Esbanjaram o dia e .a noite em gargalhadas funestas

Tu dormias
E eu esperava que um novo sol me abracasse
Por isso te levava a ver os pátos no lago.
Procurava os deuses nas folhas das arvores
na seiva dos olhares brandos
enquanto lhes gritava,
Esta não que ë minha filha.
Esta não

Malditos deuses
surdos
e raivosos
sem consciencia, nem moral

Morrei de vez ó deuses
Nunca mais vos inventarei
Morrei agora

MRodas

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Graças à la vida!

Obrigado vida
que tanto nos deste
e tanto nos prometeste
e feitas as contas
maiores são os dias que as noites juntas
maior é a vida que a morte

 Obrigado Teresa Rosa
que tanto nos deste
e tão cedo partiste
sem eu saber
se o orvalho são as lágrimas da rosa
ou a rosa os suspiros da luz e cristal

Pela esperança que semeaste
e alegria que deixaste
volto a cantar contigo
a uma só voz grácias à la vida
grácias à la vida!

MRodas

Viver e sobreviver

Olhar
viver
sobreviver
respirar
sentir
comunicar
ser
estar

fogo
ar
água
terra
gente
sangue
vida

MRodas









segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Região desconhecida

O Blogger avisa-me que estou a ser observado numa região desconhecida, por 14 supostas pessoas, às 10,50 h da manhã do dia 14 de janeiro do ano 2019. Ainda há muito mundo para descobrir, passados 500 e tal anos depois da globalização portuguesa.
Podem ajudar a identificar essa região desconhecida? Será na Terra ou, algures?


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Remédio para um vómito



Deixa que o amor embale o teu coração
como a brisa afaga a neve e incendeia o fogo junto ao chão
...onde ardem as flores mais belas


MRodas

sábado, 5 de janeiro de 2019

Por Soajo

Já se encontra disponível na Biblioteca Nacional o livro POR SOAJO, de José de Sousa Rodas. É um livro que reune textos sobre a vida do autor e todas as crónicas, sobre Soajo e publicadas no Jornal A VANGUARDA, de Arcos de Valdevez, entre os anos 50 e 70 do século XX Quem quiser saber a história de Soajo no Sec. XX, terá obrigatoriamente de o ler e consultar.
A publicação deste livro pela Câmara Municipal de Arcos de Valdevez, em 2018, inclui-se numa homenagem ao autor, pelo centésimo ano do seu nascimento, 1918-2018. A todos que contribuíram para esta edição, muito obrigado!
O livro encontra-se à venda na CASA DAS ARTES, em Arcos de Valdevez e para consulta na Biblioteca Nacional, em Lisboa!

BOAS LEITURAS!


domingo, 30 de dezembro de 2018

Somos todos de Miranda

Somos todos de Miranda
das ervas e das fragas aos abraços
do granito e do xisto aos pedaços

Foi nas  Mirandas da vida
que descalços aprendemos a ser homens
iguais em sonhos e forças
desiguais em venturas e fomes

Ah! Amigo Jorge
voltamos sempre a Miranda
porque Miranda é uma rede de nós e pão
onde se cruzam os caminhos da fé
nos homens presos ao chão
por saberem ser inteiros e de pé

Vamos a Miranda, amigo
vamos a Miranda cantar o galandum
um por todos todos por um

Vamos a Miranda amigos vamos a Miranda
onde se fiam e segredam os sonhos

 todos e nenhum

 MRodas

sábado, 29 de dezembro de 2018

Calamity Jame

Hoje vi a Calamity Jame
Estava sentada no mesmo bar que eu

Os mesmos cabelos louros, os mesmos olhos fulminantes
o mesmo sorriso condescendente
mas mais desgastada e curva
sob o peso dos holofotes e das palmas

Lembro me bem quando corria o palco dum lado ao outro de chicote na mão a proclamar-se contra o oportunismo e a injustiça

As botas brilhavam da lama e o ar rendia-se aos gritos de Basta!
Saudades Calamity Jame
estamos velhos e gastos das palmas e agruras do palco do mundo
mas
brilhas em meu coração como a flor de nenúfar entre as àguas paradas de melgas e sapos!

Grita Calamity Jame
grita por todos a quem roubaram o ar e apenas lhes resta as sombras
Grita por todos que ousaram gritar
Grita pelos naufragos do silêncio
caídos de borco nas vielas da tristeza

Grita Calamity Jame grita
grita sempre para termos a certeza que estamos vivos

Grita Calamity Jame
 grita sempre...

MRodas

sábado, 22 de dezembro de 2018

Natal

Estou estafado com este natal
Se o natal ė isto quero da quaresma o roxo mais intenso
a coroa de espinhos feroz na minha cabeça
que rasgue a pele e espete bem fundo na minha alma,
onde mais me dói
porque não vai doer tanto como o que agora sinto

Que o zorrague vibre em meu corpo e o sangue escorra e jorre na valeta
Se isto é o natal
quero a guerra vil e negra
quero a fome da desgraça de quem não ama
quero a raiva de quem tudo perdeu e nada tem

Se o natal é isto
eu não o mereço, nem o quero
Eu quero paz
eu quero amor
eu quero tudo a que tenho direito
ao pão
às doces palavras da ternura
ao olhar que me segue a sorrir
à inteligência de saber escutar

Eu quero despir-me de toda a raiva e dor que asperges em mim
de toda a injustiça mórbida
e chantagem fria
que semeias em meu coração

Nós merecemos um mundo melhor
e contávamos contigo para sairmos por aí a anunciá-lo
Esperávamos que tu te orgulhasses de nós
dos sonhos com que te demos banho e pão
dos patos a sorrir para nós no jardim
e do loureiro regado com mãos amorosas e floridas

Eu quis ensinar-te os perigos do caminho
queria a minha mão junto a ti para que não te magoasses
Nós tiramos o pão da nossa boca para te dar a ti
como os pais dos nossos pais fizeram eles a nós

Ensinamos-te andar, a falar, a escrever, a ler e desenhar
a bondade e a justiça
Ensinamos-te a não desistires
a ser forte e a sonhar com um mundo azul
Como podes ser assim comigo
de espadas e pedras
mão levantada em ameaças e juízos
a morder a mão que te susteve,
e te afagou os cabelos quando choravas?

Quem te virou contra mim
nossos pais e avós?
Quem? Que raiva é essa que derruba as muralhas de Sião e Babilónia
e não se compadece de nós?

O que eu esperei de nós...
Não me enganei
voltava a percorrer o mesmo caminho 
sei que todas as tempestades vieram depois dum sol radioso
Pode ser um longo inverno mas ninguém me tira a rosa que inventei para ti, contigo
Ninguém nos rouba o que vivemos
Ninguém, nem tu!

22 dez 18

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

La ruta estrellada, de Carlos Silveira

https://vimeo.com/307140971

A NÃO PERDER! UM FILME DO AMIGO CARLOS SILVEIRA.
Uma viagem sentimental por um caminho de estrelas, uma união de pedra, mar e espiritualidade, num canto celta no caminho e no mar do fim do mundo.
Antigas lendas e antigos deuses, por tantos caminhos medievais, por tantos séculos, naquele que é o nosso património comum.
A combinação das imagens e da musica com o texto faz dele uma oração à humanidade!
A NÃO PERDER! UM FILME DO AMIGO CARLOS SILVEIRA.

Filmado em Ponte Maceira, Santa Marina, Oliveiroa, Cee, Ria de CorcubiónVirxe da Barca, Finisterra, Muxia, Espanha.

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

De costas voltadas

Nasceriam flores nos sorrisos das crianças e nos abraços dos homens

Nasceriam dias de sol nas tardes tristes e a manteiga escorreria na broa a sair do forno

Fumegariam iguarias nas travessas verdes e o vinho dançaria fresco nas malgas azuis e brancas

Dançaríamos as modas desde o tempo em que não precisamos mais de caçar

Faríamos fogueiras e arraiais desde o rio até à serra, e o nosso amor ecoaria nas margens dos riachos, nos montes e ladeiras

Dormiríamos abraçados em colchões de linho e estevas frescas como os sorrisos das noivas

Tudo isso podia ser
e muito mais se não continuassemos de costas voltadas

MRodas

Boas festas

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Alemanha

Hoje a Alemanha vai à frente. Obrigado amigos!

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Sete Bicas


Eram sete as bicas, sete as sedes, sete rios e sete mares
eram sete os destinos das sete luas em várias paragens
Eram sete as mouras, sete lobos, sete virgens
que de mim se separavam noutras tantas margens

Sete pegadas de distância, sete mãos, sete abraços
sete sorrisos e sete promessas de fantasia
Eram sete os desejos de mares, grandes e baços
só satisfeitos nos teus olhos desfeitos em maresia

Para a distância dentro de ti mais sete continentes
sete vales e planícies de verde e azul se vestiam 
Meus sete corpos sete beijos de fogo ardentes
que de mim fugiam, fugiam e em ti se escondiam

MRodas