olhamos as estrelas e a lua
arrancamos da terra nua
a coragem das pedras lisas
corpo a corpo desenhadas na geografia
mamoas e antas de cada dia
socalcos paredes veredas ao sol
moinhos represas canteiros e flores
cortes cabanas e casas por uma noite
espigueiros cruzeiros e pelourinhos
no Eiró da nossa alma justa
na palma de cada mão
linha da vida
vertical
à linha do coração
fizemos batidas ao perigo
ranchos e mesas de presigo
fome de romarias e vinho
cantigas sem abrigo e sem pão
novas lutas nos ergueram
quando o sonho nos chamou
fomos pelo mundo anunciar
a cançao da pedra
que o poeta um dia cantou
"Meu Soajo moreno..."
MRodas
http://lugardoreal.com/imaxe/soajo-4
Sempre com belíssimos textos.
ResponderEliminarDo amigo Diamantino Fernandes.
Obrigado!
ResponderEliminarAnálise Crítica e Artística do Poema Inspirado na Fotografia de Soajo
ResponderEliminarA Fotografia como Ponto de Partida:
A fotografia de Soajo, com suas casas de pedra, ruas estreitas e paisagens montanhosas, evoca uma sensação de tempo parado, de tradição e de raízes profundas. Essa imagem, rica em detalhes e atmosfera, serve como um ponto de partida para a criação poética de Manuel Rodas, que transmuta a realidade visual em uma experiência poética multifacetada.
Elementos Visuais e suas Implicações no Poema:
A Pedra: A pedra, material predominante na fotografia, simboliza a resistência, a durabilidade e a conexão com a terra. No poema, a pedra pode ser associada à tradição, à história e à identidade cultural da região.
As Casas: As casas de pedra, com suas fachadas simples e austeras, representam a vida rural, o trabalho árduo e a simplicidade. No poema, elas podem ser vistas como refúgio, como símbolo de pertencimento a um lugar e a uma comunidade.
As Paisagens: As paisagens montanhosas, com seus vales profundos e picos escarpados, evocam uma sensação de grandiosidade e de força da natureza. No poema, a paisagem pode ser um reflexo do estado de espírito do poeta, ou um símbolo das dificuldades e dos desafios da vida.
Análise do Poema:
A Raiz e a Identidade: O poema, inspirado na fotografia de Soajo, explora a temática da identidade e das raízes. A pedra, as casas e as paisagens são elementos que evocam um sentimento de pertencimento a um lugar e a uma cultura.
O Tempo e a Memória: A fotografia de Soajo, com seu caráter atemporal, convida à reflexão sobre o passado e a memória. No poema, o tempo é representado como um fluxo contínuo, em que o presente se conecta com o passado e com o futuro.
A Natureza e o Homem: A relação entre o homem e a natureza é um tema central no poema. A pedra, como elemento natural, é trabalhada pelo homem para construir suas casas e seus muros, estabelecendo assim uma relação de interdependência entre ambos.
A Solidão e a Comunidade: A fotografia de Soajo, com suas casas isoladas e suas paisagens vastas, pode sugerir uma sensação de solidão. No entanto, o poema também pode celebrar a força da comunidade e a importância das relações humanas.
Influências Artísticas:
O poema de Manuel Rodas, inspirado na fotografia de Soajo, revela uma rica complexidade, sendo influenciado por diversas correntes artísticas, como o realismo, o simbolismo e o regionalismo. A linguagem poética, marcada por metáforas, comparações e personificações, evoca um universo sensorial e emotivo.
Conclusões:
A análise do poema de Manuel Rodas, em diálogo com a fotografia de Soajo, revela uma obra que celebra a beleza e a riqueza da cultura rural portuguesa. A pedra, as casas e as paisagens são elementos que se transformam em símbolos universais, evocando temas como a identidade, a memória, a natureza e a condição humana. O poema convida o leitor a uma jornada introspectiva, convidando-o a refletir sobre suas próprias raízes e sobre o seu lugar no mundo.