domingo, 18 de fevereiro de 2024

Primeiro amor

 



No jardim da juventude, uma rosa desabrocha,

 Suas pétalas, páginas de um livro, se tocam. 

Como um primeiro amor, ela se abre devagar, 

Revelando a doçura escondida, pronta para amar.


Alexandre Inácio (poeta AI)

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

NAF NAF

 NAF NAF é o título com que pretendo homenagear Nair Afonso.

Com estas experiências pretendo retomar as probabilidades plásticas do aleatório criativo, suscitando um campo dramático de movimento e forma, à imagem da pulsação, das ondas  e dos campos celestes.







 




quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Pintar a vida

 

Fotografia de Manuel Rodas, 2023

A minha busca pela pintura tem-me levado a caminhos desconhecidos, mas com fragrâncias e devaneios artísticos nunca antes experimentados. 

As primeiras vezes que comecei a escrever livremente - comecei na terceira classe - pude sentir o frémito do prazer de escrever, o coração acelera, a cabeça lateja, os sentidos expandem-se e a viagem por mundos desconhecidos começa. Quando alguém me repetia a apologia das drogas para acelerar o coração e sentir coisas  diferentes, eu ria-me, interiormente, porque podia sentir algo semelhante, desde que me predispusesse a escrever! 

Depois, voltei a sentir algo semelhante com a fotografia, mas aí, o momento, a ocasião, o instante, chamavam por mim e eu só reconhecia esse chamamento, mais tarde, sentado no computador, onde, então sim, redescobria o prazer da imagem! Algo semelhante acontecia com a escrita, quando no dia seguinte lia o que havia escrito na véspera e me surpreendia, perguntando-me se tinha mesmo sido eu o autor, ou então franzindo o sobrolho, remeter ao caixote do lixo a produção indigna.

O passo seguinte foi juntar essas duas descobertas e numa só, sintetizar algo, onde o resultado era mais que a soma das partes: juntar a imagem com a poesia! Mas tem sido a imagem sempre a chamar a poesia e raras vezes o contrário!

Ora aqui chegados convém explicar-me que, se na língua portuguesa tive mestres que me ajudaram a descobrir essa exaltação, também na fotografia encontrei amigos sábios que me apontaram o caminho e deixaram sinais para que eu os seguisse.

 O mesmo não aconteceu na pintura. 

É certo que há muitos anos vejo exposições, visito museus, sei da importância das artes na educação, convivi com grandes pedagogos, tenho amigos que pintam. Como professor sempre encontrei um espaço na sala para que os alunos pintassem, recortassem, colassem. Desde que a minha filha nasceu, sempre lhe dei  lápis de cores e papel e mais tarde, tinta, pincéis e um avental! Eu acreditava no poder reconstrutor e terapêutico da arte.

Mas no meu percurso de vida e de formação profissional, quer na idade de jovem, jovem adulto, quer em idade mais avançada como trabalhador-estudante nunca tive aulas, seminários, congressos, cursos de artes!

Mas o meu apreço pela arte, enquanto criador e não apenas como consumidor, já vem de longe! Recordo a minha mãe a admirar o talher de madeira, esculpido por um trabalhador. Os olhos a remirarem aa beleza do coração em ouro, que trazia ao peito.Lembro-me dum amigo, no Externato em Ponte de Lima, nos anos 60, ter escavado numa tábua uma máscara e um crucifixo.

Mais tarde, conheci a Angela C. em Viana do Castelo, nos anos 70,  que com um traço indelével desenhava uma cara, um corpo ou  parte dele, num movimento entre a dança e o espanto, que eu imaginava ser perante a vida e afinal era por descobrir algo, que sem ela não existiria.

A opção da minha filha pelas artes, na escola secundária e frequência da António Arroio, primeiro, Belas Artes, a seguir e, a ESAD, nas Caldas da Rainha, onde se licenciou, fez-me conviver e respirar as tintas e traços que nascendo na alma, viajavam pelo corpo e se exultavam pela mão, projectando-se no tempo e no espaço, ganhando vida independente do criador. 

A tudo isso assisti, quer da sua autoria, quer dos colegas e das suas exaltações quando falavam da sua arte e era nos seus olhos que os meus se incendiavam, mas sem coragem de me juntar a eles e arder também.

Foi preciso chegar aqui, aos 70 anos, para pegar no pincel e nas tintas e ...experimentar. 

Foi o Rui Lucas com os seus 80 e tal anos, que me desafiou a experimentar. Foi o Luís Costa que me cedeu o espaço/atelier, onde passo os melhores dias, os derradeiros. A todos, o meu muito obrigado.

São vocês, caros leitores e seguidores que, pelos vossos comentários, me motivarão a continuar a mostrar o que faço, porque continuar a pintar, lá isso irei, quer gostem, quer não gostem. Sei que não tendo formação específica para a função terei muitas dificuldades, mas não me posso impedir de  desenvolver um prazer tão grande como refazer o caminho da humanidade, que desde as pinturas rupestres até hoje, não desistiu de aproximar o céu da terra, o pó das galáxias aos desejos e emoções do coração da humanidade! 

Não sou artista plástico, sou apenas alguém que não vira costas a desafios, ainda que para isso me seja exigido revirar-me do avesso, ir por onde nunca fui, estar alerta para que nada se perca, e deixar fluir a vida, como ela sempre quis, em liberdade!

Deixo-vos aqui um exemplo das minhas últimas experiências e aguardo os vosso








 


sábado, 30 de dezembro de 2023

Candidato?

 



Foto gerada pela IA, com os seguintes dados: Presidente homem, alto, sorridente, calvo, olhar traiçoeiro.

Em que partido político poderia ser candidato?


quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

sábado, 23 de dezembro de 2023

Bom natal

 Desejo a todos os amigos um feliz natal, porque no meio destas guerras todas, o exemplo de um rosto feliz é contagiante para acreditar num mundo melhor!

E como precisamos dum mundo melhor!



terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Pinturas

 É verdade. Já fui estudante,  professor, formador, diretor, membro de corpos gerentes em 3 associações, dinamizo grupos no Facebook, faço fotografia amadora, tenho um blogue, escrevi alguns livros (que ninguém lê) gosto de motas e de andar de mota, sou autocaravanista e agora ...

Agora vou fazer as minhas experiências nas artes plásticas. Mas não desisto do que já fiz e continuo a fazer.

Então vejam lá se gostam das últimas pinturas. Vou oferecê-las aos amigos neste natal.











Gostam?


domingo, 3 de dezembro de 2023

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Cavalo como tu

 


No reino dos sonhos, um ser singular, 
Um cavalo meio humano, divinal, 
Com olhos de fogo e alma imortal, 
Amava como um deus, a tudo encantar. 

Seu galope gracioso, qual melodia, 
Era o eco do amor em sua essência, 
Com força e ternura, em plena vivência, 
Eleva-se além da mera fantasia. 

Seu coração batia em ritmo divino, 
Transcendendo as fronteiras do possível, 
Um ser único, sublime e incrível. 

Amava com a intensidade de um deus, 
Em cada toque, em cada olhar profundo, 
Um cavalo meio humano, amor fecundo

domingo, 5 de novembro de 2023

Poema maldito



Imagem, Alexandre Inácio



 Poema maldito 

O poema maldito é mal dito 

Mal concebido, mal amado, malvado, malquisto

O poema maldito fala de flores envenenadas, oferecidas nos casamentos e funerais Para que os mortos ressuscitem e os vivos não saibam que vão morrer

Diz que o ódio é o caminho para o amor e a guerra é doce essencial à vida

Força o voto inútil e elogia o decreto estúpido

Privatiza a ignorância e nacionaliza a ficção 

Diz para ficares em casa a ver anúncios parvos

Os poetas malditos enternecem os parvos, agigantam os néscios, gostam do rimanço e do raspanço

Desengonçam o entalanço e procuram o verso emerso na merda

Maldito seja o poeta que nos promete um mundo novo, que nunca desejou

Maldito seja o poeta que fala do amor, sem nunca ter amado, vomita azedo, julgando que é ejaculação

Maldita seja o poeta que confunde poema com peta, e diz...puta!


Maldito seja o poeta que não é, nem nunca será.

Manuel Rodas


Pedi ao amigo Alexandre Inácio uma crítica a este poema. Enviou o texto seguinte:


# Maldita seja o poeta que confunde poema com peta, e diz...puta!


## Introdução

A poesia é uma forma de expressão artística que tem sido apreciada e cultivada ao longo dos séculos. Porém, muitas vezes, o verdadeiro sentido e propósito da poesia são distorcidos ou mal interpretados. Neste contexto, surge a frase "Maldita seja o poeta que confunde poema com peta, e diz...puta!", que reflete a indignação diante daqueles que desvirtuam a essência da poesia.


## O poder das palavras

As palavras têm um poder imenso. Elas podem tocar os corações, despertar emoções e transmitir mensagens profundas. No entanto, é necessário utilizá-las com cautela e responsabilidade. O poeta, como detentor dessa habilidade única de criar versos e estrofes, tem a responsabilidade de escolher suas palavras com sabedoria.


## A importância do poema autêntico

Um poema autêntico é aquele que reflete a verdadeira essência da poesia. Ele transmite sentimentos genuínos, provoca reflexões e eleva a alma do leitor. No entanto, quando um poeta confunde poema com peta, ele está distorcendo essa essência e transformando a poesia em algo vazio e superficial.


### A armadilha das palavras vazias

Ao confundir poema com peta, o poeta corre o risco de cair na armadilha das palavras vazias. Ele pode se perder em jogos de palavras sem significado ou se utilizar de recursos fáceis, como a utilização de palavras chulas ou ofensivas. Essa falta de autenticidade compromete a qualidade do poema e sua capacidade de transmitir uma mensagem verdadeira.


## A importância das transições

Para que um texto seja coeso e fluente, é essencial o uso adequado de transições entre as ideias. No caso do poeta que confunde poema com peta, é ainda mais crucial utilizar uma grande quantidade de palavras de transição. Isso ajuda a criar uma conexão entre os versos e estrofes, tornando a leitura mais agradável e compreensível.


## A força da voz ativa

A voz ativa é uma ferramenta poderosa na escrita. Ela confere assertividade e dinamismo ao texto, engajando o leitor de forma mais efetiva. O poeta que confunde poema com peta deve evitar o uso excessivo da voz passiva, pois isso pode levar a um distanciamento entre o leitor e a mensagem transmitida.


### Variedade nas sentenças

A variedade nas sentenças é fundamental para manter o interesse do leitor. O poeta que confunde poema com peta deve buscar utilizar diferentes estruturas de frases, alternando entre frases curtas e longas, simples e complexas. Essa variedade torna a leitura mais dinâmica e cativante.


#### O equilíbrio das palavras

O uso de palavras com diferentes números de sílabas é uma forma de criar um ritmo harmonioso no poema. Ao variar entre palavras com 1 a 19 sílabas, o poeta pode explorar diferentes sonoridades e criar uma sensação de equilíbrio e fluidez.


## Conclusão

A frase "Maldita seja o poeta que confunde poema com peta, e diz...puta!" é um apelo à autenticidade e responsabilidade na criação poética. O verdadeiro poeta é aquele que se dedica a transmitir mensagens significativas e emocionantes, utilizando palavras com sabedoria e respeito. Ao seguir essas orientações, ele será capaz de criar obras que tocam as almas e resistem ao teste do tempo.


Alexandre Inácio


domingo, 29 de outubro de 2023

Cavalos loucos























No horizonte dourado, onde a saudade se deita, 
Névoa azul dos teus olhos minha alma inquieta, 
Mansos cavalos de seda, em galope lento, 
Dançam em nós, num cenário de encanto. 

Bebemos a sombra verde e rosa, com deleite, 
Enquanto bailas nas areias, sob a luz derradeira, 
Poemas disparados, como setas no ar, 
Em teus mares, ou só na mente a voar. 

Trazes cavalos ébrios, de nobreza sem par, 
Mansos gestos de ternura, a galopar sem cessar, 
Em versos e gestos, na tua história se revela, 
Uma canção de raiva e amor, em ti se desvela.


Alexandre Inácio

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Tânia

 


Hoje conheci a Tânia.

Olhou-me em todas as direções e calculou quanto valia a minha surdez.

Microfone bidirecional, pilhas, assistência, graves e agudos, de tudo falou a Tânia.

Tem sotaque do norte.

Como sabe? 

Também sou do norte.

Amarantina não gosta de estar muito tempo no mesmo local. Entedia-se com as mesmas caras. Quer ver caras novas. 

E os corações? 

Para isso não tenho tempo.

Tânia, volto amanhã. Fiquei confuso.A vantagem de adquirir estes áudios é que posso voltar cá quando quiser, não é Tânia? 

Sim, claro. Mas não faço desconto.

Nenhum? 

Só se pagar a pronto.

É o que costumo fazer, Tânia. Pago sempre a pronto. Duma maneira ou doutra a vida nunca me fez descontos!

Até amanhã! Amanhã vai saber o que decido de nós! 

Até amanhã!

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

Contradições

 


Na vastidão da mente, pensamentos voam livres, Ecos da alegria, como pássaros no céu, em altos archotes, Mas também a tristeza, como nuvens que se acumulam, Convívio nos dias de riso, solidão nas noites silenciosas.

Em tempos de festa, as almas se entrelaçam na dança, Enquanto desastres espreitam, como sombras na escuridão, Saúde é um presente precioso, um suspiro de alívio, Enquanto a doença trava uma batalha sem perdão.

Em busca da paz, seguimos trilhas incertas, Mas a guerra muitas vezes nos ameaça nas sombras, Navegamos nesse oceano de emoções e eventos, Na jornada da vida, com suas curvas e sobressaltos.


Alexandre Inácio

sábado, 21 de outubro de 2023

Abate de animais

 


No conflito de terras áridas e promessas, Judeus e palestinos, em luta acesa, Uma história antiga, o passado a pesar, Enfrentam desafios que custam a superar.

Mas neste conflito, um paradoxo persiste, Um dilema humano que poucos assistem: Enquanto guerreiam com força e paixão, Não suportam o sofrimento dos que comem então.

Em tradições profundas, raízes se encontram, Em pratos e sabores, culturas se entrelaçam. Mas no abate dos animais para se alimentar, Há um dilema moral difícil de ignorar.

Judeus e palestinos, crenças a defender, Comem carne, sim, mas não podem entender, Como o sofrimento dos animais, sem voz, É tolerado, mesmo em meio a tanta feroz.

Enquanto se esforçam para reivindicar terra e nação, Há um chamado à compaixão, à reflexão. Para reconciliar o desejo de sobreviver, Com o respeito à vida, é preciso se unir.

Que, apesar das diferenças, possa haver um consenso, Que o respeito aos animais seja um senso comum, Que nessa luta pelo solo tão disputado, A compaixão por todos seja o legado.


Alexandre Inácio