Grande nau, grande tormenta.
Quem é do Mar, não enjoa.
Quem vai ao Mar, perde o lugar.
Gaivotas em terra, tempestade no Mar.
Não se afoga no Mar, o que lá não entrar.
Os Mares mais calmos, são os mais profundos.
O Mar aproxima as terras que ele separa.
Antes o Mar por vizinho, do que, cavaleiro mesquinho.
O Mar que é Mar, nem sempre dá, hoje não dá, amanhã haverá.
Quando o Mar bate na rocha, quem se lixa é o mexilhão.
Alto Mar e não de vento, não promete seguro tempo.
Sem razão se queixa do Mar, quem outra vez navega.
Quem anda no Mar, não faz do vento o que quer.
Não pude passar o Mar, sem de fortuna me queixar.
Enquanto o Mar bonança, todos são bons pilotos.
Quem não entrar no Mar, nele não se afogará.
Nem com o Mar contar, nem a muitos fiar.
Vista bela é ver o Mar e morar em terra.
Quem o Mar gaba, não tem visto a praia.
Nem muito ao Mar, nem muito à terra.
Quem vai ao Mar, avia-se em terra.
Não há Mar bravo, que não amanse.
Repartiu-se o Mar e fez-se sal.
No Mar bravo, às vezes há bonança.
No Mar anda, para quem nós ganha.
Jornada de Mar, não se pode taxar.
Homem do Mar, cabeça no ar.
Há Mar e Mar, há ir e voltar.
Nau grande, pede Mar fundo.
É inútil levar água ao Mar.
E ainda um poema meu sobre a viagem.
Trazia a memória dos sonhos da árvore sua mãe
Que cedo lhe dizia
Faz-te ao mar, faz-te ao mar...
E o pau, resto desse sonho
Já chegara à praia
Onde as ondas continuavam as orações da mãe
Faz-te ao mar, faz- te ao mar
Adormecia enrolada na areia
A ouvir as gaivotas e o ronronar das ondas
Mas ao mar para quê? Tanta àgua...
Foi preciso vir uma criança
E transformar a madeira em vela e casco
A oração em viagem
E o sonho em aventura
Flor, vento e promessa
Acenar aos continentes
Que a viagem vale a pena quando me solto de mim
olhos meus nos olhos teus, água e floresta
O mar acalenta o sonho
E tu me levas na doce brisa do teu sorriso
Quando num abraço levamos o mundo dentro de nós
E encontramos naus e bandeiras
De braços abertos
A dar- nos voz