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sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Maria, mulher, Maria pode ser um qualquer







(Maria, agora um pouco mais velha, está sentada numa cadeira de balanço, as mãos marcadas pelo tempo e pelo trabalho, acariciando um pedaço de tecido gasto. A luz fraca da tarde projeta sombras longas no seu rosto, realçando as linhas de sofrimento e as marcas de resiliência. A sua voz é rouca, mas carregada de emoção e determinação.)



"Lembro-me do cheiro do sabão em pó, sempre presente na minha vida... um cheiro que se misturava com o suor, com as lágrimas, com o medo. Na lavandaria, as roupas vinham sujas de tudo: lama, vinho, amor e ódio. E eu, a Maria, lavava tudo, como se pudesse lavar também a dor que trazia dentro de mim. Cada peça era um pedaço da vida de alguém, mas nenhuma refletia a minha. Nenhuma refletia a batalha que eu travava todos os dias, a luta silenciosa contra os demônios do meu passado.

O tio... ele dizia que era um segredo, que ninguém podia saber. E eu, tão pequena, acreditei. Acreditava em tudo o que me diziam, porque era uma menina boa. Mas a bondade não me salvou dos seus toques, dos seus beijos nojentos, daquela sensação de que o meu corpo era um campo aberto para a sua perversão. Maldito...

(Silêncio pesado e frio)

A escola... oh, a escola... era um lugar onde eu me sentia ainda mais perdida, ainda mais pequena. As letras, os números, as palavras... tudo parecia tão distante, tão incompreensível. A minha cabeça não acompanhava o ritmo, a minha mente voava para outros mundos, para outros sonhos.

Lembro-me da professora, uma mulher fria e distante, com um olhar que me fazia encolher. Ela dizia que eu era burra, que não tinha jeito para aprender, que era um caso perdido. As suas palavras eram como chicotes que me vergastavam a alma, que me faziam sentir inferior, incapaz.

E eu acreditava nela. Acreditava que era burra, que não tinha valor, que nunca seria ninguém na vida. A baixa auto-estima instalou-se como um inquilino indesejado, a corroer a minha confiança, a diminuir a minha esperança. Eu via-me como um erro, como um fracasso, como uma pessoa que não merecia ser feliz.

As outras crianças riam de mim, zombavam dos meus erros, dos meus tropeços, das minhas dificuldades. E eu, em vez de reagir, em vez de me defender, calava-me, fugia para o meu mundo imaginário. Um mundo onde eu era uma princesa, uma heroína, uma aventureira, uma mulher livre e poderosa.

No meu mundo de fantasia, eu voava pelos céus, navegava pelos mares, explorava as selvas, lutava contra os monstros, salvava o mundo. No meu mundo, eu era amada, era admirada, valorizada. Mas depois, a realidade voltava a atacar, como um balde de água fria. E aquela mão fria e escura voltava a me arrastar para o fundo do poço.

As notas baixas, as reprovações, as repreensões... tudo isso só reforçava a ideia de que eu não era boa o suficiente. A escola foi sempre um lugar de tortura, um local onde os meus sonhos eram pisados, onde as minhas esperanças eram destruídas. E eu, cada vez mais, me sentia alienada, isolada, desamparada.

As outras crianças e, mais tarde, os colegas do liceu, iam para a escola com alegria, com entusiasmo, com a ânsia de aprender. Eu ia com medo, com receio, com a certeza de que mais um dia seria de humilhação. E cada dia era como uma batalha perdida, uma prova de que eu era realmente burra, realmente incapaz.

E assim, a minha vida escolar passou, como uma sombra, sem deixar marcas positivas. Não gostava de escrever e de calcular. Apenas gostava de ler. Não aprendi a confiar em mim mesma, a acreditar nas minhas capacidades, a lutar pelos meus direitos. E a baixa autoestima, esse fantasma, seguiu-me para a vida adulta, impedindo-me de realizar todo o meu potencial, de conquistar os meus sonhos.

A fantasia, essa fuga, foi a minha salvação, a minha arma, o meu refúgio. Mas ao mesmo tempo, foi a minha prisão, o meu limite, a minha dificuldade em enfrentar a realidade. Eu vivia em dois mundos, e não me sentia pertencente a nenhum. A escola não me preparou para a vida, ela apenas me ensinou a sentir vergonha de quem eu era, a esconder-me, a contentar-me com o mínimo.

E hoje, olho para trás e vejo o desperdício, a injustiça, a crueldade. Vejo que não era burra, que não era incapaz, que apenas fui silenciada, diminuída, desqualificada. E sinto uma raiva profunda, uma revolta contra aqueles que me roubaram a oportunidade de aprender, de crescer, de florescer. Aqueles que tinham obrigação de me ajudar e apoiar.

A escola deve ser um lugar de oportunidades, de crescimento e não um lugar de opressão, de humilhação, de desqualificação. 

(Maria levanta a cabeça, o olhar agora mais firme, como se estivesse a declarar guerra contra o sistema que a oprimiu. O seu monólogo é agora uma denúncia da injustiça educacional e um apelo à ação para que todas as pessoas tenham a oportunidade de realizar todo o seu potencial.)

E depois, vieram os casamentos. Dois homens que me prometeram o céu, mas deram-me o inferno. 

Os maridos... eles nunca foram capazes de amar. Eles não sabiam o que era o amor, eles só sabiam o que era a posse, o domínio, o controle. E eu, a cada dia, a cada humilhação, a cada violência, sentia o meu amor a transformar-se em despeito, em raiva, em ódio. Um ódio que me corroía por dentro, que me fazia querer gritar, fugir.

O primeiro, com a sua frieza, com os seus punhos, com o seu silêncio. Ele reduzia-me a nada, a um fantasma. Eu era a empregada, a criada, a mulher que tinha de fazer tudo, e ainda assim, não era o suficiente. E depois, o segundo, com a sua falsa gentileza, com o seu sorriso traiçoeiro, com a sua sede de poder. Ele humilhava-me com palavras, com olhares, com desprezo. Era um torturador de almas, um vampiro que sugava toda a minha energia.

E eu? Eu sentia o ódio a crescer em mim. Um ódio amargo, um ódio sufocante, um ódio que me fazia querer a vingança. Tantas vezes imaginei matá-los, esfaqueá-los enquanto dormiam, ver o seu sangue escorrer pelo chão... mas não era capaz. O meu ódio era grande, mas a minha moral era maior. Eu não queria me transformar num monstro como eles.

Mas o despeito... ah, esse ficou. O despeito por ter sido enganada, por ter sido usada, por ter sido desvalorizada. O despeito por não ter tido a vida que eu merecia, o amor que sonhava, a felicidade que ansiava. E esse despeito se transformava em frustração. A frustração de não poder mudar a minha vida, de não poder sair daquela prisão. A frustração de ter de sorrir quando queria chorar, de ter de calar quando queria gritar.

E tudo isso se acumulava dentro de mim, como lava vulcânica prestes a explodir. As minhas noites eram de insónia, os meus dias de angústia, e a minha alma de escuridão. E eu perguntava, tantas vezes, porquê? Porquê eu? Porque tinha de suportar tanta dor? E a resposta, era sempre a mesma: por ser mulher. Por ser mulher num mundo dominado por homens que nos veem como objetos, que nos tratam como escravas, que nos negam o direito à felicidade.



Os filhos, um rapaz do primeiro casamento e duas meninas do segundo, foram a única luz no meio de tanta escuridão. Mas mesmo eles, cresceram vendo o meu sofrimento. Cresceram ouvindo as discussões, as ameaças, os choros. Tentei protegê-los, mas o medo também se tornou parte da nossa vida. A lavandaria era o meu refúgio e ao mesmo tempo, a minha prisão. O trabalho era incessante, o corpo doía, mas era a única maneira de sustentar a casa, os filhos, a esperança de um futuro melhor.

E o que via eu refletido no espelho? Uma mulher cansada, marcada, mas teimosa. Os olhos perderam o brilho da juventude, mas não perderam a capacidade de ver a injustiça, de sentir a revolta. A revolta contra o silêncio, contra a indiferença, contra a passividade.

Quantas vezes quis gritar? Quantas vezes quis correr? Quantas vezes quis simplesmente desaparecer? Mas eu não podia. Não podia deixar os meus filhos, não podia deixar a minha voz ser silenciada. Aquele pedaço de tecido que tanto acaricio... era o meu escudo, a minha arma, o símbolo da minha luta.

Porque eu não sou só a Maria da lavandaria. Eu sou a Maria que sobreviveu. A Maria que aprendeu a levantar a cabeça depois de cada queda. A Maria que decidiu que a sua dor não seria em vão.

(Silêncio)

Ah, o amor... que palavra traidora! Tantas vezes ouvi essa palavra, tantas vezes acreditei nela, e tantas vezes fui enganada. Na minha juventude, havia um rapaz... um rapaz com os olhos brilhantes, com um sorriso que me fazia sonhar. Ele tocava viola e cantava canções de amor... canções que eu guardava no coração. Mas o destino, esse cão sarnento, tinha outros planos para mim. Casaram-me com outro, um homem que não me via, nem ouvia, que nem me sentia. O meu coração ficou em pedaços, as canções silenciaram-se, e a minha juventude foi roubada.

Aquele amor... aquele amor reprimido... ele nunca morreu. Ficou ali, como uma ferida aberta, a latejar em cada dia, em cada noite. Quantas vezes fiquei a olhar para as estrelas, a lembrar-me do seu rosto, a desejar um toque, um abraço, um beijo que nunca chegou. E depois, a realidade... a cama fria, o corpo do marido ao meu lado, o vazio que crescia como erva daninha no meu peito.



Mas hoje, eu olho para trás e vejo que o meu ódio e o meu despeito não me destruíram. Eles fortaleceram-me, eles transformaram-me numa mulher que não se cala, que não se rende, que não se acobarda. Porque eu sou mais forte do que o meu sofrimento, mais valiosa do que as minhas lágrimas, e mais digna do que todos os homens que me tentaram destruir.

(Maria fecha os olhos, uma lágrima escorre pelo seu rosto, mas o seu rosto está carregado de uma determinação inabalável. O seu monólogo é agora um grito de fúria e de esperança, uma declaração de guerra contra a opressão.)

E por isso, eu vos digo, filhas, mulheres do mundo inteiro: não se deixem destruir! Não se deixem esmagar! Não permitam que vos transformem em meras peças de roupa suja que se lavam, se torcem e se atiram para um canto. Vocês são muito mais do que isso! Vocês são filhas, mães, irmãs, amigas, companheiras de luta. Vocês são a essência da vida, a força que move o mundo.

Não se contentem com as migalhas de amor, com as sobras de respeito. Exijam o que vos pertence por direito: dignidade, igualdade, liberdade. Não permitam que vos digam que são fracas, que são menos inteligentes, que são menos capazes. Não acreditem nas mentiras que vos contam há séculos.

O nosso corpo é o nosso templo, a nossa voz é a nossa arma, e o nosso coração é a nossa bússola. Não tenham medo de mostrar quem são, de expressar os vossos sonhos, de lutar pelos vossos direitos. Não se calem, não se escondam. Juntem as vossas vozes, ergam as vossas cabeças, e mostrem ao mundo a força que reside em cada uma de vocês!

Porque juntas, nós somos mais fortes. Juntas, nós somos invencíveis. Juntas, nós vamos mudar o mundo."

(Maria respira fundo, o olhar fixo num ponto distante, como se estivesse a ver o futuro que ela sonha. As suas mãos apertam o tecido, como se estivessem a agarrar a esperança. Asmãos repousando no colo, os olhos fixos em algo distante, como se estivesse a observar o seu próprio corpo a desfazer-se. A sua voz agora é mais melancólica, quase um lamento, mas com resquícios de rebeldia.)

"O meu corpo... ah, o meu corpo... como ele mudou! Como ele sofreu! Quando eu era jovem, era um corpo cheio de vida, cheio de desejo. As minhas curvas eram suaves, a minha pele macia, e o meu olhar cheio de promessas. O desejo pulsava em mim, como a seiva nas árvores na primavera. Desejava ser amada, ser tocada, ser acarinhada. Desejava sentir a paixão, a entrega, a fusão de dois corpos numa só alma.

Eu vi o meu corpo a mudar, a transformar-se num reflexo da minha dor. As curvas foram desaparecendo, substituídas por cicatrizes. A minha pele perdeu a maciez, tornando-se áspera e marcada. Os meus olhos perderam o brilho, tornando-se tristes e cansados. O desejo, esse companheiro fiel, começou a morrer lentamente, como uma flor que se desfaz sob o peso do inverno.

Sentia a minha feminilidade a esvair-se a cada dia, como um balde cheio de furos. A minha menstruação, que antes era um sinal de fertilidade, passou a ser uma maldição, um lembrete da minha capacidade de gerar filhos que iriam herdar a minha dor. Os meus seios, que antes eram um símbolo da minha feminilidade, passaram a ser apenas um local onde os homens depositavam a sua lascívia.

E o meu ventre, ah, o meu ventre... esse gerou os meus filhos, mas também gerou a minha dor. Cada gravidez era um fardo, um risco, uma preocupação. Os meus filhos eram a minha alegria, mas também eram um testemunho da minha falta de liberdade. E depois de cada parto, o meu corpo ficava mais fraco, mais marcado, mais cansado.

E o desejo, esse fantasma, ia-se afastando cada vez mais. Quantas vezes eu quis sentir o prazer, o êxtase, a comunhão de almas num abraço de amor? Mas os toques dos meus maridos eram como farpas, como ferro em brasa, como um castigo. E o desejo foi morrendo, morrendo lentamente, até se transformar em nada.

A minha vulva, que antes era o centro do meu prazer, tornou-se um local de dor, de vergonha, de repulsa. E eu me vi como um objeto, um receptáculo, um lugar onde os homens depositavam as suas frustrações. Perdi o controle do meu corpo, perdi a minha identidade, perdi a minha ligação com a minha própria sexualidade.

E vi o meu corpo a envelhecer, a murchar, a desfazer-se lentamente. As rugas surgiram, como mapas das minhas dores. Os cabelos brancos cresceram, como testemunhas dos meus sofrimentos. Os meus ossos ficaram fracos, como se a minha vida estivesse a esgotar-se. E o desejo, esse espectro, tornou-se apenas uma lembrança, uma dor fantasmagórica, uma saudade de algo que nunca mais seria meu.

Mas hoje, olho para o meu corpo e vejo mais do que cicatrizes, mais do que rugas, mais do que cansaço. Vejo a força da sobrevivência, a resiliência da alma, a teimosia da vida. O meu corpo é um testemunho da minha história, das minhas lutas, das minhas vitórias. E mesmo que o desejo tenha morrido, a minha vontade de ser livre, de ser feliz, de ser amada, nunca morrerá.

(Maria está sentada, um sorriso terno surge nos seus lábios, os olhos agora refletindo uma luz suave, uma alegria serena. A sua voz, antes marcada pela dor e pela raiva, agora tem um tom mais doce, mais suave, cheio de esperança.)

Depois... depois de tanta dor, depois de tanto sofrimento, depois de tanta escuridão, a vida reservava-me uma surpresa. Uma surpresa inesperada, uma surpresa maravilhosa. Verdade! Uma surpresa maravilhosa.

Eu, que já tinha perdido a fé no amor, eu, que já tinha desistido de ser feliz, encontrei a Susana.

Ela vivia numa quinta, sozinha, cercada pela natureza, pelos animais, pelas flores. Ela era diferente de tudo o que eu já tinha conhecido. Os seus olhos eram azuis como o céu, o seu sorriso era quente como o sol, e o seu toque era suave como a brisa da manhã.

Ela não me julgou, não me criticou, não me humilhou. Viu-me, ouviu, e sentiu-me. Aceitou-me como eu era, com as minhas cicatrizes, as minhas rugas, as minhas dores. Ela amou-me com um amor verdadeiro, um amor puro, um amor que eu nunca tinha conhecido.

Com Susana, redescobri a ternura. As suas mãos acariciavam a minha pele como se fosse seda, os seus abraços envolviam-me como se fosse um cobertor. Ela dava-me atenção, paciência, ela importava-se com as minhas dores. Ela fazia sentir-me valorizada, amada, desejada.

Com Susana, eu redescobri a alegria. As nossas gargalhadas ecoavam pela quinta, os nossos passeios eram repletos de descobertas, as nossas noites eram de aconchego. Eu dançava, eu cantava, eu sonhava. Sentia a vida a fluir nas minhas veias, o meu coração a bater de novo.

Com Susana, redescobri o amor. Um amor que não era de posse, de domínio, de controle. Um amor que era de respeito, de liberdade, de igualdade. Um amor que me fazia sentir completa, realizada, feliz. Ela ensinou-me que o amor não tem género, não tem idade, não tem limites. O amor é uma energia, uma força, uma conexão entre duas almas que se encontram.

Com Susana, o meu corpo voltou a despertar, o meu desejo voltou a florescer. Os seus toques não eram como os dos homens, eram como carícias que me faziam sentir viva, que me faziam sentir mulher. Ela amava-me com delicadeza, com paixão, com entrega. E eu amava-a da mesma forma.

Na quinta, redescobri a minha ligação com a natureza, com a terra, com os animais. Eu cuidava do jardim, alimentava as galinhas, brincava com os cachorros. Sentia parte do mundo, parte da vida. E o medo, a tristeza, a dor foram dando lugar à esperança, à alegria, ao amor.

Com Susana, aprendi a amar-me e a aceitar-me, a perdoar. Aprendi que eu não era um erro, que não era um fracasso, que merecia ser feliz. Aprendi que o amor é a força mais poderosa do universo, capaz de curar todas as feridas, capaz de transformar todas as vidas.

E hoje, vivo na quinta, com Susana, cercada pela beleza da natureza, pela alegria da vida, pelo amor que nos une. Os meus dias são calmos, os meus sonhos são coloridos, o meu coração está em paz. Olho para trás e vejo que a minha vida não foi em vão, que a minha dor me trouxe até aqui, até este lugar de amor, de ternura, de esperança.

E com a Susana...aprendi a ver a vida com outros olhos. Ela ensinou-me a valorizar os pormenores, as pequenas coisas que antes passavam despercebidas. Ela ensinou-me a olhar para o céu, a contemplar as nuvens, a sorrir para as estrelas, a ouvir o canto dos pássaros, o murmúrio do vento, o silêncio da noite, a beleza que sempre ali esteve e não reparava.

Ela mostrou-me a beleza das flores, a delicadeza das pétalas, a força das raízes. Com ela aprendi a conversar com as flores, a sentir a sua energia, a partilhar os seus segredos, a abraçar as árvores, a sentir a sua força, a absorver a sua sabedoria, a acariciar os animais, a sentir o seu amor, a partilhar as suas vidas.

Com a Susana, eu intuí a integração no ciclo da natureza. O meu corpo dentia as estações a passarem, as folhas a caírem, as flores a nascerem, os frutos a amadurecerem. Eu era parte da terra, parte da água, parte do ar. Eu senti-me conectada a tudo o que me rodeava, a todos os seres vivos que compartilhavam o planeta comigo.

Aprendi a valorizar a minha respiração, a inspirar a vida, a expirar a dor, a meditar, a conectar-me com o meu interior, a encontrar a minha paz, a sentir a energia cósmica, a força que move o universo, o amor que une todas as coisas.

Com ela, aprendi a me sentir parte de um todo, parte da humanidade, parte do universo. Entendi que a minha dor, a minha alegria, a minha vida, não eram apenas minhas. Elas faziam parte de uma história maior, de um ciclo mais amplo, de uma dança cósmica que envolvia tudo e todos. Não estamos sozinhos, estamos todos conectados, somos todos um. O amor é a energia que nos une, a compaixão é a virtude que nos liberta, a gratidão é o sentimento que nos eleva. A vida é um presente, um milagre, uma oportunidade de amar, de crescer, de evoluir.

Aprendi a amar o meu corpo, a minha alma, o meu espírito, a valorizar as minhas cicatrizes, as minhas rugas, as minhas marcas. Elas não são sinais de fraqueza, mas sim de força, de resiliência, de sobrevivência. A beleza está na imperfeição, na singularidade, na autenticidade. Com ela, aprendi a sorrir, a sonhar, a amar, a confiar na vida, a acreditar na esperança, a celebrar a alegria, a viver o momento presente, a saborear cada instante, a apreciar cada detalhe. A felicidade não é um destino, mas sim uma jornada, uma escolha, um estado de ser.

(Maria está sentada, mas agora com a postura ereta, o olhar firme e desafiador. A sua voz não é mais suave ou hesitante, mas sim forte, com uma energia palpável. A sua transformação é visível, uma verdadeira leoa pronta para defender o seu território.)

"E então, quando pensava que a paz tinha chegado, a vida lançou mais um desafio. Os meus filhos, as minhas famílias, os meus ex-maridos... todos eles se uniram para me criticar, para me julgar, para me impedir de ser feliz. Eles não entendiam o meu amor por Susana, eles não aceitavam a minha nova vida, eles não queriam ver-me livre e realizada.

Os meus filhos, que eu tanto amei e protegi, olhavam-me com reprovação, com desprezo. Eles diziam que eu tinha enlouquecido, que tinha envergonhado a família, que estava a cometer um pecado. Os meus ex-maridos, que tanto me fizeram sofrer, que tanto me humilharam, sentiam-se com o direito de me ditar o que fazer, de me controlar, de me oprimir. Como se ainda fosse sua propriedade.

E as famílias, os amigos, os vizinhos... todos eles comentavam, todos eles criticavam, todos eles invejavam. As suas palavras eram como flechas, os seus olhares eram facas, os seus julgamentos eram pedras. Eles queriam arrancar-me do meu paraíso, eles queriam-me trazer de volta para o inferno.

Mas, desta vez, não me calei, não me escondi, não me acobardei. Desta vez, eu lutei. Lutei com todas as minhas forças, com toda a minha alma, com toda a minha garra. A leoa que estava adormecida dentro de mim despertou, e mostrou as suas garras, os seus dentes, a sua ferocidade.

Levantei-me, ergui a minha voz, mostrei a minha verdade. Eu disse aos meus filhos que o meu amor por Susana era verdadeiro, que a minha felicidade não dependia da sua aprovação, que a minha vida me pertencia. Disse aos meus ex-maridos que eles não tinham mais poder sobre mim, que eles não podiam mais ferir-me, que eu era uma mulher livre e dona do meu destino. Disse às famílias, aos amigos, aos vizinhos, que eles não tinham o direito de me julgar, que a minha vida era minha, que a minha felicidade não era da conta deles. Eu não aceitei as suas críticas, não me dobrei aos seus julgamentos, não me acobardei às suas ameaças. Defendi-me, protegi-me, lutei pelo meu direito de amar, de viver, de ser feliz.

Eu já não era mais a Maria que se calava, que se escondia, que se acobardava. Eu era outra mulher, mais afirmativa, mais confiante, mais decidida, mais lutadora. A dor, a humilhação, o sofrimento transformaram-me numa leoa, numa guerreira, numa defensora dos meus sonhos e da minha felicidade.

Enfrentei a oposição com coragem, com determinação, com convicção. Não me deixei abater pelas críticas, não me deixei intimidar pelas ameaças, não me deixei desanimar pelas dificuldades. E continuei a amar Susana, continuei a viver na quinta, continuei a ser feliz.

Os meus filhos, com o tempo, começaram a entender, começaram a aceitar, começaram a amar-me novamente. Os meus ex-maridos, desistiram de me controlar, de me oprimir, de me humilhar. E as famílias, os amigos, os vizinhos, aprenderam a respeitar, a admirar, a aceitar a minha nova vida. Os que não aceitam, não contam para mim. Estão mortos!

Porque a verdade, a coragem, a determinação são mais fortes do que a mentira, a cobardia, a passividade. E quando uma mulher decide lutar por si mesma, quando uma mulher decide defender o seu amor, quando uma mulher decide viver a sua verdade, nada a pode impedir.

E por isso, eu vos digo, mulheres: não se calem perante a oposição, não se acobardem perante a crítica, não se rendam perante a dificuldade. Lutem contra tudo e contra todos que queiram impedir-vos de serem livres, felizes e donas de vossas vidas. A nossa voz é a nossa arma, a nossa coragem é a nossa força, a nossa liberdade é o nosso destino. E juntas, vamos lutar por um mundo onde todas nós sejamos amadas, respeitadas, valorizadas e livres!

(Maria levanta-se, o olhar fixo no horizonte, como se estivesse a visualizar um futuro onde todas as mulheres são livres e felizes. O seu monólogo é agora um grito de guerra, uma proclamação da sua força, da sua coragem, e da sua vitória.

Maria sorri, as lágrimas escorrendo pelo seu rosto, mas agora são lágrimas de alegria, de gratidão, de amor. O seu monólogo termina com uma nota de esperança, uma celebração do poder transformador do amor.)

domingo, 22 de setembro de 2024

MOITA-ME!

 



Após a largada de touros na Moita, fica o rasto da orgia e e apoteose sádicas, espalhada pelas ruas!  O medo e a culpa!

https://youtu.be/T2xwSGedO80?feature=shared

sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Xeque mate

 


**Rei (com um suspiro profundo):**  

"Interessante como sempre olhamos de cima, esquecendo que o poder é sustentado pela base. Eu, cercado de cavalos, bispos e torres, acreditei que minha segurança era inquebrável. Mas veja só, todos caíram, e aqui estou, à mercê de um simples peão. O que você sabe de poder, pequeno? O que pode um peão, diante de um rei?"


**Peão (com um olhar firme, mas sem arrogância):**  

"Majestade, o que sei sobre poder? Sei que, enquanto os grandes se movem com grandiloquência, confiantes de que o tabuleiro os pertence, os pequenos movem-se em silêncio, passo a passo, tecendo suas próprias rotas. O meu poder está no avanço, na persistência, na paciência eorganização. Enquanto os grandes se distraem com suas batalhas, os pequenos seguem firmes, ocupando espaços que antes eram ignorados. É assim que chegamos aqui."


**Rei (com uma amargura contida):**  

"Então é isso? O meu fim? Um xeque-mate nascido da paciência de um peão? Toda a glória de um rei, reduzida a este momento. E pensar que, ao longo do jogo, sempre olhei para vocês como meras peças de sacrifício."


**Peão (calmo, mas determinado):**  

"Majestade, será que não entende? Somos mais que peças de sacrifício. Quando lutamos em conjunto, quando temos uma estratégia clara, podemos virar o jogo. O poder não é exclusivo dos que possuem grandes movimentos ou posições elevadas. O verdadeiro poder está na coletividade, no trabalho incansável que muitas vezes não é visto até que seja tarde demais. O senhor pode ser o mais poderoso no início, mas cada passo que dei trouxe-me até aqui."


**Rei (com um leve sorriso melancólico):**  

"Há uma ironia amarga nisso tudo, não há? Eu, que sempre fui protegido, sou derrotado por aquele que sempre esteve exposto. Eu, cercado de aliados, encontro-me sozinho, enquanto você, sempre avançando solitariamente, se une à força de seus iguais. Talvez o poder não seja algo que possamos realmente possuir, mas algo que nos é emprestado por aqueles que nos sustentam."


**Peão (com sabedoria):**  

"Os reis dependem dos seus súbditos, Majestade. Mas às vezes, os súbditos também precisam encontrar seu próprio caminho. E quando o fazem, podem ser imparáveis. Esta é a natureza do jogo, tanto no tabuleiro quanto na vida. O que parece pequeno e insignificante pode se tornar a força que derruba impérios."


**Rei (com um olhar sereno, aceitando o inevitável):**  

"Você tem razão. Subestimei o poder dos pequenos, e agora compreendo tarde demais. Meu fim não é apenas uma derrota, é uma lição que ecoará. Quando o xeque-mate vier, que seja rápido. E que os reis futuros jamais esqueçam essa lição."


**Peão (dando o golpe final com respeito):**  

"Eu também sou parte de algo maior, Majestade. É que com este gesto , nunca mais teremos necessidade dum rei! Viva a república! Xeque-mate."

Alexandre Inácio 

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Essa continuação aprofunda ainda mais a reflexão sobre a dinâmica entre os poderosos e os que ocupam posições humildes. A conversa revela que o verdadeiro poder nem sempre está onde se espera, e que aqueles que parecem frágeis podem ser os agentes da maior mudança, quando atuam com paciência, inteligência e união. O rei, em seus momentos finais, reconhece que a arrogância de quem está no topo pode ser sua ruína, enquanto o peão, sem jamais buscar glória, triunfa por ter seguido um caminho firme e coletivo.

sábado, 7 de setembro de 2024

Festa setecentista em Queluz

 



As feiras medievais, muitas vezes romantizadas em recriações modernas, são frequentemente lembradas como eventos alegres e coloridos, com comerciantes, espetáculos e banquetes. No entanto, ao analisar o contexto mais amplo da sociedade medieval, há muito a criticar, principalmente em relação à realidade brutal que elas encobriam.


### Guerra e violência


A Idade Média foi um período marcado por guerras constantes, sejam elas entre reinos, feudos ou contra invasões externas. Essas guerras afetavam diretamente a vida das pessoas comuns, que muitas vezes eram forçadas a lutar ou tinham suas terras devastadas por exércitos em campanha. O período de uma feira, embora pudesse parecer pacífico, era muitas vezes apenas uma pausa temporária em meio à violência. A guerra medieval não poupava os camponeses e trabalhadores, que sofriam diretamente com a destruição e o caos. Por trás das feiras, havia um sistema que perpetuava o sofrimento, onde os senhores feudais se beneficiavam das guerras e do controle militar, mas ofereciam pouca ou nenhuma proteção real ao povo.


### Escravidão e servidão


A escravidão na Idade Média, embora tenha assumido formas diferentes das praticadas em outros períodos históricos, era uma realidade crua. Muitos camponeses viviam em condições de servidão, uma forma de escravidão disfarçada. Esses servos eram obrigados a trabalhar para os senhores de terra, entregando grande parte de sua produção agrícola em troca de "proteção". No entanto, essa proteção era muitas vezes nominal, e os servos não tinham liberdade de escolha ou mobilidade social. Nas feiras medievais, a opulência dos comerciantes e senhores contrastava de forma gritante com a miséria da maioria da população, que vivia sob constante exploração.


### Abuso de poder


Os senhores feudais, que detinham o poder e a terra, eram responsáveis por proteger seus súditos. No entanto, muitos usavam essa autoridade para explorar e abusar das pessoas sob seu comando. Impostos exorbitantes, trabalho forçado e abuso físico eram comuns. Além disso, o sistema feudal permitia uma enorme desigualdade, onde os camponeses eram tratados como bens de propriedade. A justiça medieval, controlada pelos senhores, raramente favorecia os mais pobres, criando uma sociedade profundamente injusta. Nas feiras, enquanto os nobres se deleitavam em festas e competições, os camponeses continuavam sob o jugo de uma estrutura social opressiva, sem esperança de melhoria.


### Vida sem direitos


A vida medieval para a maioria era marcada pela ausência de direitos fundamentais. A lei era muitas vezes arbitrária e aplicada de acordo com os interesses dos poderosos. As feiras, por mais que representassem um momento de comércio e celebração, não podiam apagar a dura realidade de uma sociedade onde os direitos humanos, como os conhecemos hoje, eram inexistentes. As mulheres, em particular, sofriam com a falta de direitos, sendo frequentemente vistas como propriedades dos homens, tanto no casamento quanto no trabalho. Não havia proteção legal contra a exploração ou o abuso, e qualquer tentativa de contestação do poder estabelecido poderia levar a represálias violentas.


### Conclusão


Embora as feiras medievais possam ser vistas como um momento de alívio para alguns, elas mascaravam as profundas desigualdades e injustiças da sociedade medieval. A opressão feudal, a exploração dos servos, a ausência de direitos e as constantes guerras tornavam a vida medieval uma luta contínua para a maioria das pessoas. A imagem romântica de um período de celebração, portanto, é superficial e ignora as crueldades subjacentes de um sistema que beneficiava poucos à custa de muitos.

Alexandre Inácio








Fotografias de, Manuel Rodas.


quinta-feira, 29 de agosto de 2024

A surpresa duma vida

 O amigo Alexandre Inácio continua as suas descobertas no mundo da escrita e da ficção. Este ensaio para uma fotonovela pode ser um bom princípio. O que pensam os  leitores?






**Painel 1:**  

*Cena: Uma pequena sala de estar em uma casa de campo, simples e aconchegante. O casal idoso está sentado em cadeiras de madeira junto a uma janela. A luz do fim de tarde entra suavemente. A mulher, de cabelos grisalhos e rosto enrugado, está tricotando. Ela usa um vestido simples de algodão e um xale. O homem, também grisalho, está com as mãos trêmulas e olha para fora da janela. Ele veste uma camisa de flanela e calças gastas de trabalho.*



“ Sabes, querida, parece que foi ontem quando nos conhecemos no baile da aldeia..."


**Painel 2:**  

*Cena: Um flashback em cores suaves. Eles estão mais jovens, num baile ao ar livre, dançando sob uma árvore iluminada por lanternas. Ele segura-a com firmeza, e os dois sorriem com entusiasmo.*


"Eu sabia, desde aquele primeiro olhar, que você seria a mulher da minha vida."


Painel 3:

Cena: De volta ao presente, a mulher olha para o marido com ternura. Há um sorriso caloroso em seus lábios, mas também uma sombra de preocupação em seus olhos enquanto ela observa o tremor nas mãos dele.



"Juntos criamos três filhos fortes e corajosos..."


**Painel 4:**  

*Cena: Outro flashback. A família está reunida no campo, colhendo juntos. Os filhos são crianças pequenas, ajudando com risadas e brincadeiras. O casal troca um olhar de cumplicidade e orgulho.*

"Mas a guerra levou nosso mais velho... Foi uma dor que nunca passou, mas ficamos mais unidos do que nunca."*


**Painel 5:**  

*Cena: Um retrato da parede, mostrando o filho mais velho em uniforme militar, com uma expressão séria. A mulher olha para a foto, e uma lágrima discreta rola por seu rosto. O homem tenta limpar a lágrima dela com a mão trêmula.*

 *"Agora, esta doença lembra-me todos os dias que o tempo está passando, e eu já não posso fazer o que fazia antes."*


**Painel 6:**  

*Cena: A mulher segura a mão dele com força, segurando-a com força para  parar o tremor. Ela o olha com amor e compreensão.


 *"Mas ainda te tenho a ti. E enquanto estivermos juntos, não importa o que aconteça, continuaremos lutando, como sempre fizemos."*


,**Painel 7:**  

*Cena: O casal está sentado junto, em silêncio, aproveitando a companhia um do outro enquanto o sol se põe do lado de fora. A imagem transmite um senso de paz, apesar das dificuldades.*

“Tenho uma coisa a dizer-te.”

Painel 8

-Desculpa, mas tenho uma coisa a dizer, antes que seja tarde. O nosso filho que morreu na guerra, não era nosso filho. O nosso bebé nasceu morto e eu troquei-o por outro que estava na cama ao lado, na maternidade.

- Porque fizeste isso?

- Queria poupar-te o desgosto. Estavas tão encantada com o facto de ires ser mãe!

“Não sei se te vou perdoar!”

Painel 9

- Nao pode ser…Diz que é mentira!

- Não sei se te vou perdoar.

- Mas eu sempre fui um bom pai. Não matei ninguém e fiz isso porque te amava…


Painel 10
- Mataste aqueles pais que viram seu bébé  morto.

- Seríamos nós a sofrer…assim , poupei -te o desgosto, porque eu sofri na mesma e sozinho. Isso já foi o maior castigo!


Painel 11

- Afinal acabou por morrer na mesma.Tanto que chorei por ele, aqui desta janela, quando soube da sua morte. Choro dois filhos perdidos e um marido que me mentiu toda a vida. Isso é um castigo demasiado. Não sei se sou capaz de te perdoar, apesar de estares doente com essa tremideira das mãos…

-Mas ainda temos dois filhos e um ao outro!

-Sim, mas nada faz esquecer um desgosto e uma traiçao! E como reagirão s irmãos, quando souberem a verdade?

- O que o amor pode fazer…não precisam de saber. É o nosso segredo!



Alexandre Inácio



sábado, 10 de agosto de 2024

Como fazer férias sem dinheiro

 



O meu amigo Alexandre Inácio tem uma sentido prático da vida muito invejável. Vejam o que ele aconselha.

Fazer férias sem gastar dinheiro pode ser desafiador, mas é possível se você for criativo e estiver disposto a explorar opções alternativas. Aqui estão algumas ideias:


1. **Staycation (férias em casa)**:

   - Aproveite sua cidade ou região como um turista. Visite parques, museus gratuitos, trilhas, ou participe de eventos locais.

   - Planeje atividades especiais em casa, como noites de filmes, maratonas de séries, ou um dia de spa caseiro.


2. **Troca de casas**:

   - Considere trocar de casa com amigos ou familiares por um período. Isso permite que você viaje para outra cidade ou região sem pagar por hospedagem.


3. **Voluntariado**:

   - Procure programas de voluntariado que ofereçam alojamento e alimentação em troca do seu trabalho. Algumas opções incluem fazendas orgânicas (como WWOOF) ou hostels que aceitam voluntários.


4. **Acampamento gratuito**:

   - Se você gosta de natureza, procure áreas onde é permitido acampar gratuitamente. Lembre-se de verificar as regras locais e levar o equipamento necessário.


5. **Visitar amigos e familiares**:

   - Passe as férias na casa de amigos ou familiares em outra cidade. Isso pode proporcionar uma mudança de cenário sem custos de hospedagem.


6. **Caminhadas e trilhos**:

   - Planeje uma série de caminhadas ou trilhos pela natureza. Isso é gratuito e uma ótima maneira de relaxar e se conectar com a natureza.


7. **Atividades comunitárias gratuitas**:

   - Procure por eventos gratuitos na sua comunidade, como festivais, shows ao ar livre, ou workshops.


8. **Exploração local**:

   - Faça um passeio de bicicleta, descubra novas áreas da sua cidade ou simplesmente explore a pé. Muitas vezes, passamos por lugares interessantes no dia a dia sem realmente conhecê-los.


9. **Programas de aprendizagem**:

   - Use o tempo livre para aprender algo novo. Existem muitos cursos online gratuitos em diversas áreas, como fotografia, culinária, ou artesanato.


10. **Troca de habilidades**:

    - Ofereça algo que você saiba fazer em troca de uma estadia ou atividades. Por exemplo, você pode ensinar inglês, ajudar na jardinagem ou cuidar de crianças em troca de hospedagem ou refeições.


11. **Couchsurfing**:

    - Use plataformas como Couchsurfing para encontrar pessoas dispostas a oferecer hospedagem gratuita. Além de economizar, você pode fazer amigos e aprender mais sobre a cultura local.


12. **Exploração de bibliotecas**:

    - Muitas bibliotecas oferecem mais do que apenas livros. Elas podem ter filmes, exposições, palestras e eventos culturais gratuitos que você pode aproveitar.


13. **Passeios de bicicleta**:

    - Se você tiver uma bicicleta, planeje passeios longos por áreas rurais ou parques. É uma forma de explorar novos lugares, fazer exercício e se divertir sem custos.


14. **Visitas a locais históricos**:

    - Visite locais históricos ou culturais em sua área que não cobram entrada. Muitas vezes, há ruínas, monumentos, ou centros culturais que oferecem visitas gratuitas.


15. **Jardinagem comunitária**:

    - Participe de um projeto de jardinagem comunitária. Além de ser uma atividade ao ar livre, você pode aprender sobre plantas e até levar para casa alguns alimentos frescos.


16. **Eventos em universidades**:

    - Universidades frequentemente oferecem palestras, exibições de filmes, peças de teatro, e outros eventos culturais abertos ao público. Verifique o calendário das universidades próximas.


17. **Intercâmbio de experiências**:

    - Organize um grupo de amigos para compartilhar experiências sem custos. Cada pessoa pode ensinar algo que sabe, como cozinhar, pintar, tocar um instrumento, etc.


18. **Desafios pessoais**:

    - Crie desafios para si mesmo, como fotografar todos os dias algo que você nunca havia notado antes, escrever um diário de viagem mesmo sem sair da sua cidade, ou fazer uma série de receitas novas.


19. **Aulas e workshops gratuitos**:

    - Muitas lojas ou centros comunitários oferecem aulas gratuitas de artesanato, culinária, yoga, etc. Participar dessas atividades pode ser uma forma de aprender algo novo e conhecer pessoas.


20. **Caminhadas urbanas**:

    - Planeje uma caminhada urbana explorando bairros que você normalmente não visita. Você pode descobrir novos cafés, lojas locais e arte de rua sem gastar nada além de energia.


21. **Explorar feiras e mercados**:

    - Visite feiras e mercados locais, onde você pode observar a cultura, provar amostras grátis e conhecer melhor a economia local.


22. **Caça ao tesouro**:

    - Organize uma caça ao tesouro para si mesmo ou para amigos, com desafios ou objetivos específicos para serem encontrados na cidade.


23. **Roteiro gastronômico caseiro**:

    - Recrie em casa a experiência de um roteiro gastronômico, experimentando receitas de diferentes culturas ou regiões em cada refeição.


24. **Passeios de transporte público**:

    - Se a sua cidade tem um bom sistema de transporte público, embarque em um ônibus ou trem para um bairro ou cidade vizinha, apenas para explorar e observar a vida local.


25. **Projetos de arte ao ar livre**:

    - Use materiais que você tem em casa para fazer arte ao ar livre, como pintar pedras, criar colagens com folhas e flores, ou fazer esculturas de areia em uma praia ou parque.


Essas atividades podem tornar suas férias memoráveis sem comprometer seu orçamento, incentivando você a redescobrir o valor das pequenas coisas e da criatividade.


Alexandre Inácio

segunda-feira, 5 de agosto de 2024

Questionário sobre diferenças dos últimos 50 anos, em Portugal

 



Aqui está um questionário focado nas diferenças entre a vida em Portugal há 50 anos e atualmente, com ênfase na repressão política, falta de liberdade, pobreza, atraso cultural e analfabetismo.


 Questionário: Diferenças entre a vida em Portugal há 50 anos e agora.


1. **Liberdade e Repressão Política**

    - a) Como era a situação política em Portugal há 50 anos (durante o Estado Novo)?

        - ( ) Existia uma polícia política (PIDE/DGS) que reprimia opositores

        - ( ) Havia censura e controle da imprensa

        - ( ) Participação política limitada e sem eleições livres

        - ( ) Todas as alternativas acima

    - b) Como é a situação política em Portugal atualmente?

        - ( ) Democracia plena com eleições livres

        - ( ) Liberdade de imprensa e expressão

        - ( ) Participação política aberta a todos os cidadãos

        - ( ) Todas as alternativas acima


2. **Liberdade de Expressão**

    - a) Como era a liberdade de expressão em Portugal há 50 anos?

        - ( ) Severamente limitada e controlada pelo regime

        - ( ) Censura de livros, jornais e outras publicações

        - ( ) Perseguição de opositores e dissidentes

        - ( ) Todas as alternativas acima

    - b) Como é a liberdade de expressão em Portugal hoje?

        - ( ) Protegida pela Constituição

        - ( ) Diversidade de opiniões na mídia

        - ( ) Livre acesso a informações e debates públicos

        - ( ) Todas as alternativas acima


3. **Educação e Analfabetismo**

    - a) Como era o nível de alfabetização e acesso à educação em Portugal há 50 anos?

        - ( ) Alto índice de analfabetismo

        - ( ) Educação básica limitada e com poucos recursos

        - ( ) Ensino superior acessível a poucos

        - ( ) Todas as alternativas acima

    - b) Como é o nível de alfabetização e acesso à educação em Portugal atualmente?

        - ( ) Baixo índice de analfabetismo

        - ( ) Educação básica gratuita e universal

        - ( ) Ensino superior mais acessível e diversificado

        - ( ) Todas as alternativas acima


4. **Condições Econômicas e Pobreza**

    - a) Como eram as condições econômicas e a pobreza em Portugal há 50 anos?

        - ( ) Alta taxa de pobreza e desigualdade

        - ( ) Baixo salário médio e poucas oportunidades de emprego

        - ( ) Dependência da agricultura e setores primários

        - ( ) Todas as alternativas acima

    - b) Como são as condições econômicas e a pobreza em Portugal hoje?

        - ( ) Melhoria nos índices de pobreza e desigualdade

        - ( ) Maior diversificação da economia e setores de emprego

        - ( ) Melhoria dos salários e condições de trabalho

        - ( ) Todas as alternativas acima


5. **Cultura e Acesso à Informação**

    - a) Como era o acesso à cultura e à informação em Portugal há 50 anos?

        - ( ) Acesso restrito a eventos culturais e literários

        - ( ) Informação controlada pelo Estado

        - ( ) Poucas oportunidades de expressão cultural livre

        - ( ) Todas as alternativas acima

    - b) Como é o acesso à cultura e à informação em Portugal atualmente?

        - ( ) Amplo acesso a eventos culturais e literários

        - ( ) Informação livre e acessível a todos

        - ( ) Oportunidades variadas de expressão cultural

        - ( ) Todas as alternativas acima


6. **Liberdade de Movimento e Imigração**

    - a) Como era a liberdade de movimento e imigração em Portugal há 50 anos?

        - ( ) Restrição de viagens ao exterior

        - ( ) Emigração forçada devido à pobreza e repressão

        - ( ) Controle rigoroso das fronteiras

        - ( ) Todas as alternativas acima

    - b) Como é a liberdade de movimento e imigração em Portugal atualmente?

        - ( ) Livre circulação dentro da União Europeia

        - ( ) Políticas de imigração mais abertas

        - ( ) Acesso a oportunidades internacionais de estudo e trabalho

        - ( ) Todas as alternativas acima


7. **Saúde e Assistência Social**

    - a) Como era o acesso a cuidados de saúde e assistência social em Portugal há 50 anos?

        - ( ) Sistema de saúde limitado e com poucos recursos

        - ( ) Acesso restrito a serviços de saúde para os mais pobres

        - ( ) Pouca assistência social e suporte do governo

        - ( ) Todas as alternativas acima

    - b) Como é o acesso a cuidados de saúde e assistência social em Portugal atualmente?

        - ( ) Sistema Nacional de Saúde acessível a todos

        - ( ) Melhoria na qualidade dos serviços de saúde

        - ( ) Ampla rede de assistência social e suporte governamental

        - ( ) Todas as alternativas acima


8. **Habitação e Qualidade de Vida**

    - a) Como eram as condições de habitação e qualidade de vida em Portugal há 50 anos?

        - ( ) Condições de habitação precárias para muitos

        - ( ) Infraestrutura urbana limitada e desigual

        - ( ) Baixo acesso a serviços básicos

        - ( ) Todas as alternativas acima

    - b) Como são as condições de habitação e qualidade de vida em Portugal atualmente?

        - ( ) Melhoria significativa nas condições de habitação

        - ( ) Infraestrutura urbana desenvolvida

        - ( ) Maior acesso a serviços básicos e de qualidade

        - ( ) Todas as alternativas acima


9. **Direitos Humanos e Igualdade**

    - a) Como eram os direitos humanos e a igualdade em Portugal há 50 anos?

        - ( ) Violação frequente dos direitos humanos

        - ( ) Desigualdade de gênero e discriminação

        - ( ) Limitação dos direitos civis e políticos

        - ( ) Todas as alternativas acima

    - b) Como são os direitos humanos e a igualdade em Portugal atualmente?

        - ( ) Proteção dos direitos humanos garantida por lei

        - ( ) Promoção da igualdade de gênero e combate à discriminação

        - ( ) Direitos civis e políticos assegurados para todos

        - ( ) Todas as alternativas acima


10. **Participação e Mobilização Social**

    - a) Como era a participação e mobilização social em Portugal há 50 anos?

        - ( ) Repressão a movimentos sociais, partidos e sindicatos

        - ( ) Proibição de manifestações e protestos

        - ( ) Controle estatal sobre a mobilização social

        - ( ) Todas as alternativas acima

    - b) Como é a participação e mobilização social em Portugal atualmente?

        - ( ) Liberdade de manifestação e protesto

        - ( ) Fortalecimento dos movimentos sociais, partidos e sindicatos

        - ( ) Participação ativa da sociedade civil

        - ( ) Todas as alternativas acima


Este questionário pode ajudar a explorar as profundas mudanças em Portugal ao longo das últimas cinco décadas, destacando os avanços em liberdade, educação, economia e qualidade de vida.

PS Nao deixa de ser interessante, como a IA se esqueceu da guerra colonial!

Alexandre Inácio