Deixo aqui mensagens e as minhas reflexões sobre os percursos por onde vou passando..."caminhante, não há caminho, o caminho faz-se caminhando..."
segunda-feira, 27 de maio de 2019
sexta-feira, 24 de maio de 2019
A dor que me aflige...
Há uma dor que me aflige
não deixa dormir nem acordar
nem beber nem ter sede
nem fome nem fartura
nem alegria nem tristeza
nem amor nem ódio
nem saudade nem nostalgia
É uma dor diferente das outras
não é vermelha nem azul
nem alta nem profunda
nem adormece nem acorda
nem beija nem abraça
nem deita nem levanta
ESTÁ LÁ O TEMPO TODO A CHATEAR
MRodas
terça-feira, 21 de maio de 2019
segunda-feira, 20 de maio de 2019
quinta-feira, 16 de maio de 2019
terça-feira, 14 de maio de 2019
Beber na tua fonte
depois do silencio tu
depois da fome tu
depois da angustia tu
depois de ti eu
depois da fome tu
depois da angustia tu
depois de ti eu
beber nos córregos e arrepios de luar o teu corpo
toda a sede que juntei nos caminhos quase morto
conjugar os sentidos numa gramática à maresia
letra sangue poema e nervo com desespero e nostalgia
toda a sede que juntei nos caminhos quase morto
conjugar os sentidos numa gramática à maresia
letra sangue poema e nervo com desespero e nostalgia
em ti o deserto se perdeu
mata me a mim que sou teu
mata a sede que é tua
leva-me ao mar distante e feio
numa caravela de alma nua
mata a sede que é tua
leva-me ao mar distante e feio
numa caravela de alma nua
recebe as flores de punho em riste
e tece em cada mão, em cada seio
a história mais livre que já viste
eu pedra
tu água
eu sede
tu fonte
eu rio
tu ponte
MRodas
tu fonte
eu rio
tu ponte
MRodas
terça-feira, 7 de maio de 2019
quinta-feira, 2 de maio de 2019
Toulambis na Papuásia, Nova Guiné
Em 1976 o explorador francês Jean-Pierre Dutilleaux entrou em contacto com a tribo Toulambis na Papuásia, Nova Guiné, cujos membros nunca tinham tido contacto com o mundo exterior nem com gente de pele branca. Felizmente, este acontecimento foi filmado pela equipa francesa. Uma autêntica viagem de milhares de anos ao mundo do Paleolítico. Maravilhoso! Absolutamente excepcional!
https://www.videoman.gr/7402
https://www.videoman.gr/7402
terça-feira, 30 de abril de 2019
Se
Se no lago que é este país,
por cada cisne morressem cinco gansos
por cada cisne morressem cinco gansos
por um deputado, cinco porteiros e três secretários
por um néscio, três gananciosos
por uma minhoca, quatro galinhas
por um poeta, cinco banqueiros
por um urso, seis governantes corruptos
Se todos os dias morressem 200 tolos e uns quase 1000 inteligentes, quanto tempo demoraria o mundo a ser mais justo?
MRODAS
Transparente e azul
Corres por dentro de ti, agarrada ao desespero das pedras soltas no caminho
a vida foi invadida pela penumbra da dor e morte num abraço tardio de sofrimento
não foi inteiramente surpresa pois as pedras sempre lá estiveram amontoadas na berma das palavras e dos braços
sempre lá permaneceram a fazerem caretas e ameaças com risos e chacotas
sempre lá permaneceram a fazerem caretas e ameaças com risos e chacotas
mas agora foi diferente
atiraram-se a ti com uma fúria e raiva descontroladas, bloqueando as saídas para um outro lugar
foste digna, permaneceste em pé, enquanto as pedras te rasgavam o corpo e bloqueavam o coração
as pedras recuaram perante a tua serenidade e a natureza veio em teu socorro
começou a chover para que a água te lavasse a pele e o arco íris te afagasse as feridas
só depois veio o sol aquecer-te a alma
e um pássaro que nunca tinha cantado, soltou as mais belas canções, acordando em ti, os sorrisos adormecidos
começou a chover para que a água te lavasse a pele e o arco íris te afagasse as feridas
só depois veio o sol aquecer-te a alma
e um pássaro que nunca tinha cantado, soltou as mais belas canções, acordando em ti, os sorrisos adormecidos
Tive medo não te reconhecer
era de noite
e tu permanecias luminosa como o firmamento transparente e azul dos teus desejos
era de noite
e tu permanecias luminosa como o firmamento transparente e azul dos teus desejos
MRodas
segunda-feira, 29 de abril de 2019
A biblioteca
Biblioteca Municipal de Lisboa
De cada vez que entro numa biblioteca lembro-me do manifesto de Umberto Eco, que recomendava as 10 maneiras fáceis para que uma biblioteca não funcione. https://www4.iel.unicamp.br/.../Eco_Umberto_De...
sábado, 20 de abril de 2019
No meio do caminho
Foto Mónica Oliveira
A Carlos Drumond de Andrade
No meio do caminho tinha uma pedra
era um caminho longo e estreito
mas tinha uma pedra no meio do caminho
e em cima da pedra
no meio do caminho
havia uma cruz partida em dois lugares
era um caminho longo e estreito
mas tinha uma pedra no meio do caminho
e em cima da pedra
no meio do caminho
havia uma cruz partida em dois lugares
A primeira vez foi quando te perguntei porquê
e o teu silencio perdurou até hoje
e o teu silencio perdurou até hoje
Assim estava a cruz
em cima duma pedra
que havia no meio do caminho
em cima duma pedra
que havia no meio do caminho
A segunda vez foi quando te perguntei porquê, porquê
e o teu silêncio perdurou até hoje
e o teu silêncio perdurou até hoje
Tudo porque havia uma pedra no meio do meu caminho
e em cima dela
uma cruz
e em cima dela
uma cruz
Agora sou eu a pedra no meio do caminho
as perguntas continuam sem resposta
o meio do caminho reluz
onde havia uma pedra
já não há uma cruz
MRodas
domingo, 14 de abril de 2019
quinta-feira, 4 de abril de 2019
Tempo de fantasmas
Logo a seguir ao jardim começou o céu a ficar escuro
e as trepadeiras nos muros escureciam a ruela
Mas foi depois
perto da tua ida e vinda
que o meu alheamento esbarrou no cume do muro feito de dias esquecidos
perto da tua ida e vinda
que o meu alheamento esbarrou no cume do muro feito de dias esquecidos
Soltaram-se os fantasmas aprisionados e raivosos
degladiaram-se nos nossos olhos
e nas nossas palavras malditas
Convocaram toda a angustia do mundo e vieram por a nossos pés o nosso sangue
Com o pé nu
esmagamos o coágulo
antes que ele nos esmagasse
Correram rios de sangue em lâminas retalhando a memória
nas maçãs, estátuas de sal e enxofre
rugas dum corpo impossível mas fatalmente presente
MRodas
quarta-feira, 27 de março de 2019
Paragem
Há ventos a cortar lâminas que apenas arrancam os sonhos da morte para uma vida a esvair-se
Há ventos a cortar o desespero de entregar o corpo às láminas que arrancam flores da morte
Há ventos a cortar o que a morte já apagou das mãos que te acariciaram em promessas de amor
Há ventos a cortar pela raiz o embrião duma noite sem estrelas vermelhas
Há ventos a cortar a solidão na confluēncia exata entre a saudade e a nostalgia dum amor das noites mil
Uma luz virá capaz de devolver ao vento o teu perfume de anjo alado
nas madrugadas azuis.
nas madrugadas azuis.
MRodas
terça-feira, 26 de março de 2019
segunda-feira, 18 de março de 2019
LISBOA ...ESCANDALOSA
Fui a Lisboa, com os amigos do NFO, orientados pela belga melhor informada e amante de Lisboa, a Jacqueline!
O tema era Lisboa escandalosa.
Aqui apresento alguns dos "escândalos" que encontrei, numa cidade em permanente renovação, à bolina do turismo.
Boca natural
Corpo inventado
Flores em orgia
S/abrigo ausente
Gaivota sedutora
Liberdade para 249 dias ou noites?
Diário de Notícias, Av. Liberdade
Escultura erótica em ferro
Palmeira erecta
Amolador, amola...
A bailarina na Escultura de Pinheiro Chagas
Antiga cadeia do Tronco, onde Camões esteve preso.
quinta-feira, 14 de março de 2019
Estrelas
Ao Mário Piçarra
Hä estrelas que, por nos convencerem que somos iguais, ficam connosco para sempre
Há estrelas que ao partirem iluminam a falta que nos fazem, brilham mais
Há estrelas cujo brilho ilumina a nossa viagem mesmo depois de partirem
Há estrelas que
partindo não partem
que indo não vão
que já não sendo ainda são
caladas cantam
quietas nos abraçam à vida
em gritos de silêncio e saudade!
partindo não partem
que indo não vão
que já não sendo ainda são
caladas cantam
quietas nos abraçam à vida
em gritos de silêncio e saudade!
MRodas
terça-feira, 19 de fevereiro de 2019
José de Sousa Rodas, Histórias e Memórias
Amigos, acabei de pôr à venda, na Amazon, este livro, contendo textos e fragmentos do meu pai, no centenário do seu nascimento, José de Sousa Rodas (18-4-1918 a 6-8-1992), nascido no lugar da Várzea, freguesia de Soajo, concelho de Arcos de Valdevez, sobre a sua infância e adolescência, o serviço militar e os Açores, aconselhamento aos pais sobre educação sexual, e cartas de amor.
Agradecia que adquirissem e ajudassem na divulgação, pois como não tenho distribuidora, preciso do vosso apoio para uma maior divulgação.
As encomendas devem ser feitas para
QUEM VIVE EM PORTUGAL
https://www.amazon.es/José-Sousa-Rodas-Histórias-Memórias/dp/1794245650/ref=sr_1_1?ie=UTF8&qid=1550592827&sr=8-1&keywords=jose+rodas
PARA O RESTO DO MUNDO
https://www.amazon.com/Sousa-Rodas-Histórias-Memórias-Portuguese/dp/1794245650/ref=sr_1_1_twi_pap_2?ie=UTF8&qid=1550593193&sr=8-1&keywords=JOSE+SOUSA+rodas
Se tiverem dificuldade entrem em contacto comigo para mrodas4@icloud.com
Obrigado
Manuel Rodas
José de Sousa Rodas, Histórias e Memórias
sábado, 16 de fevereiro de 2019
Longe
Longe
mas dentro de ti...
mas dentro de ti...
A tua sombra adormece nos braços dos meus dias
Vens descalça e nua
agarrar a minha aflição de criança
agarrar a minha aflição de criança
Cantas para que
acredite em ti
mas negas-me todos os dias
como se eu fosse papiro a boiar nas águas desse rio
ou aragem dessa serra
acredite em ti
mas negas-me todos os dias
como se eu fosse papiro a boiar nas águas desse rio
ou aragem dessa serra
Sim
o teu silêncio mente
porque eu já não existo
longe...
o teu silêncio mente
porque eu já não existo
longe...
Eu estou aqui
sentado na tua sombra
onde ecoa a saudade
sentado na tua sombra
onde ecoa a saudade
Mesmo que me venha embora
a sombra fica aí contigo
para sempre
a sombra fica aí contigo
para sempre
meu amor
MRodas
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