terça-feira, 14 de maio de 2019

Beber na tua fonte

depois do silencio    tu
depois da fome    tu
depois da angustia    tu
depois de ti   eu


beber nos córregos e arrepios de luar     o teu corpo
toda a sede que juntei nos caminhos     quase morto
conjugar os sentidos numa gramática à maresia
letra 
sangue poema e nervo com desespero e nostalgia

em ti o deserto se perdeu
mata me a mim que sou teu
mata a sede que é tua
leva-me ao mar distante e feio
numa caravela de alma nua

recebe as flores de punho em riste
e tece em cada mão, em cada seio
a história mais livre que já viste


eu pedra
tu água
eu sede
tu fonte
eu rio
tu ponte

MRodas

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