domingo, 11 de agosto de 2024

Matar, matar e matar.

 Como perdoar estas mortes? O que dizer às crianças e à nossa consciência?



Diário Notícias, 11 agosto 2024


sábado, 10 de agosto de 2024

Aleluia

 Em Óbidos.





Como fazer férias sem dinheiro

 



O meu amigo Alexandre Inácio tem uma sentido prático da vida muito invejável. Vejam o que ele aconselha.

Fazer férias sem gastar dinheiro pode ser desafiador, mas é possível se você for criativo e estiver disposto a explorar opções alternativas. Aqui estão algumas ideias:


1. **Staycation (férias em casa)**:

   - Aproveite sua cidade ou região como um turista. Visite parques, museus gratuitos, trilhas, ou participe de eventos locais.

   - Planeje atividades especiais em casa, como noites de filmes, maratonas de séries, ou um dia de spa caseiro.


2. **Troca de casas**:

   - Considere trocar de casa com amigos ou familiares por um período. Isso permite que você viaje para outra cidade ou região sem pagar por hospedagem.


3. **Voluntariado**:

   - Procure programas de voluntariado que ofereçam alojamento e alimentação em troca do seu trabalho. Algumas opções incluem fazendas orgânicas (como WWOOF) ou hostels que aceitam voluntários.


4. **Acampamento gratuito**:

   - Se você gosta de natureza, procure áreas onde é permitido acampar gratuitamente. Lembre-se de verificar as regras locais e levar o equipamento necessário.


5. **Visitar amigos e familiares**:

   - Passe as férias na casa de amigos ou familiares em outra cidade. Isso pode proporcionar uma mudança de cenário sem custos de hospedagem.


6. **Caminhadas e trilhos**:

   - Planeje uma série de caminhadas ou trilhos pela natureza. Isso é gratuito e uma ótima maneira de relaxar e se conectar com a natureza.


7. **Atividades comunitárias gratuitas**:

   - Procure por eventos gratuitos na sua comunidade, como festivais, shows ao ar livre, ou workshops.


8. **Exploração local**:

   - Faça um passeio de bicicleta, descubra novas áreas da sua cidade ou simplesmente explore a pé. Muitas vezes, passamos por lugares interessantes no dia a dia sem realmente conhecê-los.


9. **Programas de aprendizagem**:

   - Use o tempo livre para aprender algo novo. Existem muitos cursos online gratuitos em diversas áreas, como fotografia, culinária, ou artesanato.


10. **Troca de habilidades**:

    - Ofereça algo que você saiba fazer em troca de uma estadia ou atividades. Por exemplo, você pode ensinar inglês, ajudar na jardinagem ou cuidar de crianças em troca de hospedagem ou refeições.


11. **Couchsurfing**:

    - Use plataformas como Couchsurfing para encontrar pessoas dispostas a oferecer hospedagem gratuita. Além de economizar, você pode fazer amigos e aprender mais sobre a cultura local.


12. **Exploração de bibliotecas**:

    - Muitas bibliotecas oferecem mais do que apenas livros. Elas podem ter filmes, exposições, palestras e eventos culturais gratuitos que você pode aproveitar.


13. **Passeios de bicicleta**:

    - Se você tiver uma bicicleta, planeje passeios longos por áreas rurais ou parques. É uma forma de explorar novos lugares, fazer exercício e se divertir sem custos.


14. **Visitas a locais históricos**:

    - Visite locais históricos ou culturais em sua área que não cobram entrada. Muitas vezes, há ruínas, monumentos, ou centros culturais que oferecem visitas gratuitas.


15. **Jardinagem comunitária**:

    - Participe de um projeto de jardinagem comunitária. Além de ser uma atividade ao ar livre, você pode aprender sobre plantas e até levar para casa alguns alimentos frescos.


16. **Eventos em universidades**:

    - Universidades frequentemente oferecem palestras, exibições de filmes, peças de teatro, e outros eventos culturais abertos ao público. Verifique o calendário das universidades próximas.


17. **Intercâmbio de experiências**:

    - Organize um grupo de amigos para compartilhar experiências sem custos. Cada pessoa pode ensinar algo que sabe, como cozinhar, pintar, tocar um instrumento, etc.


18. **Desafios pessoais**:

    - Crie desafios para si mesmo, como fotografar todos os dias algo que você nunca havia notado antes, escrever um diário de viagem mesmo sem sair da sua cidade, ou fazer uma série de receitas novas.


19. **Aulas e workshops gratuitos**:

    - Muitas lojas ou centros comunitários oferecem aulas gratuitas de artesanato, culinária, yoga, etc. Participar dessas atividades pode ser uma forma de aprender algo novo e conhecer pessoas.


20. **Caminhadas urbanas**:

    - Planeje uma caminhada urbana explorando bairros que você normalmente não visita. Você pode descobrir novos cafés, lojas locais e arte de rua sem gastar nada além de energia.


21. **Explorar feiras e mercados**:

    - Visite feiras e mercados locais, onde você pode observar a cultura, provar amostras grátis e conhecer melhor a economia local.


22. **Caça ao tesouro**:

    - Organize uma caça ao tesouro para si mesmo ou para amigos, com desafios ou objetivos específicos para serem encontrados na cidade.


23. **Roteiro gastronômico caseiro**:

    - Recrie em casa a experiência de um roteiro gastronômico, experimentando receitas de diferentes culturas ou regiões em cada refeição.


24. **Passeios de transporte público**:

    - Se a sua cidade tem um bom sistema de transporte público, embarque em um ônibus ou trem para um bairro ou cidade vizinha, apenas para explorar e observar a vida local.


25. **Projetos de arte ao ar livre**:

    - Use materiais que você tem em casa para fazer arte ao ar livre, como pintar pedras, criar colagens com folhas e flores, ou fazer esculturas de areia em uma praia ou parque.


Essas atividades podem tornar suas férias memoráveis sem comprometer seu orçamento, incentivando você a redescobrir o valor das pequenas coisas e da criatividade.


Alexandre Inácio

sexta-feira, 9 de agosto de 2024

Árvores

 





Abraço-te árvore 
Por me seguires até aqui
Por andares na minha sombra
A lembrar me os sonhos verdes
Eu que só sabia sonhar azul!


Abraço-te porque choras
Lágrimas de cristal e seiva
A desgraça de existir sem verde
Tombada e resignada
Abraço que foi e se perde.



Abraço-te porque tombaste
Num vale estrito e solitário
Frondosa e pujante que foste
E agora jazes relíquia 
Testemunha de combate milenário! 





É nos teus veios secos e perfumados
Que reconheço a nossa aventura conjunta
Filhos de deuses alados
Romeiros de  promessa alheia
Sem bordão abraço ou epopeia!







quinta-feira, 8 de agosto de 2024

Como lidar com um filho da p…

 



Lidar com alguém que você considera extremamente difícil ou que causou muito dano emocional pode ser desafiador. Aqui estão algumas estratégias que podem ajudar:


1. **Manter a Calma**: É fundamental manter a calma ao interagir com essa pessoa. Respire fundo e conte até dez antes de responder, para evitar reações impulsivas que possam piorar a situação.


2. **Estabelecer Limites Claros**: Seja assertivo ao estabelecer limites. Deixe claro o que você não tolerará e mantenha-se firme em suas decisões. Dizer "não" é uma parte importante de proteger seu bem-estar.


3. **Não Levar para o Lado Pessoal**: Muitas vezes, o comportamento negativo da outra pessoa reflete mais sobre ela do que sobre você. Tente não internalizar suas ações ou palavras.


4. **Comunicação Clara e Direta**: Quando precisar falar com essa pessoa, seja claro e direto. Evite ambiguidades e mantenha a conversa focada nos fatos, evitando ataques pessoais.


5. **Distância e Espaço**: Sempre que possível, limite o tempo que passa com essa pessoa. Criar distância pode ajudar a reduzir o estresse e a tensão.


6. **Buscar Apoio**: Converse com amigos, familiares ou um terapeuta sobre a situação. Obter uma perspectiva externa pode ser útil e fornecer suporte emocional.


7. **Documentação**: Se a situação envolver um ambiente de trabalho ou outro contexto formal, documente as interações problemáticas. Isso pode ser útil se for necessário envolver autoridades ou superiores.


8. **Autocuidado**: Priorize seu próprio bem-estar. Envolva-se em atividades que o relaxem e tragam alegria, como hobbies, exercícios físicos e práticas de relaxamento.


9. **Escolha Suas Batalhas**: Decida quais questões valem a pena discutir e quais podem ser ignoradas. Nem toda provocação merece uma resposta.


10. **Buscar Soluções**: Tente encontrar soluções construtivas para os problemas, em vez de se concentrar apenas nos conflitos. Isso pode envolver mediação ou encontrar compromissos.


11. **Evitar Confrontos Públicos**: Confrontos em público podem escalar rapidamente. Tente resolver conflitos em ambientes privados onde ambos possam falar abertamente sem pressões externas.


12. **Planejar a Saída**: Em casos extremos, onde a relação se torna insustentável, considere planejar uma saída da situação, seja terminando um relacionamento pessoal, mudando de emprego ou afastando-se dessa pessoa.


Essas estratégias podem ajudar a lidar com pessoas difíceis de maneira mais eficaz e proteger sua saúde mental e emocional.

Alexandre Inácio

segunda-feira, 5 de agosto de 2024

Questionário sobre diferenças dos últimos 50 anos, em Portugal

 



Aqui está um questionário focado nas diferenças entre a vida em Portugal há 50 anos e atualmente, com ênfase na repressão política, falta de liberdade, pobreza, atraso cultural e analfabetismo.


 Questionário: Diferenças entre a vida em Portugal há 50 anos e agora.


1. **Liberdade e Repressão Política**

    - a) Como era a situação política em Portugal há 50 anos (durante o Estado Novo)?

        - ( ) Existia uma polícia política (PIDE/DGS) que reprimia opositores

        - ( ) Havia censura e controle da imprensa

        - ( ) Participação política limitada e sem eleições livres

        - ( ) Todas as alternativas acima

    - b) Como é a situação política em Portugal atualmente?

        - ( ) Democracia plena com eleições livres

        - ( ) Liberdade de imprensa e expressão

        - ( ) Participação política aberta a todos os cidadãos

        - ( ) Todas as alternativas acima


2. **Liberdade de Expressão**

    - a) Como era a liberdade de expressão em Portugal há 50 anos?

        - ( ) Severamente limitada e controlada pelo regime

        - ( ) Censura de livros, jornais e outras publicações

        - ( ) Perseguição de opositores e dissidentes

        - ( ) Todas as alternativas acima

    - b) Como é a liberdade de expressão em Portugal hoje?

        - ( ) Protegida pela Constituição

        - ( ) Diversidade de opiniões na mídia

        - ( ) Livre acesso a informações e debates públicos

        - ( ) Todas as alternativas acima


3. **Educação e Analfabetismo**

    - a) Como era o nível de alfabetização e acesso à educação em Portugal há 50 anos?

        - ( ) Alto índice de analfabetismo

        - ( ) Educação básica limitada e com poucos recursos

        - ( ) Ensino superior acessível a poucos

        - ( ) Todas as alternativas acima

    - b) Como é o nível de alfabetização e acesso à educação em Portugal atualmente?

        - ( ) Baixo índice de analfabetismo

        - ( ) Educação básica gratuita e universal

        - ( ) Ensino superior mais acessível e diversificado

        - ( ) Todas as alternativas acima


4. **Condições Econômicas e Pobreza**

    - a) Como eram as condições econômicas e a pobreza em Portugal há 50 anos?

        - ( ) Alta taxa de pobreza e desigualdade

        - ( ) Baixo salário médio e poucas oportunidades de emprego

        - ( ) Dependência da agricultura e setores primários

        - ( ) Todas as alternativas acima

    - b) Como são as condições econômicas e a pobreza em Portugal hoje?

        - ( ) Melhoria nos índices de pobreza e desigualdade

        - ( ) Maior diversificação da economia e setores de emprego

        - ( ) Melhoria dos salários e condições de trabalho

        - ( ) Todas as alternativas acima


5. **Cultura e Acesso à Informação**

    - a) Como era o acesso à cultura e à informação em Portugal há 50 anos?

        - ( ) Acesso restrito a eventos culturais e literários

        - ( ) Informação controlada pelo Estado

        - ( ) Poucas oportunidades de expressão cultural livre

        - ( ) Todas as alternativas acima

    - b) Como é o acesso à cultura e à informação em Portugal atualmente?

        - ( ) Amplo acesso a eventos culturais e literários

        - ( ) Informação livre e acessível a todos

        - ( ) Oportunidades variadas de expressão cultural

        - ( ) Todas as alternativas acima


6. **Liberdade de Movimento e Imigração**

    - a) Como era a liberdade de movimento e imigração em Portugal há 50 anos?

        - ( ) Restrição de viagens ao exterior

        - ( ) Emigração forçada devido à pobreza e repressão

        - ( ) Controle rigoroso das fronteiras

        - ( ) Todas as alternativas acima

    - b) Como é a liberdade de movimento e imigração em Portugal atualmente?

        - ( ) Livre circulação dentro da União Europeia

        - ( ) Políticas de imigração mais abertas

        - ( ) Acesso a oportunidades internacionais de estudo e trabalho

        - ( ) Todas as alternativas acima


7. **Saúde e Assistência Social**

    - a) Como era o acesso a cuidados de saúde e assistência social em Portugal há 50 anos?

        - ( ) Sistema de saúde limitado e com poucos recursos

        - ( ) Acesso restrito a serviços de saúde para os mais pobres

        - ( ) Pouca assistência social e suporte do governo

        - ( ) Todas as alternativas acima

    - b) Como é o acesso a cuidados de saúde e assistência social em Portugal atualmente?

        - ( ) Sistema Nacional de Saúde acessível a todos

        - ( ) Melhoria na qualidade dos serviços de saúde

        - ( ) Ampla rede de assistência social e suporte governamental

        - ( ) Todas as alternativas acima


8. **Habitação e Qualidade de Vida**

    - a) Como eram as condições de habitação e qualidade de vida em Portugal há 50 anos?

        - ( ) Condições de habitação precárias para muitos

        - ( ) Infraestrutura urbana limitada e desigual

        - ( ) Baixo acesso a serviços básicos

        - ( ) Todas as alternativas acima

    - b) Como são as condições de habitação e qualidade de vida em Portugal atualmente?

        - ( ) Melhoria significativa nas condições de habitação

        - ( ) Infraestrutura urbana desenvolvida

        - ( ) Maior acesso a serviços básicos e de qualidade

        - ( ) Todas as alternativas acima


9. **Direitos Humanos e Igualdade**

    - a) Como eram os direitos humanos e a igualdade em Portugal há 50 anos?

        - ( ) Violação frequente dos direitos humanos

        - ( ) Desigualdade de gênero e discriminação

        - ( ) Limitação dos direitos civis e políticos

        - ( ) Todas as alternativas acima

    - b) Como são os direitos humanos e a igualdade em Portugal atualmente?

        - ( ) Proteção dos direitos humanos garantida por lei

        - ( ) Promoção da igualdade de gênero e combate à discriminação

        - ( ) Direitos civis e políticos assegurados para todos

        - ( ) Todas as alternativas acima


10. **Participação e Mobilização Social**

    - a) Como era a participação e mobilização social em Portugal há 50 anos?

        - ( ) Repressão a movimentos sociais, partidos e sindicatos

        - ( ) Proibição de manifestações e protestos

        - ( ) Controle estatal sobre a mobilização social

        - ( ) Todas as alternativas acima

    - b) Como é a participação e mobilização social em Portugal atualmente?

        - ( ) Liberdade de manifestação e protesto

        - ( ) Fortalecimento dos movimentos sociais, partidos e sindicatos

        - ( ) Participação ativa da sociedade civil

        - ( ) Todas as alternativas acima


Este questionário pode ajudar a explorar as profundas mudanças em Portugal ao longo das últimas cinco décadas, destacando os avanços em liberdade, educação, economia e qualidade de vida.

PS Nao deixa de ser interessante, como a IA se esqueceu da guerra colonial!

Alexandre Inácio


terça-feira, 30 de julho de 2024

Leitores



 Muito obrigado pela vossa escolha! Partilhem com os amigos. 

Singapura ultrapassou a Rússia!

Obrigado.

sexta-feira, 26 de julho de 2024

O amor

 

Pintura, MRodas

Gostava de te fazer um poema de amor

Que falasse de sol, terra e mar, fogo e seiva, de mim e de ti

Gostava mesmo

Como havia de declinar compromisso e crescimento interior, em todos os tempos e modos

Que falasse de florestas e flores nas rugas do teu corpo

Na volúpia do estertor da alma

Com rios e cordas de ternura e beijos

Sim, como eu gostava de inventar um poema de palavras úteis e sensíveis, quadras, versos, música e danças numa única estrofe, com muitas folhas verdes

E como eu saberia dançar dentro de ti, num mar de anémonas e festas, ondas de posse e partilha,  rios de fluídos ternos, êxtase vibrante de amor


Mas não consigo

Não, porra, não consigo evitar esta crueldade que nos ameaça de vida e morte

Não consigo esquecer ou fazer de conta que não vejo

A guerra à minha porta, os sem abrigo, a morte de crianças palestinas e ucranianas, de muitas crianças no mundo

Corpos tenros que nunca hão de amar e já desistiram de correr e brincar. E como suas maes morrem por dentro negando aos olhos o que o útero criou e o coração embalou

Morrem todos sem saber de que morrem

Sem saberem porque morrem

Não há pior morte do que não saber 

Porque se tem de morrer


Morrem os mortos com a dor dos vivos

Que também não sabem porque têm de viver. É a morte que desejam, porque a vida os matou vivos

Os matou em vida para que a morte não os torture novamente

Mais tortura

Na água que não há, 

na comida que não há

Na esperança que não há

Nem ar ou fogo, ou terra ou mar

Não há mais nada

Nada. Apenas a dança da morte, que de tanto dançar na tv, adormeceu a nossa revolta e indignação

Como queres que te fale de amor? 

Para isso é preciso estar vivo, sentir na pele a aragem do teu sorriso

Se estou morto, porque sorrirás tu? 

Se morreste comigo porque estarei eu vivo a cantar o amor? 

Qual amor? 

Não há amor com a morte deitada a meu lado, o escuro fétido, o horror de sentir que morremos porque nos deixamos matar

E nos matam mesmo  assim 

Eu queria escrever um poema de amor que parasse esta hemorragia

Que dissesse que todo o homem e toda a mulher são meus irmãos

Que todas as crianças são nossos filhos

Que juntos prosseguimos a viagem que vai daqui onde quisermos num caminho sempre por fazer

Queria caminhar com a humanidade em direção ao horizonte com promessas de paz e liberdade

Eu queria ser uma areia viva e brilhante neste deserto de humanidade decente

Mesmo rente ao que a gente sente

Vou escrever o poema de amor

Vou escrever para que saibam que o amor nunca se sabe onde começa e onde acaba

Mas que passa aqui, por mim e por ti, no ranger das horas sumidas de cada dia

No compromisso e respeito

Da atração e desejo

Da verdade e liberdade

Que só amor nos pode salvar

A passar do ontem para o amanhã 

O amor é um cavaleiro de ar e vento, de sol e fantasia autêntica de realidade

Que nos abraça e nos leva pela mão

A semear cada semente

Que cresce e diz NÃO.

Afinal, sempre escrevi o poema de amor!

MRodas

domingo, 21 de julho de 2024

Processo criativo




 O processo criativo, para além das características e sensibilidade do seu autor, tem em conta o que as gerações de pensadores e artistas anteriores fizeram e pensaram sobre o tema.


1. **Influência e Inspiração**: Artistas muitas vezes se inspiram no trabalho de seus predecessores, usando suas técnicas, estilos e temas como ponto de partida para novas criações. Isso é evidente em movimentos artísticos onde cada geração reage à anterior, como o  Impressionismo reagindo ao Realismo, e o Modernismo reagindo ao Impressionismo.


2. **Diálogo e Continuidade**: O trabalho de artistas pode ser visto como um diálogo contínuo ao longo do tempo. Artistas podem responder ou comentar diretamente sobre as obras de seus antecessores, expandindo ou desafiando suas ideias. Por exemplo, Pablo Picasso e Georges Braque desenvolveram o Cubismo em parte como uma resposta às obras de Paul Cézanne.


3. **Aprendizagem Técnica**: Muitos artistas aprendem habilidades e técnicas estudando as obras de mestres anteriores. Isso pode envolver a cópia de obras-primas, o estudo da teoria da arte, ou o aprendizado em escolas que ensinam métodos tradicionais.


4. **Contexto Histórico e Cultural**: A compreensão do contexto histórico e cultural em que as obras anteriores foram criadas pode influenciar a produção artística contemporânea. Artistas podem refletir sobre os eventos históricos que influenciaram as obras do passado e como esses eventos se relacionam com a realidade atual.


5. **Inovação e Rejeição**: Em alguns casos, artistas deliberadamente se afastam ou rejeitam as práticas de gerações anteriores para criar algo novo e inovador. Esse impulso pode levar a movimentos de vanguarda que rompem com tradições estabelecidas, como o Dadaísmo ou o Surrealismo.


6. **Reinterpretação e Apropriação**: Artistas contemporâneos frequentemente reimaginam ou apropriam obras do passado, colocando-as em novos contextos ou alterando-as para fazer declarações atuais. Este processo pode ser visto no trabalho de artistas como Sherrie Levine, que recria fotografias de Walker Evans, ou em movimentos como o Pop Art, que se apropriam de imagens da cultura de massa.


7. **Estudo Crítico e Teórico**: A crítica de arte e a teoria desempenham um papel importante no entendimento e na evolução da prática artística. Muitos artistas leem e respondem a teorias críticas e análises de obras anteriores, usando esses insights para informar suas próprias criações. Por exemplo, a teoria pós-moderna questiona a ideia de originalidade, o que influencia artistas a explorarem a reciclagem de ideias e formas.


8. **Revitalização de Técnicas Tradicionais**: Em alguns casos, artistas contemporâneos podem reviver ou reinterpretar técnicas tradicionais que caíram em desuso. Isso pode ser visto na cerâmica, no bordado, na tapeçaria e em outras formas de arte que são revisitadas e renovadas por artistas contemporâneos, trazendo novas dimensões e significados.


9. **Confronto e Provocação**: Muitas vezes, a relação com o passado pode ser de confronto ou provocação. Artistas como Marcel Duchamp, com seu famoso "Fountain", desafiaram as convenções artísticas estabelecidas e as percepções do que pode ser considerado arte, influenciando gerações subsequentes a questionarem e redefinirem essas fronteiras.


10. **Influência Multidisciplinar**: O processo criativo de muitos artistas não se limita às artes visuais, mas é influenciado por outras disciplinas como literatura, música, filosofia e ciência. Por exemplo, o Surrealismo foi fortemente influenciado pelas teorias psicanalíticas de Sigmund Freud, enquanto muitos artistas contemporâneos se inspiram em avanços tecnológicos e científicos.


11. **Mentoria e Linhagens Artísticas**: As tradições de mentoria e aprendizagem de mestres desempenham um papel crucial na transmissão de conhecimentos e técnicas de uma geração para a outra. Grandes mestres como Michelangelo e Leonardo da Vinci não só criaram suas próprias obras, mas também influenciaram diretamente seus alunos e assistentes, perpetuando e evoluindo estilos e abordagens artísticas.


12. **Intercâmbio Cultural e Globalização**: A globalização e o intercâmbio cultural permitem que artistas contemporâneos tenham acesso a uma vasta gama de influências históricas e culturais de diferentes partes do mundo. Isso resulta em um enriquecimento do processo criativo, onde elementos de várias tradições artísticas são combinados e recontextualizados.


13. **Documentação e Arquivamento**: A existência de arquivos, museus, e coleções de obras de arte proporciona aos artistas contemporâneos acesso a uma vasta documentação visual e teórica. O estudo de catálogos raisonné, escritos de artistas e críticos do passado, e exposições retrospectivas permite um entendimento profundo das trajetórias artísticas anteriores e como elas podem ser reinterpretadas.


14. **Resgate e Resgate Crítico**: O processo de redescobrir e valorizar artistas que foram negligenciados ou marginalizados ao longo da história também faz parte do processo criativo contemporâneo. Movimentos como o feminismo e a revisão pós-colonial têm trazido à tona o trabalho de artistas cujas contribuições foram subestimadas, influenciando a produção artística atual.


Cada uma dessas facetas contribui para um processo criativo que é dinâmico e constantemente em evolução, mantendo um diálogo contínuo com o passado ao mesmo tempo que olha para o futuro.

Alexandre Inácio



segunda-feira, 15 de julho de 2024

Diálogos controversos

 

(Cenário: uma sala de espera em um consultório médico)


**Racista**: (olhando para a pessoa deficiente) Nossa, você não acha que pessoas como você deviam ter lugares especiais para esperar? Assim não atrapalham os outros.


**Pessoa Deficiente**: (calmamente) Lugares especiais? Você está dizendo que eu, por ser deficiente, não deveria estar aqui como qualquer outra pessoa?


**Racista**: Sim, exatamente. E as pessoas da sua raça também. Vocês não deveriam estar misturados com a gente.


**Pessoa Deficiente**: Você realmente acha que é melhor do que eu por não ter uma deficiência ou por ser de outra raça?


**Racista**: É claro! Pessoas como eu são superiores, você sabe disso.


**Pessoa Deficiente**: Superioridade não se mede pela cor da pele ou pela ausência de uma deficiência. Medimos pela nossa empatia, respeito e humanidade. E pelo que vejo, você está bastante em falta nessas áreas.


**Racista**: (irritado) Você tem muita coragem de falar comigo assim!


**Pessoa Deficiente**: Tenho coragem, sim. E não vou deixar alguém como você me diminuir. Eu mereço estar aqui tanto quanto qualquer outra pessoa. 


**Racista**: (em silêncio, visivelmente desconfortável)


**Pessoa Deficiente**: A verdade é que todos nós temos o direito de sermos tratados com dignidade e respeito. Talvez você devesse pensar sobre isso.


**(A recepcionista chama o próximo paciente)**


**Pessoa Deficiente**: Com licença, é a minha vez. Tenha um bom dia. E espero que um dia você possa ver além do preconceito e entender o verdadeiro valor das pessoas.


(A pessoa deficiente se levanta e segue para o consultório, deixando o racista refletindo sobre suas palavras.)


II ATO

(Cenário: a sala de espera continua silenciosa. Outras pessoas presentes observam a interação)


**Racista**: (tentando se justificar para os outros na sala) Vocês ouviram o que ele disse? Ele estava me desrespeitando!


**Pessoa Deficiente**: (virando-se para o racista, antes de entrar no consultório) Eu não desrespeitei você. Apenas não aceito ser tratado como inferior. Todos merecemos respeito.


**Racista**: (tentando recuperar a compostura) Respeito é algo que se conquista.


**Pessoa Deficiente**: Exatamente. E respeito também se dá, independentemente de raça, deficiência ou qualquer outra diferença. 


**Racista**: (ainda irritado) E quem decide isso? Você?


**Pessoa Deficiente**: Não sou só eu. A sociedade está evoluindo, e as leis também refletem isso. Discriminação e preconceito são combatidos justamente porque sabemos que são errados. 


**Uma Mulher Idosa na Sala de Espera**: (intervindo) Ele está certo. Já vimos muito ódio e preconceito. Não precisamos mais disso. Somos todos seres humanos.


**Racista**: (olhando ao redor, percebendo que está perdendo apoio) Talvez eu tenha me expressado mal...


**Pessoa Deficiente**: Todos cometem erros. O importante é aprender com eles e mudar. 


**Racista**: (respirando fundo) Talvez você tenha razão. Nunca pensei muito sobre isso. 


**Pessoa Deficiente**: É um começo. Todos podemos aprender a ser melhores.


**Recepcionista**: (chamando a pessoa deficiente novamente) Senhor, pode entrar agora.


**Pessoa Deficiente**: (sorrindo para o racista e os outros na sala) Até logo. 


(A pessoa deficiente entra no consultório, e a sala de espera fica em silêncio por um momento)


**Racista**: (pensativo) Talvez seja hora de eu reconsiderar minhas atitudes. Desculpem a todos.


**Uma Mulher Jovem na Sala de Espera**: Reconhecer que precisamos mudar é um grande passo. 


(A sala volta a ficar em silêncio, mas o ambiente está mais leve, com as pessoas refletindo sobre a importância do respeito e da igualdade.)


III ATO


Aqui está um exemplo de uma conversa dramática entre um racista e uma pessoa com deficiência, onde o racista precisa desesperadamente de ajuda:


---


**Cena: Um estacionamento vazio à noite. Um carro está com o pneu furado e o motorista, João, está lutando para trocá-lo. Ele está visivelmente irritado e ansioso. Pedro, um homem com deficiência que usa muletas, passa pelo local.**


**João:** (resmunga) Droga! Isso não pode estar acontecendo agora.


**Pedro:** (aproximando-se) Ei, você precisa de ajuda?


**João:** (olha para Pedro com desdém e hesita) Não... não... eu estou bem.


**Pedro:** (notando a dificuldade de João) Parece que você está tendo problemas com o pneu. Eu sei como trocar, posso ajudar.


**João:** (nervoso e desconfortável) Eu disse que estou bem.


**Pedro:** (paciente) Tudo bem, mas estou aqui se você mudar de ideia.


**João:** (tentando, mas falhando em trocar o pneu) Maldito pneu... (olha ao redor, vê Pedro ainda por perto)


**Pedro:** (com um leve sorriso) Não é tão difícil, você só precisa de um pouco de prática.


**João:** (com raiva e frustração) Por que você se importa? Não precisa da sua piedade.


**Pedro:** Não é piedade, é apenas ajuda. Todos precisamos de ajuda às vezes.


**João:** (respira fundo, luta com seus preconceitos) Escuta... eu... eu realmente preciso de ajuda. Eu não consigo fazer isso sozinho.


**Pedro:** (se aproxima) Sem problemas, vamos fazer isso juntos. (começa a ajudar João)


**João:** (hesitante) Eu... eu sinto muito. Pelo que eu disse... e pelo que pensei de você. Foi errado.


**Pedro:** (calmo e compreensivo) Não se preocupe. O importante é que estamos aqui agora, ajudando um ao outro.


**João:** (abaixa a cabeça, envergonhado) Obrigado. Eu realmente agradeço.


**Pedro:** (sorri) De nada. Todos nós temos nossos momentos. Agora, vamos terminar isso.


Alexandre Inácio

sexta-feira, 12 de julho de 2024

14 - Censura ao movimento LGBT+

 



14 - Censura ao movimento LGBT+

A censura ao movimento LGBT+ em sociedades capitalistas tradicionais pode ser compreendida através de uma análise multifacetada, considerando fatores econômicos, sociais, políticos e culturais. Aqui estão algumas das principais razões:

### 1. **Manutenção da Ordem Social Tradicional**

- **Papel da Família Nuclear**: No capitalismo tradicional, a família nuclear (heterossexual, com papéis de gênero bem definidos) é vista como a unidade básica de consumo e reprodução da força de trabalho. Qualquer forma de sexualidade ou estrutura familiar que desafie esse modelo é percebida como uma ameaça à estabilidade e à ordem social.

- **Normas e Valores Conservadores**: Muitas sociedades capitalistas tradicionais são influenciadas por valores conservadores e religiosos que promovem normas heteronormativas e patriarcais. Essas normas são mantidas para garantir a conformidade social e a continuidade de estruturas hierárquicas.

### 2. **Controle e Dominação**

- **Poder e Autoridade**: Instituições como o Estado, a religião e a família tradicional exercem controle sobre a sexualidade como uma forma de manter a autoridade e a dominação. Movimentos que desafiam essas normas, como o movimento LGBT+, são vistos como subversivos e potencialmente desestabilizadores.

- **Repressão Sexual**: Conforme argumentado por Wilhelm Reich, a repressão sexual pode ser usada como uma ferramenta de controle social. A liberação sexual, promovida pelo movimento LGBT+, ameaça essas estruturas de controle ao desafiar as normas repressivas.


### 3. **Economia e Consumismo**

- **Mercado de Consumo**: A economia capitalista depende de consumidores previsíveis e conformistas. A inclusão de diversas identidades sexuais e de gênero pode ser vista como uma complicação para mercados estabelecidos e campanhas de marketing tradicionais que se baseiam em estereótipos de gênero e papéis sexuais normativos.

- **Resistência à Diversidade**: A diversidade promovida pelo movimento LGBT+ pode ser percebida como uma ameaça às práticas empresariais conservadoras. Empresas e mercados que se beneficiam da manutenção de normas tradicionais podem resistir às mudanças que o movimento LGBT+ representa.


### 4. **Política e Legislação**

- **Legislação Discriminatória**: Em muitas sociedades capitalistas tradicionais, existem leis e políticas que discriminam pessoas LGBT+, limitando seus direitos e proteções. Essas leis refletem e reforçam os valores conservadores predominantes.

- **Interesses Políticos**: Políticos conservadores muitas vezes usam a oposição ao movimento LGBT+ como uma estratégia para mobilizar eleitores conservadores e garantir apoio político. Ao censurar o movimento LGBT+, eles podem consolidar seu poder e influência.


### 5. **Cultura e Mídia**

- **Representação e Invisibilidade**: A mídia em sociedades capitalistas tradicionais frequentemente representa a heteronormatividade como a norma, marginalizando ou distorcendo as representações de pessoas LGBT+. Isso reforça a invisibilidade e a estigmatização das identidades LGBT+.

- **Propaganda e Publicidade**: A publicidade e a propaganda frequentemente utilizam imagens e narrativas que sustentam normas sexuais tradicionais, excluindo ou estereotipando pessoas LGBT+. Isso perpetua preconceitos e limita a aceitação social.


### 6. **Interseccionalidade e Desigualdade**

- **Interseções de Opressão**: Pessoas LGBT+ frequentemente enfrentam múltiplas formas de opressão, incluindo aquelas baseadas em raça, classe, gênero e sexualidade. A interseccionalidade dessas opressões pode intensificar a censura e a marginalização.

- **Desigualdade Econômica**: Pessoas LGBT+ muitas vezes enfrentam desigualdades econômicas adicionais, incluindo discriminação no emprego e na habitação, o que pode ser exacerbado por políticas e práticas capitalistas.


### 7. **História e Tradição**

- **História de Opressão**: Em muitas sociedades, a discriminação contra pessoas LGBT+ tem raízes profundas na história e tradição. Essas tradições são frequentemente mantidas como uma forma de preservar a identidade cultural e social de um grupo, e qualquer mudança é vista como uma ameaça à continuidade dessas tradições.

- **Colonialismo e Imperialismo**: As influências coloniais também têm um papel na opressão de pessoas LGBT+. Muitas culturas indígenas tinham concepções de gênero e sexualidade mais fluidas e inclusivas que foram suprimidas pelos colonizadores europeus, que impuseram suas próprias normas heteronormativas e patriarcais.


### 8. **Religião e Moralidade**

- **Doutrinas Religiosas**: Muitas religiões dominantes em sociedades capitalistas tradicionais condenam práticas e identidades LGBT+. A interpretação literal de textos religiosos é frequentemente usada para justificar a discriminação e a censura, promovendo a ideia de que a heterossexualidade é a única forma moralmente aceitável de sexualidade.

- **Moralidade Pública**: As normas religiosas muitas vezes influenciam as leis e políticas públicas, criando um ambiente onde a moralidade é legislada e a diversidade sexual é criminalizada ou marginalizada. Isso fortalece a posição de grupos conservadores que se opõem ao movimento LGBT+.


### 9. **Medo e Desinformação**

- **Medo do Desconhecido**: A falta de educação e compreensão sobre questões LGBT+ leva ao medo e à desinformação. Este medo é explorado por forças conservadoras para promover agendas anti-LGBT+, perpetuando mitos e estereótipos prejudiciais.

- **Campanhas de Desinformação**: Grupos anti-LGBT+ frequentemente utilizam campanhas de desinformação para espalhar ideias falsas e alarmistas sobre pessoas LGBT+, sugerindo que elas são uma ameaça à sociedade ou que suas identidades são anormais ou imorais.


### 10. **Psicologia de Massa**

- **Conformidade Social**: As sociedades capitalistas tradicionais frequentemente incentivam a conformidade e a adesão a normas estabelecidas. A diversidade sexual e de gênero desafia essas normas, criando um ambiente onde aqueles que se desviam são marginalizados ou ostracizados.

- **Psicologia de Grupo**: A pressão para se conformar às expectativas de grupo pode levar indivíduos a rejeitar ou censurar identidades LGBT+, mesmo que pessoalmente possam ter simpatia ou compreensão. Isso é exacerbado pela dinâmica de grupo e a necessidade de pertencimento.


### 11. **Interesses Econômicos**

- **Exploração Econômica**: A discriminação contra pessoas LGBT+ pode ser economicamente motivada. Empregadores e instituições podem explorar vulnerabilidades econômicas e sociais de pessoas LGBT+, oferecendo salários mais baixos ou condições de trabalho precárias devido à falta de proteção contra discriminação.

- **Poder Econômico de Grupos Conservadores**: Empresas e políticos podem censurar o movimento LGBT+ para apelar a consumidores e eleitores conservadores. A censura pode ser uma estratégia para manter o apoio econômico e político desses grupos.


### 12. **Sistemas de Poder e Patriarcado**

- **Patriarcado**: O patriarcado é um sistema de poder que beneficia da manutenção de normas de gênero rígidas. O movimento LGBT+ desafia essas normas, ameaçando o status quo e a distribuição de poder que privilegia homens heterossexuais cisgêneros.

- **Heteronormatividade**: A heteronormatividade é a suposição de que a heterossexualidade é a norma ou a forma superior de orientação sexual. Este sistema de crenças é reforçado por instituições sociais e culturais que se beneficiam da manutenção de uma hierarquia sexual.


### 13. **Interseções de Identidade**

- **Raça e Classe**: A opressão de pessoas LGBT+ é frequentemente exacerbada por outras formas de discriminação, como racismo e classismo. Pessoas LGBT+ de comunidades marginalizadas enfrentam múltiplas camadas de opressão que são intensificadas por políticas capitalistas que exploram essas vulnerabilidades.

- **Cruzamento de Identidades**: Movimentos sociais que abordam apenas uma forma de opressão podem inadvertidamente excluir ou marginalizar aqueles que enfrentam múltiplas formas de discriminação, incluindo pessoas LGBT+. Isso pode enfraquecer a solidariedade e a eficácia das lutas contra a opressão.


### 14. **Cultura Corporativa**

- **Resistência à Mudança**: Empresas e corporações podem ser lentas para adotar políticas inclusivas devido à resistência interna ou medo de backlash. Culturas corporativas tradicionais podem ver a inclusão LGBT+ como desnecessária ou prejudicial aos negócios.

- **Marketing e Publicidade**: A representação de pessoas LGBT+ na publicidade e marketing pode ser limitada ou estereotipada, perpetuando ideias conservadoras e excluindo uma representação diversificada e autêntica.


### Conclusão


### Conclusão

A censura ao movimento LGBT+ em sociedades capitalistas tradicionais é motivada por uma complexa interseção de fatores econômicos, sociais, políticos e culturais. A manutenção da ordem social tradicional, o controle e dominação, a lógica de mercado, a legislação discriminatória, a representação na mídia e a interseccionalidade de opressões contribuem para essa censura. Entender essas dinâmicas é crucial para desafiar e mudar as estruturas que perpetuam a marginalização e a discriminação contra pessoas LGBT+.


II Bibliografia 


### 1. **Judith Butler**

- **Obras Relevantes**: "Problemas de Gênero: Feminismo e Subversão da Identidade", "Corpos que Importam: Sobre os Limites Discursivos do 'Sexo'"

- **Contribuições**: Butler é uma figura central na teoria queer e crítica à heteronormatividade. Ela analisa como normas de gênero e sexualidade são construídas e reforçadas pela sociedade, e como a resistência a essas normas desafia estruturas de poder.


### 2. **Michel Foucault**

- **Obras Relevantes**: "História da Sexualidade" (volumes 1, 2 e 3)

- **Contribuições**: Foucault explorou como a sexualidade é regulada por mecanismos de poder e conhecimento. Ele discutiu como a censura e a repressão sexual servem para manter a ordem social e os interesses do Estado e da economia capitalista.


### 3. **Herbert Marcuse**

- **Obras Relevantes**: "Eros e Civilização"

- **Contribuições**: Marcuse argumentou que a repressão sexual é um componente central do capitalismo, que utiliza a repressão dos desejos humanos para manter o controle social e econômico. Ele defendeu a liberação sexual como parte de uma revolução mais ampla contra o capitalismo.


### 4. **Gayle Rubin**

- **Obras Relevantes**: "Thinking Sex: Notes for a Radical Theory of the Politics of Sexuality"

- **Contribuições**: Rubin é conhecida por sua análise crítica das normas sexuais e por seu trabalho sobre as políticas sexuais. Ela argumenta que a repressão sexual e a censura ao movimento LGBT+ estão profundamente enraizadas nas estruturas sociais e econômicas.


### 5. **Adrienne Rich**

- **Obras Relevantes**: "Heterossexualidade Compulsória e Existência Lésbica"

- **Contribuições**: Rich introduziu o conceito de heterossexualidade compulsória, que descreve como a sociedade impõe a heterossexualidade como norma, marginalizando outras formas de sexualidade. Seu trabalho destacou a interseção de sexualidade, gênero e poder.


### 6. **Lisa Duggan**

- **Obras Relevantes**: "The Twilight of Equality? Neoliberalism, Cultural Politics, and the Attack on Democracy"

- **Contribuições**: Duggan explorou a relação entre neoliberalismo e políticas sexuais, argumentando que o neoliberalismo utiliza a homonormatividade para cooptar o movimento LGBT+ enquanto continua a marginalizar aqueles que não se encaixam na norma capitalista.


### 7. **Angela Davis**

- **Obras Relevantes**: "Mulheres, Raça e Classe"

- **Contribuições**: Davis discute a interseção de raça, gênero e classe, incluindo a opressão de pessoas LGBT+. Ela critica como o capitalismo utiliza a divisão e a repressão para manter o controle social.


### 8. **Eve Kosofsky Sedgwick**

- **Obras Relevantes**: "Epistemology of the Closet"

- **Contribuições**: Sedgwick é uma figura central na teoria queer. Ela explorou como as categorias de identidade sexual são usadas para controlar e marginalizar, e como a censura e a invisibilidade perpetuam essas dinâmicas de poder.


### 9. **Sara Ahmed**

- **Obras Relevantes**: "The Cultural Politics of Emotion", "Queer Phenomenology"

- **Contribuições**: Ahmed investiga como as emoções e as experiências corporais estão implicadas nas normas sociais e na censura de identidades queer, criticando as maneiras pelas quais o capitalismo e a heteronormatividade se entrelaçam.


### 10. **David Halperin**

- **Obras Relevantes**: "How to Do the History of Homosexuality", "Saint Foucault: Towards a Gay Hagiography"

- **Contribuições**: Halperin analisou como as práticas e identidades sexuais são historicamente construídas e reguladas. Ele discute a repressão e a censura de identidades queer no contexto de normas sociais e políticas capitalistas.


### 11. **John D'Emilio**

- **Obras Relevantes**: "Capitalism and Gay Identity"

- **Contribuições**: D'Emilio argumenta que o capitalismo criou as condições para o surgimento de identidades gays.


Alexandre Inácio



quinta-feira, 11 de julho de 2024

Sonho

 



Sonho


Havia um obstáculo imenso à minha esquerda

podiam ser  autocarros, penedos sombrios  e muito transito

ultrapassei pela direita porque tinha pressa, ou queria fugir dali

pousei os pés numa tábua onde mal cabiam os pés

 e segui as marés na procura doutra margem.

A água turva e ondulada do rio

espelhava a alma turbulenta que me suportava

e a  espuma da maresia me incitava a parar


Nao sabia se era profunda a dimensão da viagem

nem se tinha regresso

mas continuei sempre

sempre e indefinidamente.


Nunca o rio me parecera tao longo e largo

Foi o tempo sem cair, que me deu me forças e orientou a viagem

o medo sumira e e foi de braços abertos que as encontrei, a sorrirem para mim.

11-7-24

Manuel Rodas



quarta-feira, 10 de julho de 2024

Nietzsche

 

O amigo Alexandre Inácio faz um resumo da sua obra deste filósofo.

### Ideias Centrais de Nietzsche:


1. **Vontade de Poder**: Nietzsche argumenta que a força motriz fundamental em todos os seres vivos é a "vontade de poder", uma expressão do desejo de crescimento, domínio e afirmação. Ele vê essa vontade como mais fundamental que a sobrevivência ou a reprodução, contrastando com as ideias darwinistas.


2. **Niilismo**: Nietzsche identifica e critica o niilismo, a percepção de que a vida carece de sentido, propósito ou valor intrínseco. Ele vê o niilismo como uma consequência da "morte de Deus", uma metáfora para a perda de fé nas estruturas tradicionais de significado e moralidade. Sua obra busca responder ao niilismo propondo novos valores e significados.


3. **Eterno Retorno**: O conceito do eterno retorno desafia a imaginar que cada momento de nossa vida deve ser repetido eternamente. Nietzsche usa essa ideia para enfatizar a importância de viver de uma maneira que se possa afirmar a própria vida eternamente.


4. **Perspectivismo**: Nietzsche argumenta que não existem verdades absolutas, apenas perspectivas. Cada afirmação de verdade é, portanto, uma expressão de uma determinada perspectiva e da vontade de poder subjacente a ela.


### Outras Obras Importantes:


1. **"Humano, Demasiado Humano" (1878)**: Este livro marca uma mudança no pensamento de Nietzsche, afastando-se do idealismo romântico para uma análise mais crítica e científica dos valores e da moralidade. Ele aborda a psicologia, a religião, a moralidade e a sociedade de uma perspectiva racionalista.


2. **"A Gaia Ciência" (1882)**: Nesta obra, Nietzsche apresenta a ideia da "morte de Deus" e explora as implicações dessa perda de sentido religioso para a cultura ocidental. Ele também discute o conceito do eterno retorno e a importância de criar novos valores em um mundo sem fundamentos absolutos.


3. **"Crepúsculo dos Ídolos" (1889)**: Este livro é uma crítica incisiva aos ídolos da filosofia tradicional e da moralidade ocidental. Nietzsche usa aforismos para desconstruir conceitos como razão, moralidade cristã e a fé na verdade.


4. **"Para Além do Bem e do Mal"**: Continuando a crítica aos valores morais, Nietzsche examina como os conceitos de bem e mal são construídos e utilizados para controlar e limitar a humanidade. Ele propõe a transcendência desses valores para criar uma nova moralidade baseada na afirmação da vida e no poder criativo.


### Influência e Legado:


- **Filosofia Existencialista**: Nietzsche é frequentemente considerado um precursor do existencialismo, influenciando filósofos como Jean-Paul Sartre e Martin Heidegger, que exploraram temas de liberdade, autenticidade e a busca por significado em um mundo sem Deus.


- **Psicologia**: A influência de Nietzsche na psicologia é evidente em figuras como Sigmund Freud e Carl Jung. Sua exploração da psique humana, da moralidade e dos instintos forneceu um fundamento para a psicanálise e a psicologia analítica.


- **Literatura e Artes**: Escritores como Franz Kafka, James Joyce e Hermann Hesse encontraram inspiração nas ideias de Nietzsche, particularmente na exploração da condição humana e na crítica às convenções sociais.





- **Política e Sociologia**: Embora suas ideias tenham sido mal interpretadas e apropriadas por movimentos como o nazismo, Nietzsche se opôs ao anti-semitismo e ao nacionalismo. Suas críticas ao igualitarismo e à democracia liberal continuam a gerar debates sobre seu impacto e interpretação.


A filosofia de Nietzsche continua a ser um terreno fértil para discussão e análise, desafiando continuamente as ideias estabelecidas sobre moralidade, verdade e a condição humana.


Alexandre Inácio

domingo, 7 de julho de 2024

O que é o Conhecimento

 


 O que é o Conhecimento?


O que é o conhecimento, senão a luz que clareia,

A mente que busca, a verdade que anseia?

É o farol na noite, o guia na escuridão,

É a chama eterna, a resposta à indagação.


É o mapa do desconhecido, o caminho a trilhar,

Cada descoberta, uma estrela a brilhar.

Nos livros antigos, nas palavras ditas,

Nos sussurros do tempo, nas mentes benditas.


É o sábio silêncio, antes da palavra proferida,

A dúvida constante, a certeza contida.

É o voo do pensamento, sem medo de altura,

É a sede insaciável, a busca da cura.


O conhecimento é o espelho do ser,

Reflete o mundo e o poder de entender.

Cada fato, cada teoria, cada revelação,

É a tessitura da vida, a grande construção.


Mas é também o peso, o fardo a carregar,

Pois quanto mais se sabe, mais há de duvidar.

Em cada resposta, uma nova pergunta nasce,

E na busca incessante, a mente jamais padece.


É a beleza do cosmos, o código da criação,

Nas ciências, nas artes, na pura contemplação.

É a dança das ideias, a música do saber,

Um eterno enigma, um eterno florescer.


Conhecimento é vida, é a essência do pensar,

É a jornada infinita, é o verbo amar.

Pois na sabedoria, encontramos a união,

Do coração e da mente, em perfeita comunhão.


Alexandre Inácio