Abraço-te árvore
Por me seguires até aqui
Por andares na minha sombra
A lembrar me os sonhos verdes
Eu que só sabia sonhar azul!
Abraço-te porque choras
Lágrimas de cristal e seiva
A desgraça de existir sem verde
Tombada e resignada
Abraço que foi e se perde.
Abraço-te porque tombaste
Num vale estrito e solitário
Frondosa e pujante que foste
E agora jazes relíquia
Testemunha de combate milenário!
É nos teus veios secos e perfumados
Que reconheço a nossa aventura conjunta
Filhos de deuses alados
Romeiros de promessa alheia
Sem bordão abraço ou epopeia!
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