sexta-feira, 9 de agosto de 2024

Árvores

 





Abraço-te árvore 
Por me seguires até aqui
Por andares na minha sombra
A lembrar me os sonhos verdes
Eu que só sabia sonhar azul!


Abraço-te porque choras
Lágrimas de cristal e seiva
A desgraça de existir sem verde
Tombada e resignada
Abraço que foi e se perde.



Abraço-te porque tombaste
Num vale estrito e solitário
Frondosa e pujante que foste
E agora jazes relíquia 
Testemunha de combate milenário! 





É nos teus veios secos e perfumados
Que reconheço a nossa aventura conjunta
Filhos de deuses alados
Romeiros de  promessa alheia
Sem bordão abraço ou epopeia!







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