segunda-feira, 15 de julho de 2024

Diálogos controversos

 

(Cenário: uma sala de espera em um consultório médico)


**Racista**: (olhando para a pessoa deficiente) Nossa, você não acha que pessoas como você deviam ter lugares especiais para esperar? Assim não atrapalham os outros.


**Pessoa Deficiente**: (calmamente) Lugares especiais? Você está dizendo que eu, por ser deficiente, não deveria estar aqui como qualquer outra pessoa?


**Racista**: Sim, exatamente. E as pessoas da sua raça também. Vocês não deveriam estar misturados com a gente.


**Pessoa Deficiente**: Você realmente acha que é melhor do que eu por não ter uma deficiência ou por ser de outra raça?


**Racista**: É claro! Pessoas como eu são superiores, você sabe disso.


**Pessoa Deficiente**: Superioridade não se mede pela cor da pele ou pela ausência de uma deficiência. Medimos pela nossa empatia, respeito e humanidade. E pelo que vejo, você está bastante em falta nessas áreas.


**Racista**: (irritado) Você tem muita coragem de falar comigo assim!


**Pessoa Deficiente**: Tenho coragem, sim. E não vou deixar alguém como você me diminuir. Eu mereço estar aqui tanto quanto qualquer outra pessoa. 


**Racista**: (em silêncio, visivelmente desconfortável)


**Pessoa Deficiente**: A verdade é que todos nós temos o direito de sermos tratados com dignidade e respeito. Talvez você devesse pensar sobre isso.


**(A recepcionista chama o próximo paciente)**


**Pessoa Deficiente**: Com licença, é a minha vez. Tenha um bom dia. E espero que um dia você possa ver além do preconceito e entender o verdadeiro valor das pessoas.


(A pessoa deficiente se levanta e segue para o consultório, deixando o racista refletindo sobre suas palavras.)


II ATO

(Cenário: a sala de espera continua silenciosa. Outras pessoas presentes observam a interação)


**Racista**: (tentando se justificar para os outros na sala) Vocês ouviram o que ele disse? Ele estava me desrespeitando!


**Pessoa Deficiente**: (virando-se para o racista, antes de entrar no consultório) Eu não desrespeitei você. Apenas não aceito ser tratado como inferior. Todos merecemos respeito.


**Racista**: (tentando recuperar a compostura) Respeito é algo que se conquista.


**Pessoa Deficiente**: Exatamente. E respeito também se dá, independentemente de raça, deficiência ou qualquer outra diferença. 


**Racista**: (ainda irritado) E quem decide isso? Você?


**Pessoa Deficiente**: Não sou só eu. A sociedade está evoluindo, e as leis também refletem isso. Discriminação e preconceito são combatidos justamente porque sabemos que são errados. 


**Uma Mulher Idosa na Sala de Espera**: (intervindo) Ele está certo. Já vimos muito ódio e preconceito. Não precisamos mais disso. Somos todos seres humanos.


**Racista**: (olhando ao redor, percebendo que está perdendo apoio) Talvez eu tenha me expressado mal...


**Pessoa Deficiente**: Todos cometem erros. O importante é aprender com eles e mudar. 


**Racista**: (respirando fundo) Talvez você tenha razão. Nunca pensei muito sobre isso. 


**Pessoa Deficiente**: É um começo. Todos podemos aprender a ser melhores.


**Recepcionista**: (chamando a pessoa deficiente novamente) Senhor, pode entrar agora.


**Pessoa Deficiente**: (sorrindo para o racista e os outros na sala) Até logo. 


(A pessoa deficiente entra no consultório, e a sala de espera fica em silêncio por um momento)


**Racista**: (pensativo) Talvez seja hora de eu reconsiderar minhas atitudes. Desculpem a todos.


**Uma Mulher Jovem na Sala de Espera**: Reconhecer que precisamos mudar é um grande passo. 


(A sala volta a ficar em silêncio, mas o ambiente está mais leve, com as pessoas refletindo sobre a importância do respeito e da igualdade.)


III ATO


Aqui está um exemplo de uma conversa dramática entre um racista e uma pessoa com deficiência, onde o racista precisa desesperadamente de ajuda:


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**Cena: Um estacionamento vazio à noite. Um carro está com o pneu furado e o motorista, João, está lutando para trocá-lo. Ele está visivelmente irritado e ansioso. Pedro, um homem com deficiência que usa muletas, passa pelo local.**


**João:** (resmunga) Droga! Isso não pode estar acontecendo agora.


**Pedro:** (aproximando-se) Ei, você precisa de ajuda?


**João:** (olha para Pedro com desdém e hesita) Não... não... eu estou bem.


**Pedro:** (notando a dificuldade de João) Parece que você está tendo problemas com o pneu. Eu sei como trocar, posso ajudar.


**João:** (nervoso e desconfortável) Eu disse que estou bem.


**Pedro:** (paciente) Tudo bem, mas estou aqui se você mudar de ideia.


**João:** (tentando, mas falhando em trocar o pneu) Maldito pneu... (olha ao redor, vê Pedro ainda por perto)


**Pedro:** (com um leve sorriso) Não é tão difícil, você só precisa de um pouco de prática.


**João:** (com raiva e frustração) Por que você se importa? Não precisa da sua piedade.


**Pedro:** Não é piedade, é apenas ajuda. Todos precisamos de ajuda às vezes.


**João:** (respira fundo, luta com seus preconceitos) Escuta... eu... eu realmente preciso de ajuda. Eu não consigo fazer isso sozinho.


**Pedro:** (se aproxima) Sem problemas, vamos fazer isso juntos. (começa a ajudar João)


**João:** (hesitante) Eu... eu sinto muito. Pelo que eu disse... e pelo que pensei de você. Foi errado.


**Pedro:** (calmo e compreensivo) Não se preocupe. O importante é que estamos aqui agora, ajudando um ao outro.


**João:** (abaixa a cabeça, envergonhado) Obrigado. Eu realmente agradeço.


**Pedro:** (sorri) De nada. Todos nós temos nossos momentos. Agora, vamos terminar isso.


Alexandre Inácio

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