Mostrar mensagens com a etiqueta Vamos conversar. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Vamos conversar. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 10 de outubro de 2023

O Abismo da Fundamentação Estatal na Violência

 

Foto, Manuel Rodas


O Abismo da Fundamentação Estatal na Violência

Num mundo que clama por paz e cooperação, deparamo-nos com a inquietante possibilidade de um estado fundamentar-se no terrorismo, matança de vizinhos, guerra e apartheid. Tais práticas não apenas desafiam as bases éticas da civilização, mas também minam a própria ideia de um estado justo e equitativo.

Um estado, em sua essência, deve ser um ente que promove o bem-estar de seus cidadãos, garantindo seus direitos, segurança e prosperidade. A fundamentação em práticas violentas contraria essa essência e desencadeia um ciclo de destruição e sofrimento.

O terrorismo, por exemplo, é um ato covarde que visa semear medo e caos, mirando muitas vezes em civis inocentes. Ao se fundamentar nesse terror, um estado abdica de sua responsabilidade de proteger e preservar a vida e a dignidade de seus habitantes.

A matança de vizinhos é uma atrocidade que rasga o tecido social, rompendo a confiança e a coexistência pacífica entre diferentes comunidades. Um estado que se apoia nesse tipo de violência perde a legitimidade moral e ética, alienando-se da comunidade internacional.

A guerra, um dos males mais devastadores que a humanidade pode enfrentar, gera imensurável sofrimento e perda de vidas. A escolha de um estado de buscar sua fundação nessa trágica via é um ato de desespero e desumanidade que não pode ser justificado.

O apartheid, um sistema de segregação e discriminação baseado em raça, etnia, ou religião é um flagelo que mancha a história da humanidade. Fundamentar um estado nesse tipo de ideologia é rejeitar os princípios de igualdade, justiça e respeito pela diversidade.

Num mundo interconectado e interdependente, a fundamentação estatal na violência e na opressão não é apenas uma afronta aos direitos humanos, mas também um convite à instabilidade e ao caos. A história ensina-nos que regimes baseados em tais práticas são insustentáveis e, com o tempo, sucumbem sob o peso de sua própria iniquidade.

A verdadeira fundação de um estado deve residir na justiça, na igualdade e no respeito mútuo. É apenas por meio da cooperação, do diálogo e do compromisso com valores universais que podemos construir sociedades sustentáveis e harmoniosas. O desafio é renunciar à violência e ao ódio, e abraçar a compaixão e a empatia como pilares de uma convivência humana verdadeiramente civilizada


Alexandre Inácio

domingo, 8 de outubro de 2023

A Guerra e o Pior da Humanidade: Uma Crônica dos Horrores

 


Guerra e o Pior da Humanidade: Uma Crónica dos Horrores

Data: 8 de outubro de 2023

No teatro brutal e sombrio da guerra, a humanidade é muitas vezes testemunha e protagonista de seus piores instintos. A guerra, um fenómeno que persiste através dos tempos, é um catalisador que desencadeia a crueldade e a destruição em uma escala incompreensível. Esta crônica busca lançar luz sobre os horrores da guerra e a capacidade da humanidade de infligir sofrimento inimaginável a seus semelhantes.

A Face Desumana da Guerra

Na guerra, os alicerces da civilização desmoronam, revelando o lado mais sombrio da humanidade. A empatia e compaixão dão lugar à brutalidade e à indiferença. Civis inocentes, muitos deles crianças, tornam-se vítimas indefesas das máquinas de guerra.

A destruição massiva, o deslocamento forçado, a fome e a escassez de recursos básicos lançam milhões de pessoas num abismo de sofrimento. A guerra transforma cidades em ruínas, deixando marcas indeléveis no tecido social e humano.

Atos de Crueldade Inimagináveis

A história da guerra está repleta de atos que desafiam a compreensão humana. Campos de concentração, genocídios, violência sexual, tortura e massacres em massa são apenas alguns exemplos do pior que a humanidade pode oferecer. A ideia de dignidade humana é brutalmente violada, enquanto o respeito pela vida e pelos direitos fundamentais se desintegra.

Ciclos Viciosos e Traumas Duradouros

Além do impacto direto nas vítimas, a guerra cria ciclos viciosos de violência e ódio. Gerações futuras podem ser influenciadas por traumas e ressentimentos, perpetuando o ciclo de conflitos. A memória coletiva das atrocidades se transforma em combustível para futuros confrontos, gerando um ciclo de violência difícil de quebrar.

A Necessidade Urgente da Paz

Essa crônica não é um convite ao desespero, mas um apelo à reflexão e à ação. É imperativo que a humanidade aprenda com os horrores da guerra e busque a paz como uma prioridade global. Devemos promover o diálogo, a negociação e o entendimento mútuo para resolver os conflitos de maneira pacífica e evitar a tragédia que a guerra inevitavelmente traz.

Num mundo interconectado, a tolerância, o respeito e a compreensão mútua são a única maneira de quebrar o ciclo de destruição e promover um futuro mais compassivo e justo para todos. A guerra deve ser relegada ao passado sombrio da humanidade, dando lugar a um futuro onde a paz e a cooperação prevalecem.


Alexandre Inácio

sábado, 23 de setembro de 2023

Discurso possível do Presidente Marcelo, numa visita a Soajo

 


O amigo Alexandre Inácio, português regressado do Brasil, pediu que publicasse esta mensagem, uma vez que ele não domina a internet e as redes sociais, mas gere bem a língua portuguesa, por escrito. Ele escreveu um hipotético discurso, a ser dito pelo nosso Presidente Marcelo, numa futura visita a Soajo.


É com grande prazer que me encontro hoje aqui, na bela Vila de Soajo, no coração do Parque Nacional Soajo-Gerês, para falar sobre alguns temas de grande importância para esta região e para o nosso país.


Primeiramente, quero destacar as inigualáveis belezas naturais da Serra de Soajo. Esta região é um verdadeiro tesouro natural, com as suas montanhas imponentes, rios cristalinos e paisagens deslumbrantes. Devemos preservar e proteger este património ambiental para as gerações futuras, garantindo que as alterações climáticas não ponham em risco a sua integridade.


Falando em património, não podemos deixar de mencionar a origem do cão Sabujo, uma raça que é parte integrante da história desta região e da nação portuguesa. Estes leais companheiros têm desempenhado um papel importante na vida dos habitantes de Soajo, leais servidores dos monarcas portugueses e é fundamental garantir a sua preservação e bem-estar.


Outro aspeto que merece destaque é a evocação histórica  da Montaria Real de Soajo, que foi o primeiro parque de defesa da natureza do mundo. Esta tradição enriquece a cultura local e é um exemplo do nosso património único.


Passando para um tema de caráter mais judicial, não podemos esquecer a famosa sentença do juiz Sarramalho, que marcou a história desta região. A justiça é fundamental para a coesão da nossa sociedade, e é importante que continuemos a aprimorar o nosso sistema legal para garantir a equidade e a justiça para todos. 

Exorto a autarquia local, a criar um Centro Cultural, com biblioteca e área de exposições artísticas, solicitando a contribuição de todos, com livros e obras de arte.

Peço atenção especial para a recuperação do património soajeiro, seus usos e costumes, que o Centro Interpretativo lembra, mas não esgota o trabalho a fazer. Especial atenção à delimitação pacífica, da fronteira da freguesia com outras freguesias vizinhas.

Além desses assuntos locais, cuja riqueza e diversidade todos já conhecem, da culinária ao folclore, às tradições, quero também abordar questões de dimensão global. Vivemos num mundo onde a paz é um bem precioso, e Portugal tem desempenhado um papel ativo na promoção da paz e na resolução de conflitos. Devemos continuar a trabalhar em conjunto com os nossos parceiros internacionais para manter a paz no mundo.


Por outro lado, as alterações climáticas representam uma ameaça cada vez maior para o nosso planeta. É nosso dever tomar medidas concretas para combater as alterações climáticas e proteger o ambiente para as futuras gerações. Portugal tem feito avanços significativos nesse sentido, mas ainda há muito a ser feito.


Além disso, a questão dos refugiados e imigrantes na Europa é um desafio complexo que exige uma abordagem solidária e humanitária. Os países que não querem receber os refugiados devem pagar para custear despesas dos países acolhedores. Devemos lembrar que a diversidade é uma das nossas maiores riquezas, e devemos acolher aqueles que fogem de conflitos e perseguições, oferecendo-lhes uma vida digna e oportunidades para contribuir para a nossa sociedade.


Por fim, gostaria de abordar o tema dos sem-abrigo. Ninguém deveria viver nas ruas, e é nossa responsabilidade como sociedade garantir que todos tenham um lugar para chamar de lar. Devemos trabalhar em conjunto para encontrar soluções que proporcionem habitação e apoio às pessoas em situação de sem-abrigo.


Quanto ao decote atrevido de uma jovem no Canadá, esse é um assunto que, embora possa gerar discussões, não era da minha competência como Presidente da República Portuguesa abordar. Daqui peço as minhas desculpas. Cada país tem as suas normas culturais e sociais, e devemos respeitar a diversidade de perspetivas.


Em resumo, temos desafios locais e globais a enfrentar, mas estou confiante de que, com solidariedade, compreensão e cooperação, podemos construir um futuro melhor para todos os portugueses e para o mundo. Agradeço a todos por estarem aqui hoje e por contribuírem para o desenvolvimento e a prosperidade da Vila de Soajo e de Portugal como um todo.


Muito obrigado, 


(Alexandre Inácio)

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Diário dum sénior

 



Hoje foi o primeiro dia em que comecei a ponderar seriamente sobre a possibilidade de mudar para um lar de idosos nos próximos cinco anos. A estadia no hospital tem me feito refletir sobre minhas necessidades futuras de cuidados e a realidade da situação. Sinto-me dividido entre a segurança e os cuidados oferecidos em um lar de idosos e a vontade de ficar em casa com minha esposa. É uma decisão difícil.

Dia 10:

Conversei com alguns profissionais de saúde e psicólogos sobre a transição para um lar de idosos. Eles me forneceram informações detalhadas sobre o que posso esperar e como posso tornar essa transição mais suave. Entendo que a mudança pode ser desafiadora, mas estou começando a ver os benefícios de receber cuidados especializados em um ambiente adequado.

Dia 30:

Minha esposa e eu tivemos uma conversa séria sobre o meu desejo de mudar para um lar de idosos. Ela expressou sua relutância, o que é compreensível. É difícil para ela aceitar a ideia de eu não estar mais em casa. Vamos continuar a ter essas conversas e buscar um entendimento mútuo. A comunicação aberta será fundamental durante este processo.

Dia 60:

Pesquisei vários lares de idosos e visitei alguns para ter uma ideia mais clara do que estão oferecendo. Fiquei surpreso ao ver que alguns lugares oferecem uma ampla gama de atividades e cuidados especializados que poderiam melhorar minha qualidade de vida. Estou mais confiante de que posso encontrar um lugar que me atenda bem.

Dia 90:

Participei de algumas atividades em um lar de idosos como parte de uma visita. Conheci alguns residentes e vi como eles interagem e são cuidados. Isso me ajudou a ter uma visão mais realista e positiva dessa possível transição. Acho que, com o tempo, poderei me adaptar e encontrar conforto nesse novo ambiente.

Dia 120:

Minha esposa e eu decidimos procurar aconselhamento de um terapeuta familiar para nos ajudar a navegar por essa situação emocionalmente desafiadora. Acredito que seja importante ter um espaço seguro para discutir nossos sentimentos e preocupações, e para encontrar uma solução que funcione para ambos.

Dia 150:

A terapia está sendo muito útil para nós dois. Estamos aprendendo a ouvir um ao outro e a entender melhor nossas perspectivas e preocupações. Embora ainda haja desafios, sinto que estamos mais próximos de encontrar um compromisso que leve em consideração nossas necessidades individuais e a qualidade dos cuidados que preciso.

Dia 180:

Estou fazendo planos para os próximos anos, considerando tanto a possibilidade de permanecer em casa quanto a de me mudar para um lar de idosos. Independentemente da decisão final, estou comprometido a manter uma atitude positiva e a buscar o suporte adequado para garantir que eu receba os melhores cuidados possíveis. Estou ansioso para enfrentar o futuro com esperança e determinação.


Alexandre Inácio

terça-feira, 19 de setembro de 2023

Diálogo entre senhorio pobre e inquilino rico

 



Senhorio Pobre: Boa tarde, senhor. Quero agradecer por sua pontualidade e por cuidar bem da casa. Recentemente, tenho passado por algumas dificuldades financeiras, e gostaria de conversar sobre a possibilidade de antecipar o pagamento do aluguel.

Inquilino Rico: Boa tarde. Claro, estou sempre disposto a ajudar. Entendo que imprevistos acontecem. Podemos discutir um acordo para adiantar os pagamentos. Quais seriam as novas condições?

Senhorio Pobre: Fico grato pela compreensão. Estava pensando em adiantar três meses de aluguel, o que me ajudaria a cobrir algumas despesas urgentes. Posso oferecer um desconto pequeno para compensar o adiantamento.

Inquilino Rico: Compreendo a situação. Podemos fazer assim: adiantarei os três meses, mas solicito que, ao longo dos próximos meses, esse adiantamento seja descontado do aluguel mensal. Parece justo para ambos os lados?

Senhorio Pobre: Sim, parece justo. Fico aliviado por chegarmos a um acordo. Podemos formalizar isso por escrito para garantir que ambas as partes estejam protegidas e cientes das condições.

Inquilino Rico: Certamente. Vamos preparar um documento que descreva os detalhes desse adiantamento e do desconto a ser aplicado nos meses subsequentes. Estou à disposição para colaborar com a redação desse acordo.

Senhorio Pobre: Agradeço sua colaboração. Vamos fazer isso o mais rápido possível para que possamos formalizar a nova condição. Sua compreensão e cooperação são muito importantes para mim.

Inquilino Rico: Estou à disposição para ajudar. Vamos agilizar esse processo e garantir que ambas as partes estejam satisfeitas com as novas condições. Acredito que é importante apoiarmos uns aos outros em momentos difíceis, mas posso pedir um favor?

Senhorio pobre: claro, claro que sim.

Inquilino rico: Queria pedir-lhe, em contrapartida, que não aumentasse a renda nos próximos cinco anos!

Senhorio pobre: Esqueça o meu pedido. Cumprimentos!


Alexandre Inácio



sábado, 16 de setembro de 2023

Testamento do gato preto

 Mais um texto imaginativo do Sr Alexandre Inácio


. Fotos, Manuel Rodas


No testamento do gato preto, escrito com a elegância do mistério que o envolve, encontra-se a generosidade peculiar de um ser que via o mundo de uma perspetiva única. Este testamento, destinado a distribuir suas características de forma simbólica, reflete a singularidade de sua existência.

Testamento do Gato Preto:

Eu, o Gato Preto, neste testamento de caráter simbólico, deixo parte da minha essência a alguns seres que cruzaram o meu caminho.

  • Cor para uma Criança: Deixo à criança a magia da cor, a alegria de brincar com tons e matizes, a imaginação que colore o mundo. Que possa pintar seu destino com os pincéis da criatividade e espalhar a beleza por onde passar.

  • Ronronares a uma Artista Plástica: Deixo à artista plástica o suave ronronar que ecoa em meu peito. Que encontre inspiração nas vibrações tranquilas da vida, que suas criações sejam melodias de paz e harmonia, e que seu coração pulse no compasso da arte.

  • Orelhas ao Primeiro Ministro: Deixo ao Primeiro Ministro a escuta atenta, as orelhas aguçadas para ouvir as vozes do povo. Que possa compreender as necessidades e anseios da nação, agindo com sabedoria e justiça para construir um futuro de equidade e prosperidade.

  • Garras à Oposição: Deixo à oposição as garras afiadas da crítica construtiva. Que possam utilizar sua energia e vigor para fiscalizar e questionar, contribuindo para um debate saudável e um país mais forte, onde as diferentes vozes se unam em prol do bem comum.

Que estas simbólicas doações sejam recebidas com o espírito de compreensão e unidade, lembrando sempre que somos todos parte de um todo, cada um com sua função e sua importância neste vasto universo. Que a vida continue sua jornada, guiada pela sabedoria e pelo amor. Assim, encerro este testamento com a gratidão por ter sido parte deste mundo, deixando um legado de sabedoria felina



Alexandre Inácio

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Diálogo entre Florbela Espanca e Natália Correia

 




O Sr. Alexandre Inácio imaginou esta conversa. Interessante diálogo entre duas poetas maiores da nossa literatura e de gerações tão diferentes.

Florbela Espanca: Olá, Natália. É um prazer encontrá-la aqui neste espaço além da vida. Suas palavras e sua poesia sempre me inspiraram profundamente.

Natália Correia: Olá, Florbela. A honra é minha. Admiro sua sensibilidade e a intensidade das suas emoções expressas em sua poesia. Seus versos sempre tocaram o meu coração de forma única.

Florbela Espanca: Suas palavras são muito reconfortantes. Sinto-me grata por saber que minhas emoções atravessaram o tempo e encontraram eco em almas tão ilustres como a sua. Como tem sido sua jornada artística desde que parti?

Natália Correia: Minha jornada tem sido marcada pela contínua busca pela liberdade de expressão, pela luta pelos direitos das mulheres e por uma abordagem vigorosa e apaixonada das questões sociais. A poesia tem sido minha aliada na denúncia das injustiças e na busca pela igualdade.

Florbela Espanca: Admirável! Sempre acreditei na força da poesia para promover mudanças e despertar consciências. Sua coragem e determinação são verdadeiramente inspiradoras. Como vê o papel da poesia em nossa sociedade atual?

Natália Correia: A poesia continua sendo uma voz poderosa que desafia, questiona e provoca reflexão. Num mundo em constante transformação, a poesia pode guiar as mentes e os corações na busca por um futuro mais justo e compassivo. É um meio de iluminar a escuridão e oferecer esperança.

Florbela Espanca: Concordo plenamente. A poesia é a voz da alma e, através dela, podemos transcender as barreiras do tempo e do espaço, unindo-nos na busca por significado e beleza. Que nossas palavras continuem a ecoar e inspirar gerações futuras.

Natália Correia: Que assim seja. Que nossas vozes se entrelacem na eternidade, oferecendo consolo e inspiração àqueles que buscam a verdadeira essência da vida. É uma honra compartilhar este momento contigo, Florbela!

Alexandre Inácio