sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Palavras

 



Tive de esperar  tanto tempo

Para ouvir da tua boca

A mais agreste e ácida palavra da raiva

Atirada contra mim

Espadas de ferro e fogo 

Em cinco arestas de sangue


Fui apanhado de surpresa à mesa do rei

Que esboçou um sorriso sarcástico

Daquela sabedoria que alguns reis tinham

Enquanto as nuvens negras e corvos esvoaçavam em volta 

Da cabeça da tua mãe.


Traição? Injúria? 

Não foi a pequenez da tua verbe 

Que abalou o meu dia

Foi saber que a ingratidão

Assentou arraias em volta do meu castelo

E me cerca com um nó na garganta


Que importa morrer se é a vontade da natureza?

Que importa acabar esta aventura se os personagens acabaram a história?

Não desembainharei a minha espada

Porque há muito a troquei pela pena

Encontrarei um buraco fundo na minha alma

Para que todas as ofensas morram aí

E eu possa descansar em serenidade

Do amor que sempre te tive!


Basta!

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