11-6-1950
Festas e Feiras – Realizou-se no dia
29 de Maio, (1950) a habitual romaria do Senhor da Paz do Mundo, juntamente com
a feira de gado, que embora o dia estivesse de primavera, não teve grande
concorrência. Parece haver uma grandíssima falta de interesse, de bairrismo e
orgulho, por esta feira e festa. De ano para ano vai decaindo, até que talvez
um dia, que não virá longe, deixará de existir, se não houver alguém que lhe dê
um impulso, procurando despertar do marasmo em que se vai afundando. Sendo uma
feira de ano, num dos pontos mais característicos da nossa freguesia e uma festa
em honra do Senhor da Paz do Mundo, merecia um pouco mais de atenção da nossa
parte. Desconheço quem são os organizadores, os mordomos mas este ano, a festa
deixou muito a desejar, ficando aquém dos anos transactos,
25.6.1950
Ainda a Festa em honra do Senhor da
Paz do Mundo
Fomos alcunhados de derrotistas pelo
que dissemos no último número deste quinzenário. Mantemos na íntegra tudo
quanto dissemos sobre esta feira e festa e diremos muito mais, uma vez que
fomos chamados a campo.
Não nos é possível alcunhar de romaria
— festa e feira o que lá se está a fazer nos últimos anos; como já dissemos, de
ano para ano vai de mal a pior. Acho que para festa é necessário fogo de
artifício, música, a indispensável santa missa cantada, sermão e procissão.
A isto é que se pode chamar festa
religiosa. Digam agora os que me chamam derrotista e viram alguma coisa destas
no festejo deste ano? Como novidade, única e exclusivamente o caminho do
santuário ao cruzeiro e vice-versa, reparado a expensas do Ex.mº Sr. Engenheiro
Silvicultor, António de Oliveira, Dig. Administrador dos Serviços Florestais,
no nosso concelho. Como feira, pouca concorrência e pouquíssimas transações.
Como vêm não passou da santa missa
rezada e procissão, isto quanto a festa religiosa, depois um simples bailarico
ao toque de concertinas, cantorias ao desafio e... bebedeiras. Ainda é de louvar
a Deus, não haver pancadaria, como habitualmente sucede! Creio ser tudo o que
lá houve; perdão, este ano também se fez ouvir o alto-falante soajense. Como
feira precisava de uma nova organização, com a instituição de vários prémios às
melhores juntas de gado apresentadas, à imitação do que se faz noutras terras.
Promova-se o embelezamento do recinto,
com plantação de árvores, caiação e reparação da capela, isto para principiar,
depois teríamos muito mais a fazer.
Procuremos, pelo menos, imitar já que
não fazemos melhor. Olhemos para o que se tem feito e faz em Stº António de
Val-de-Poldros e no S. Bento do Cando! Dois santos milagrosos e de grande poder
Junto de Deus. Pois o nosso é muito superior, visto ser o patrono da paz entre
as famílias, dos lares, das Nações, que invocamos a toda a hora para que nos dê
paz neste mundo e no outro; enfim, é o próprio Deus. Como disse no último
número de «A Vanguarda», e repito: não sei quem são os organizadores, mas
competia ao nosso muito dig.º Pároco, à Junta da freguesia e á Direcção da Casa
do Povo tomarem as medidas necessárias e urgentes, para o engrandecimento e
desenvolvimento desta festa e feira, que só se realiza uma vez por ano.
José de Sousa Rodas
O texto não obedece às regras
do actual acordo ortográfico
Esta notícia tem 60 anos! E como está hoje o Senhor da Paz?
ResponderEliminarTem graça o nosso santo ser mais importante que o S.Bento, pois o nosso é muito superior, visto ser o patrono da paz entre as famílias, dos lares, das Nações, que invocamos a toda a hora para que nos dê paz neste mundo e no outro; enfim, é o próprio Deus!
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