quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

POR SOAJO em 1950, o Senhor da Paz, in A VANGUARDA


11-6-1950

Festas e Feiras – Realizou-se no dia 29 de Maio, (1950) a habitual romaria do Senhor da Paz do Mundo, juntamente com a feira de gado, que embora o dia estivesse de primavera, não teve grande concorrência. Parece haver uma grandíssima falta de interesse, de bairrismo e orgulho, por esta feira e festa. De ano para ano vai decaindo, até que talvez um dia, que não virá longe, deixará de existir, se não houver alguém que lhe dê um impulso, procurando despertar do marasmo em que se vai afundando. Sendo uma feira de ano, num dos pontos mais característicos da nossa freguesia e uma festa em honra do Senhor da Paz do Mundo, merecia um pouco mais de atenção da nossa parte. Desconheço quem são os organizadores, os mordomos mas este ano, a festa deixou muito a desejar, ficando aquém dos anos transactos,

25.6.1950
Ainda a Festa em honra do Senhor da Paz do Mundo
Fomos alcunhados de derrotistas pelo que dissemos no último número deste quinzenário. Mantemos na íntegra tudo quanto dissemos sobre esta feira e festa e diremos muito mais, uma vez que fomos chamados a campo.
Não nos é possível alcunhar de romaria — festa e feira o que lá se está a fazer nos últimos anos; como já dissemos, de ano para ano vai de mal a pior. Acho que para festa é necessário fogo de artifício, música, a indispensável santa missa cantada, sermão e procissão.
A isto é que se pode chamar festa religiosa. Digam agora os que me chamam derrotista e viram alguma coisa destas no festejo deste ano? Como novidade, única e exclusivamente o caminho do santuário ao cruzeiro e vice-versa, reparado a expensas do Ex.mº Sr. Engenheiro Silvicultor, António de Oliveira, Dig. Administrador dos Serviços Florestais, no nosso concelho. Como feira, pouca concorrência e pouquíssimas transações.
Como vêm não passou da santa missa rezada e procissão, isto quanto a festa religiosa, depois um simples bailarico ao toque de concertinas, cantorias ao desafio e... bebedeiras. Ainda é de louvar a Deus, não haver pancadaria, como habitualmente sucede! Creio ser tudo o que lá houve; perdão, este ano também se fez ouvir o alto-falante soajense. Como feira precisava de uma nova organização, com a instituição de vários prémios às melhores juntas de gado apresentadas, à imitação do que se faz noutras terras.
Promova-se o embelezamento do recinto, com plantação de árvores, caiação e reparação da capela, isto para principiar, depois teríamos muito mais a fazer.
Procuremos, pelo menos, imitar já que não fazemos melhor. Olhemos para o que se tem feito e faz em Stº António de Val-de-Poldros e no S. Bento do Cando! Dois santos milagrosos e de grande poder Junto de Deus. Pois o nosso é muito superior, visto ser o patrono da paz entre as famílias, dos lares, das Nações, que invocamos a toda a hora para que nos dê paz neste mundo e no outro; enfim, é o próprio Deus. Como disse no último número de «A Vanguarda», e repito: não sei quem são os organizadores, mas competia ao nosso muito dig.º Pároco, à Junta da freguesia e á Direcção da Casa do Povo tomarem as medidas necessárias e urgentes, para o engrandecimento e desenvolvimento desta festa e feira, que só se realiza uma vez por ano.
José de Sousa Rodas

O texto não obedece às regras do actual acordo ortográfico

2 comentários:

  1. Esta notícia tem 60 anos! E como está hoje o Senhor da Paz?

    ResponderEliminar
  2. Anónimo1/26/2012

    Tem graça o nosso santo ser mais importante que o S.Bento, pois o nosso é muito superior, visto ser o patrono da paz entre as famílias, dos lares, das Nações, que invocamos a toda a hora para que nos dê paz neste mundo e no outro; enfim, é o próprio Deus!

    ResponderEliminar

Seja crítico, mas educado e construtivo nos seus comentários, pois poderão não ser publicados. Obrigado.