As tuas bonecas encheram-se de pó
Nas prateleiras da minha saudade.
As roupas, as caminhas e a mobília
Arrumam-se desajeitadamente nas divisões dos armários.
As tuas risadas ainda ecoam
Nas paredes silenciosas da nossa casa.
Já não sonho com as noites de bonecas ressuscitadas
Que disfarçam de dia
A face oculta do seu sonho.
Também os meus sonhos ganharam pó
E deixaram de rir.
Ah! Se tu viesses de mansinho
E enquanto durmo,
Pudesses embalar-me nas tuas histórias
De bonecas, reis e princesas…
Quantos castelos tomaríamos,
Quantas escravas libertaríamos
E quanto mar seria nosso…
O naufrágio devolveu-me a terra,
Como quando parti: nú!
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