terça-feira, 28 de outubro de 2008

Sermão do Espírito Santo, na Igreja de Companhia de Jesus, pregado em S. Luís do Maranhão

Aqui deixo um dos textos que mais me impressionou ao longo da minha vida escolar e hoje ao relê-lo sinto a mesma impressão: a assembleia arrebatada e dependente de cada sílaba, gesto, do bafo do orador… a força criadora do verbo, que nos empolga e faz participar da obra - nós somos a obra!

Arranca o estatuário uma pedra dessas montanhas, tosca, bruta, dura, informe; e, depois que desbastou o mais grosso, toma o maço e o cinzel na mão, e começa a formar um homem, primeiro membro a membro, e depois feição por feição, até amais miúda: ondeia-lhe os cabelos, alisa-lhe a testa, rasga-lhe os olhos, afia-lhe o nariz, abre-lhe a boca, avulta-lhe as faces, torneia-lhe o pescoço, estende-lhe os braços, espalma-lhe as mãos, divide-lhe os dedos, lança-lhe os vestidos; aqui desprega, ali enruga, acolá recama; e fica um homem perfeito e, talvez um santo, que se pode por no altar”, in Sermões, vol. V, Porto, Livraria Chardron, Lello&Irmão, Editores, 1907

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