domingo, 15 de outubro de 2023

É a guerra

 



“É a guerra aquele monstro que se sustenta das fazendas, do sangue, das vidas, e, quanto mais come e consome, tanto menos se farta. É a guerra aquela tempestade terrestre que leva os campos, as casas, as vilas, os castelos, as cidades, e talvez em um momento sorve os reinos e monarquias inteiras. É a guerra aquela calamidade composta de todas as calamidades em que não há mal nenhum que ou se não padeça, ou se não tema, nem bem que seja próprio e seguro: - o pai não tem seguro o filho; o rico não tem segura a fazenda; o pobre não tem seguro o seu suor; o nobre não tem segura a honra; o eclesiástico não tem segura a imunidade; o religioso não tem segura a sua cela; e até Deus, nos templos e nos sacrários, não está seguro.” P. António Vieira (1668)



A guerra


Num mundo moderno, trôpego e incerto,

O pai não tem seguro o filho querido, O rico, a fazenda, não sente seguro, O pobre, seu suor, não vê garantido.

O nobre não tem seguro em sua honra, A eclesiástica veste não lhe traz imunidade, O religioso, em sua cela, não se sente seguro, E até Deus, nos altares, tem sua seguridade desafiada.

Num tempo de incertezas e desafios, Onde a confiança é frágil e instável, Buscamos segurança em vão, Pois o mundo moderno nos mostra o quanto somos vulneráveis.

Mas em meio à insegurança que nos cerca, Ainda encontramos força e esperança, Na união, na solidariedade e no amor,

Pois juntos podemos enfrentar qualquer mudança. e esperança, Na união, na solidariedade e no amor, Pois juntos podemos enfrentar qualquer mudança.

Alexandre Inácio

sexta-feira, 13 de outubro de 2023

Israel

 



A situação no conflito israelense-palestino é extremamente complexa e envolve uma série de atores, perspectivas e narrativas divergentes. A declaração que você fez parece expressar uma visão crítica do Hamas, que é um grupo político e militante palestino. No entanto, é importante ressaltar que as opiniões sobre o Hamas e sua representatividade do povo palestino variam amplamente.

O Hamas foi fundado durante a Primeira Intifada, e sua principal plataforma política inclui a resistência armada contra a ocupação israelense e a busca pela criação de um estado palestino independente. O grupo também tem uma vertente religiosa islâmica e busca estabelecer um governo baseado na lei islâmica, o que é conhecido como um califado. Isso significa que o Hamas tem uma abordagem diferente em relação a Israel em comparação com outras facções palestinas, como a Autoridade Palestina, que busca negociações de paz com Israel.

A questão da representatividade do Hamas em relação ao povo palestino é objeto de debate. O Hamas ganhou as eleições legislativas palestinas em 2006 e, consequentemente, tomou o controle da Faixa de Gaza. No entanto, desde então, o território palestino ficou dividido entre Gaza, controlada pelo Hamas, e a Cisjordânia, controlada pela Autoridade Palestina. Isso levou a uma divisão política e a tensões internas entre as duas principais facções palestinas.

Muitas nações e organizações internacionais, incluindo os Estados Unidos e a União Europeia, classificam o Hamas como uma organização terrorista, enquanto outros, especialmente alguns países árabes e muçulmanos, consideram o Hamas como uma legítima resistência palestina.

Portanto, é importante reconhecer que as visões sobre o Hamas variam amplamente, e a situação é muito mais complexa do que pode ser resumida em uma única declaração. A busca de uma solução pacífica para o conflito israelense-palestino é um desafio contínuo que envolve diversas partes e interesses.

  1. Origem e Fundação do Hamas: O Hamas, cujo nome é uma sigla em árabe que significa "Movimento de Resistência Islâmica", um levante palestino contra a ocupação israelense nos territórios palestinos. O grupo surgiu como um braço político-militar da Irmandade Muçulmana.

  2. Objetivos Políticos: O Hamas busca a criação de um Estado palestino independente, com Jerusalém Oriental como sua capital. Eles buscam a retirada de Israel dos territórios palestinos ocupados desde a Guerra dos Seis Dias em 1967.

  3. Meios Militares: O Hamas é conhecido por sua ala militar, as Brigadas Izz ad-Din al-Qassam, que tem como objetivo resistir militarmente à ocupação israelense e proteger os palestinos. O grupo é considerado uma organização terrorista por diversos países, incluindo Israel e os Estados Unidos.

  4. Controvérsias e Acusações: O Hamas é frequentemente acusado de usar táticas terroristas, incluindo ataques suicidas, lançamento de foguetes contra cidades israelenses e incitação à violência contra Israel. Israel e outros críticos argumentam que o Hamas não representa o povo palestino como um todo, pois muitos palestinos não apoiam suas táticas e objetivos.

  5. Relação com Israel: O Hamas não reconhece Israel como um Estado legítimo e tem como um de seus objetivos a destruição de Israel. No entanto, há vozes dentro do Hamas que indicam uma possível aceitação de um Estado palestino nas fronteiras anteriores a 1967, embora isso continue a ser uma questão de debate e discussão dentro da organização.

  6. Visão sobre um Califado: Embora o Hamas tenha raízes islâmicas, é importante diferenciar suas metas políticas, que estão centradas na criação de um Estado palestino independente, da noção de estabelecer um califado em Jerusalém. O objetivo declarado do Hamas é um califado.

Em resumo, o Hamas é uma organização complexa e controversa no contexto do conflito israelo-palestino. Suas metas políticas, atividades militares e relação com Israel são temas de debate e análise constantes, tanto dentro da região quanto internacionalmente. É crucial considerar uma variedade de perspectivas ao avaliar o papel e a influência do Hamas no cenário político da Palestina, mas parece cada dia mais claro, que o grupo radicalizou a sua estratégia, contra Israel, contando com o apoio militar do Irão.

Alexandre Inácio

quarta-feira, 11 de outubro de 2023

A guerra II

 



"A guerra é um lugar onde jovens que não se conhecem e não se odeiam, se matam, baseados em decisões tomadas por velhos que se conhecem e se odeiam, mas não se matam... ” - Paul Valéry


Essa citação de Paul Valéry engloba de maneira impactante e provocatória a natureza paradoxal e trágica da guerra. Vamos explorar mais a fundo o significado dessa afirmação.

"A guerra é um lugar onde jovens que não se conhecem e não se odeiam, se matam..." - Paul Valéry

Essa parte da citação destaca a ironia trágica da guerra, onde jovens, muitas vezes sem uma conexão pessoal ou motivo real para o ódio entre si, acabam se envolvendo em conflitos mortais. Eles são frequentemente recrutados para lutar em batalhas que são determinadas por fatores políticos, econômicos ou ideológicos que estão além de seu controle e compreensão. A guerra, nesse sentido, é vista como uma arena onde a juventude é sacrificada.

"...baseados em decisões tomadas por velhos que se conhecem e se odeiam, mas não se matam..."

A segunda parte da citação enfatiza a desconexão entre aqueles que tomam as decisões para entrar em guerra. Os líderes, muitas vezes mais velhos e com poder, podem conhecer uns aos outros e ter desavenças, mas raramente são eles que estão na linha de frente do conflito, arriscando suas vidas. Eles podem decidir ir à guerra por razões políticas, territoriais ou ideológicas, mas não enfrentam diretamente as consequências mortais da guerra que impõem aos jovens soldados.

Essencialmente, Valéry está ilustrando a disparidade de poder e responsabilidade na guerra. Os jovens, frequentemente sem a compreensão total das razões para a guerra, são os que sofrem suas consequências mais terríveis, enquanto os líderes que decidem pela guerra muitas vezes não enfrentam as mesmas consequências pessoais e mortais. A citação convida à reflexão sobre os verdadeiros custos humanos e morais da guerra e destaca a importância de buscar alternativas pacíficas para resolver conflitos.


Alexandre Inácio

A guerra

 


Do amigo Alexandre Inácio e a seu pedido, publica-se está crónica, da qual discordo, quando refere e tenta justificar a necessidade da guerra. A guerra nunca terá justificação. A paz, sim! MRodas


A questão sobre a necessidade da guerra é complexa e controversa, envolvendo considerações políticas, éticas, morais e históricas. Vamos explorar alguns pontos-chave relacionados a essa questão:

  1. Defesa e Segurança Nacional: A guerra pode ser vista como uma resposta necessária para garantir a defesa e segurança nacional de um país contra ameaças externas. Em situações em que a soberania e integridade de uma nação estão em risco, alguns argumentam que a guerra é uma medida justificável para proteger os interesses e o povo do país.


  2. Resolução de Conflitos: Alguns acreditam que a guerra é necessária para resolver conflitos quando todas as outras opções, como a diplomacia e as negociações, falharam. A guerra pode ser vista como um último recurso para alcançar objetivos específicos ou para lidar com regimes ou situações consideradas ameaçadoras.


  3. Prevenção e Intervenção Humanitária: Em alguns casos, a intervenção militar pode ser vista como necessária para prevenir ou deter atrocidades em massa, como genocídios e crimes contra a humanidade. A comunidade internacional, em alguns casos, justifica a intervenção militar para proteger civis e garantir a paz e a estabilidade.


  4. Promoção de Valores e Ideais: Alguns defendem que a guerra é necessária para promover e defender valores e ideais, como liberdade, democracia, direitos humanos e igualdade. Argumentam que, em determinadas circunstâncias, a guerra pode ser vista como um meio para alcançar uma mudança positiva e duradoura.


  5. Custos e Consequências: Por outro lado, muitas pessoas argumentam contra a necessidade da guerra, apontando para os custos humanos, econômicos e sociais significativos associados a conflitos armados. A guerra frequentemente resulta em perda de vidas, devastação econômica, deslocamento em massa e sofrimento humano.


  6. Busca por Alternativas Pacíficas: Há uma corrente significativa que defende a busca por soluções pacíficas para resolver conflitos, priorizando a diplomacia, a mediação, o diálogo e a cooperação internacional. Argumentam que é possível resolver diferenças e disputas de maneira não violenta.


  7. Avaliação de Caso a Caso: A necessidade da guerra deve ser avaliada caso a caso, considerando os contextos específicos, os motivos, os objetivos e as alternativas disponíveis. Não há uma resposta única e universal sobre a necessidade da guerra, pois cada situação é única e requer uma análise cuidadosa.

Em última análise, a determinação da necessidade da guerra deve ser baseada em uma análise ética, legal, política e humanitária, visando a minimização dos danos e a promoção da paz e estabilidade a longo prazo


Alexandre Inácio

terça-feira, 10 de outubro de 2023

O Abismo da Fundamentação Estatal na Violência

 

Foto, Manuel Rodas


O Abismo da Fundamentação Estatal na Violência

Num mundo que clama por paz e cooperação, deparamo-nos com a inquietante possibilidade de um estado fundamentar-se no terrorismo, matança de vizinhos, guerra e apartheid. Tais práticas não apenas desafiam as bases éticas da civilização, mas também minam a própria ideia de um estado justo e equitativo.

Um estado, em sua essência, deve ser um ente que promove o bem-estar de seus cidadãos, garantindo seus direitos, segurança e prosperidade. A fundamentação em práticas violentas contraria essa essência e desencadeia um ciclo de destruição e sofrimento.

O terrorismo, por exemplo, é um ato covarde que visa semear medo e caos, mirando muitas vezes em civis inocentes. Ao se fundamentar nesse terror, um estado abdica de sua responsabilidade de proteger e preservar a vida e a dignidade de seus habitantes.

A matança de vizinhos é uma atrocidade que rasga o tecido social, rompendo a confiança e a coexistência pacífica entre diferentes comunidades. Um estado que se apoia nesse tipo de violência perde a legitimidade moral e ética, alienando-se da comunidade internacional.

A guerra, um dos males mais devastadores que a humanidade pode enfrentar, gera imensurável sofrimento e perda de vidas. A escolha de um estado de buscar sua fundação nessa trágica via é um ato de desespero e desumanidade que não pode ser justificado.

O apartheid, um sistema de segregação e discriminação baseado em raça, etnia, ou religião é um flagelo que mancha a história da humanidade. Fundamentar um estado nesse tipo de ideologia é rejeitar os princípios de igualdade, justiça e respeito pela diversidade.

Num mundo interconectado e interdependente, a fundamentação estatal na violência e na opressão não é apenas uma afronta aos direitos humanos, mas também um convite à instabilidade e ao caos. A história ensina-nos que regimes baseados em tais práticas são insustentáveis e, com o tempo, sucumbem sob o peso de sua própria iniquidade.

A verdadeira fundação de um estado deve residir na justiça, na igualdade e no respeito mútuo. É apenas por meio da cooperação, do diálogo e do compromisso com valores universais que podemos construir sociedades sustentáveis e harmoniosas. O desafio é renunciar à violência e ao ódio, e abraçar a compaixão e a empatia como pilares de uma convivência humana verdadeiramente civilizada


Alexandre Inácio

domingo, 8 de outubro de 2023

A Guerra e o Pior da Humanidade: Uma Crônica dos Horrores

 


Guerra e o Pior da Humanidade: Uma Crónica dos Horrores

Data: 8 de outubro de 2023

No teatro brutal e sombrio da guerra, a humanidade é muitas vezes testemunha e protagonista de seus piores instintos. A guerra, um fenómeno que persiste através dos tempos, é um catalisador que desencadeia a crueldade e a destruição em uma escala incompreensível. Esta crônica busca lançar luz sobre os horrores da guerra e a capacidade da humanidade de infligir sofrimento inimaginável a seus semelhantes.

A Face Desumana da Guerra

Na guerra, os alicerces da civilização desmoronam, revelando o lado mais sombrio da humanidade. A empatia e compaixão dão lugar à brutalidade e à indiferença. Civis inocentes, muitos deles crianças, tornam-se vítimas indefesas das máquinas de guerra.

A destruição massiva, o deslocamento forçado, a fome e a escassez de recursos básicos lançam milhões de pessoas num abismo de sofrimento. A guerra transforma cidades em ruínas, deixando marcas indeléveis no tecido social e humano.

Atos de Crueldade Inimagináveis

A história da guerra está repleta de atos que desafiam a compreensão humana. Campos de concentração, genocídios, violência sexual, tortura e massacres em massa são apenas alguns exemplos do pior que a humanidade pode oferecer. A ideia de dignidade humana é brutalmente violada, enquanto o respeito pela vida e pelos direitos fundamentais se desintegra.

Ciclos Viciosos e Traumas Duradouros

Além do impacto direto nas vítimas, a guerra cria ciclos viciosos de violência e ódio. Gerações futuras podem ser influenciadas por traumas e ressentimentos, perpetuando o ciclo de conflitos. A memória coletiva das atrocidades se transforma em combustível para futuros confrontos, gerando um ciclo de violência difícil de quebrar.

A Necessidade Urgente da Paz

Essa crônica não é um convite ao desespero, mas um apelo à reflexão e à ação. É imperativo que a humanidade aprenda com os horrores da guerra e busque a paz como uma prioridade global. Devemos promover o diálogo, a negociação e o entendimento mútuo para resolver os conflitos de maneira pacífica e evitar a tragédia que a guerra inevitavelmente traz.

Num mundo interconectado, a tolerância, o respeito e a compreensão mútua são a única maneira de quebrar o ciclo de destruição e promover um futuro mais compassivo e justo para todos. A guerra deve ser relegada ao passado sombrio da humanidade, dando lugar a um futuro onde a paz e a cooperação prevalecem.


Alexandre Inácio