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sexta-feira, 10 de abril de 2015

Em Soajo, há...


 Árvores altas, como torres!

 Há mochos, à espera...

 Há flores lindas...
 com picos longos!


Mas há também água que corre,

 nos regos e levadas...
 ... e há uma santa da Ladeira,


 à mistura com víboras!
Por isso, é que eu gosto de Soajo!
Das pessoas e da serra, dos ares e da água
das comidas e do vinho
dos cantares e festas
das romarias e danças!

E tu?

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Todos os nomes ( Aos autores com problemas de nomes para as suas personagens)


Os nomes

  

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Os nomes colam-se às pessoas para toda a vida. Herdam-nos no batismo e o tempo acrescenta outros nomes de família, características pessoais ou referência dum local com eles relacionado. Passados alguns anos, já na idade bem adulta, acresce o Ti, para homem e Tia, para mulher.
Por exemplo, em Paradela, havia as pessoas que só transportavam o seu nome: Ti Abílio Morgado, Ti José Rodas, Tia Adelina, Ti João Martins, Ti Lísia, Tia Delfina, Ti Pinheiro, Ti Guilhermino, Ti Manuel Rodas, Ti Firmino Martins, Ti Diogo, Ti Xico, Tia Marcelina, Ti Mário Correia, Tia Custódia, Ti Rego, Tia Mineira, Ti Casimiro Cachês, Ti Félix, Ti João Morgado, Tia Maria Martins, Ti Capela, Ti Zé Rego ,Ti Chaxo, Cabo Alves, Ti Manuel Canado, Ti Manuel Rodas, Ti Luís Guiço, Ti Moreira, Ti Prudêncio Lima, Germano Rodrigues, Adolfo Rodrigues, Ti Silvareira, Ti Fagulhas, Ti Rosa Lima, Ti António Martins, Tia Russa, Tone Russo, Albino, Fernando Palmiro, Manuel Palmiro, Ti João Palmiro, Tia Barqueira, Tia Rosa Rega, Manuel Curto, Tia Cidade, Ti Plaino, Tia Maria Plaina, Tia Filomena, Ti João Rodas, Tia Maria Curta e Tia Codeça.
Um segundo grupo de nomes de pessoas reúne aqueles que lhe acrescentavam características pessoais: Ti Joaquim, que por ser grande ficou, Joaquim Grande, uma alma grande e que desde cedo, por questionar a injustiça do mundo, se viu confrontado com as piores partes. 
Ao contrário, o Ti João Pequeno, que como se imagina era pequeno, de bigodinho e ar esperto como pardal; Ti João Palouco, por ser gordo como um palouco, ao contrário do  Xico Fininho, sempre sentado a beber e a fumar no Eiró; Ti Abílio Maneta, a quem faltava uma mão, mas nem por isso deixava de fazer uns socos que eram uma perfeição nos pés; Ti Marreco,  por deformidade física, óbvia;  Ti Arrobas, sempre a medir forças e habilidades, desafiando os outros para uma marcha acelerada ou a levantar, na posição vertical, uma cadeira ou banco apenas com uma mão e Ti António Mudo, que tão bem se entende, pois não falava. Ele falar, falava, com as mãos, com gestos, expressões faciais e com o olhar sempre triste e magoado. Se falasse o que diria quando se riam dele? Ou quando falavam, falavam para dizer que o trabalho dele valia menos que o dos outros? Ele não os ouvia, mas entendia a emoção que transmitiam quando falavam. Ele lia-lhes a alma e, às vezes, não era nada clara! Era ante sum poço findo cheio de escuridão e receios.
Um terceiro grupo herdava os nomes de terras ou locais relevantes para a sua história pessoal ou porque habitavam nesses locais: Ti Luís da Quelha, Ti Manel da Quelha, Ti Maria da Quelha, todos moradores num quelho estreito, que na fala se tornou feminino, Quelha. Ti Domingos do Regueiro, Ti Rosa do Regueiro, a quem o nome reproduzia uma imagem mental que os situava numa zona de todos conhecida, a zona da fonte, onde a água, a escorrer pelo caminho, secava no verão a ceder espaço à pequena Fonte da Sapa.
 A Ti Rosa do Campo e sua filha Ti Maria do Campo, que todos sabiam serem do Campo Grande, mas por economia do esforço ficava apenas Campo, embora campos era o que mais havia por ali. Ti Maria das Lages, que por morar num sítio todo ele feito de fragas e lages, se lhe colou ao nome e lhe deu cabo dos joelhos a transportar os cestos de espigas, uvas e erva ou couves desde lá do fundo, lages acima, até desabarem na varanda, por cima do lenço da cabeça, onde se escondia um rosto suado e vermelho do esforço.
Ti Angelina da Eira, Ti João da Eira. A Eira era um terraço de vistas abertas para um espaço comunitário, que todos os anos era arrematado e onde desaguava sempre o Entrudo, com os carros de bois, à porfia, a Boucinha! Mesmo ao lado do Eiró, onde nasciam todas as notícias, era na Eira que estas se sabiam primeiro que no resto do lugar.
Também aqui cabiam aqueles que, ou eles ou os seus ascendentes tinham vindo doutras aldeias, a mostrar como estes eram acolhidos, mas cuja origem se lhes colava à pele para sempre: Ti Teresa de Rouças, lugar da serra,  Ti Vila Nova, porque o homem tinha nascido do lado de lá do rio, em Vila Nova de Ponte da Barca, Ti Angelina da Várzea, Ti Maria da Várzea, Ti Rosa da Várzea, todas irmãs e cuja mãe veio da Várzea e deu os nomes às filhas. O mesmo aconteceu a outras tantas mulheres que vieram de fora, Ti Maria Gavieira, Ti Maria de Soajo, Ti Rosa de Cunhas, 
A Ti Lurdes, apesar de ser irmã da Ti Angelina da Várzea, da Ti Maria da Várzea e da Ti Rosa da Várzea, não ganhou o apelido da Várzea, sabe-se lá porquê?! Seria Várzea a mais?
Outro conjunto de nomes de pessoas transportava consigo a herança familiar. Eram os últimos representantes duma cadeia familiar e o nome continha esse património, como raízes da mesma floresta: Ti Rosa do Albino, Deolinda Fagulhas, Ti Manel da Lísia, Ti Deolinda Capela, Ti Manel do Albino, Ti Teresa do Albino, Ti Rosa Dioga, Ti Manel Garrano, Ti Manel do Xico, Ti António do Xico, Ti Rosa do Xico, Ti Manel da Luzia, Ti Maria da Tiana, Maria da Júlia, Joaquim da Júlia, Ti Rosa Gradeja, Ti Serafim Gradejo, Ti Maria do Firmino, Ti Maria Bendeira, Olívia Bendeira, Ti Maria do Abílio, Ti Maria Chaxa, Ti Gatunhas, Ti Rosa Gatunhas, Ti Maria Forneira, Ti Cacheza, Rosa da Cacheza, Ti Rosa do Cachês, Maria do Cachês, João Cachês, Ti Domingos Afonso, Ti Maria Afonsa, Tia Maria Moreira.
Normalmente os filhos recebiam o nome dos pais, mas alguns eram os pais que recolhiam o nome dos filhos: Mãe da Ti Cidade.
A Ti Ana do Correio era a única cujo nome se relacionava com a sua atividade diferenciada dos demais: ia buscar e levar o correio, a Soajo, inicialmente, e a Lindoso, mais tarde!





Manuel Rodas
Oeiras, 24 de Nov. 2014

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

O Juiz de Soajo esteve na Amadora!

Foi no dia 3 de fevereiro que o Juiz de Soajo apareceu na Bedeteca da Amadora, na Biblioteca Piteira Santos.
O evento contou com a presença do autor, José Ruy, do Vereador da Cultura da Camara Municipal da Amadora, do editor Eduardo Lopes e do convidado Manuel Rodas.
O tema da conversa foi Soajo e o Juiz de Soajo. Veja aqui:



A TV da Amadora esteve presente e podem ver em 


http://www.tvamadora.com/Video.aspx?videoid=2934

A todos muito obrigado! 
Viva Soajo! 





Foi  assim que surgiu o Juiz de Soajo!








Um dia estava na Brandoa, na Amadora e acompanhei dois alunos meus com Necessidades Educativas Especiais na sua turma onde o José Ruy, autor de Banda Desenhada ia ensinar aos alunos como fazia os seus livros de Banda Desenhada.
Quando entramos já ele estava a falar com o seu ar sereno e cabelos romanticamente brancos e compridos.
Os alunos e eu ouvíamos extasiados as palavras do mestre e acompanhávamos o seu sorriso nos gestos largos e ternurentos do sonhador. Ele explicava como tinha feita o livro de Banda desenhada sobre a Amadora, Levem-me nesse sonho! Ora fazia desenhos no quadro, ora mostrava as páginas com a sinopse, o esboço dos desenhos por página, as "falas" em separado e finalmente as páginas a cores!
Nós íamos acompanhando, de boca aberta e óhs e óhs sucessivos de espanto!
E foi assim que a ideia surgiu:
E se ele fizesse uma história semelhante sobre Soajo?
E de repente algo se alterou em mim: Onde ele falava da Amadora, eu passei a ouvir Soajo! E quando dizia Porcalhota, eu ouvia Eiró! E quando falava da imigração para Amadora dos alentejanos e pessoas do interior e caboverdeanos, eu ouvia emigração dos soajeiros, primeiro para Lisboa e Sintra e depois Américas e Franças! Quando falava dos moinhos de vento, eu escutava as mós dos moinhos de águas claras e frias de Soajo!
Através dele tinha regressado a Soajo, numa viagem inimaginável de transculturalidade!

No final da sessão fui reconhecer o meu entusiasmo e agradecer a sua disponibilidade. Não resisti e de imediato propus-lhe que fizesse uma história semelhante sobre Soajo, e ele talvez remotivado pelo meu entusiasmo, disse logo que sim.

Combinamos um encontro posterior para aprofundar melhor a ideia.

Claro que esta ideia nunca mais me largou. Possessiva e poderosa!
Assim ficou combinado. Ele comprometia-se a fazer o projecto,  com a Editorial Notícias, desde que a Junta de freguesia ou a Camara Minicipal se comprometessm  a adquirir 3000 exemplares (?).  Como a seguir vinham as férias e eu me deslocava em visita a meus pais, falaria com aJunta, sendo o Presidente o Prof. António Enes e o Secretário, o Prof. Joaquim Enes!
Convencer o Presidente deste projecto não foi fácil. Tinha muitas resistencias, nomeadamente como justificar aos eleitores, gastar tanto dinheiro em livros...de bonecos! Tentava convencê-lo que seria importante fixar em livro a nossa história e disponibilizá-la aos jovens para que conhecessem e tivessem orgulho na nossa terra, uma vez que a maior parte residia no estrangeiro e até poderia oferecer um livro aos vizinhos ou colegas doutras nações. Eles tinham uma terra com história! Eles tinham história, tinham passado e teriam futuro, onde quer que estivessem!

Com a ajuda do Prof. Joaquim Enes, que rapidamente aderiu ao projecto e argumentava que era importante para Soajo e o dinheiro gasto era facilmente recuperado porque as pessoas iam aderir, prontificando-se logo a estabelecer os contactos necessários como José Ruy, para o apoio que fosse necessário, quer logístico, quer de enquadramento e contexto cultural.
 Por fim, o projecto seguia em frente, eu e o Prof. Joaquim Enes demos o apoio que nos foi solicitado pelo autor, o António Neto disponibilizou-se para acompanhar o autor pela serra, com a sua máquina fotográfica e fixar os quadros necessários para a realização da obra.
Pediu-se ao Prof. Luís Barbosa que fizesse uma apresentação breve do trabalho e finalmente  o livro foi um êxito e rapidamente desapareceu, ficando esgotado nas prateleiras da Junta de Freguesia.
O meu irmão disse-me que quando comprou o livro não conseguiu adormecer sem o ler todo duma vez! E como ele ...outras pessoas sentiram o mesmo. Como residia na Amadora não pude acompanhar de perto o entusiasmo suscitado, mas lembrei-me que o Prof. Joaquim Enes conhecia bem os soajeiros. Perante uma proposta válida, com a qual se reconheçam e identifiquem, eles adererm com alma e coração! Afinal não somos todos assim?
Recordo-me da surpresa que tive no meu tempo de estudante, no início dos anos 70, numas férias, penso que de Natal, os estudantes e outros jovens organizaram em 4 ou 5 dias um teatro, tipo Variedades, na Casa do Povo. Eu tinha a impressão que podia ser bonito, mas para estudantes... As pessoas não iam deixar as suas casas para virem à Casa do Povo verem umas facécias de estudantes desocupados...
Para surpresa minha a sala encheu, ficou à cunha!
Razão tinha o Prof. Joaquim Enes. "Aqui as pessoas estão ávidas de bens culturais!"
E volto a perguntar: Afinal não somos todos assim?


Como o José Ruy organizou o seu trabalho?
Primeiro faz a sinopse do que iria ser o livro:


Em seguida fez a planificação das páginas!


Iniciou de seguida o esboço dos desenhos de cada página...


Bem como as respectivas falas, que mais tarde, desenhadas em acetato se iriam sobrepor aos desenhos!

Obtendo-se, deste modo, o resultado final:



E finalmente a capa!


Neste ano de 2014, na comemoração dos 500 anos da atribuição do foral a Soajo por D. ManuelI,  a Camara Municipal de Arcos de Valdevez resolveu - e muito bem - reeditar a obra, através da Âncora Editora e oferecê-la a todas as crianças do concelho! Das comemorações parece-me que vai ser a única homenagem material, palpável e duradora!

E fico a recordar esta viagem da Amadora até Soajo! O valor das idéias e das gentes! 



OBS. Neste verão voltei a encontrar a confirmação do veredito do saudoso Prof. Joaquim Enes ""Aqui as pessoas estão ávidas de bens culturais!" 
Que saudades, amigo! E como irias sorrir ao veres a confirmação de tantas conversas feitas!
Confirmei a adesão e entusiasmo dos soajeiros na apresentação do livro de meu pai José de Sousa Rodas, por mim organizado e editado, POR SOAJO



 Afinal não somos todos assim?


Oeiras, 15-10-2014

Notas

http://lendobd.blogspot.pt/2014/12/one-shots-jose-ruy.html
http://jogodopau.tumblr.com/post/105219037179/o-jogo-do-pau-na-historia-do-soajo-aos
http://bloguedebd.blogspot.pt/2014/09/breves3.html
http://agaragem2014.blogspot.pt/2014/09/o-juiz-de-soajo-de-jose-ruy-reeditado.html
http://bongop-leituras-bd.blogspot.pt/2014/09/lancamento-ancora-o-juiz-de-soajo.html?spref=fb
http://kuentro.blogspot.pt/2014/09/foi-reeditado-o-album-o-juiz-de-soajo.html
https://bandasdesenhadas.wordpress.com/tag/jose-ruy/
http://www.circuloarturbual.pt/?avada_portfolio=jose-ruy\
http://biblobd.blogspot.pt/2013/09/quadriculografia-de-jose-ruy-em-album.html



quinta-feira, 21 de agosto de 2014

O livro POR SOAJO, de José de Sousa Rodas


O livro POR SOAJO, de José de Sousa Rodas, lá segue o seu percurso. 
Aqui está um exemplar no Turismo de Arcos de Valdevez!
Pode-se adquirir na Casa das Artes e na Nature 4! E em Soajo, claro, nas Portas do Mezio e no Largo do Eiró!




POR SOAJO
 A livraria Rekanto Kruz em Valongo envia pelo correio.
Rua Ilhar Mourisco 220, 4440 Valongo
rekanto.kruz@gmail.com 
Telemóvel:22 421 0208

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

POR SOAJO- Apresentação dia 2 de agosto em Soajo

Para quem não esteve presente, deixo aqui um video do meu amigo de juventude e de sempre,  MODESTO MIRANDA. Deixo também um abraço de agradecimento aos Presidentes da Câmara e da Junta de Freguesia, ao Pedro Teixeira da ARDAL e um muito obrigado pela disponibilidade, atenção e amizade da Paula Teixeira de Queiroz, grande escritora universal, da nossa terra!
Obrigado ao Jorge Lage pelas palavras simpáticas acerca do livro e do autor, meu pai.
Obrigado especial a todos que estiveram presentes e contribuíram para esta bonita festa  comemorativa dos 500 anos da atribuição do foral a Soajo, nomeadamente à Vera, ao Augusto e à Luísa, que vieram de Almada e ao Joaquim e Teresinha e ao Carlos e à Rosa que se deslocaram de Lisboa.
Abraço enorme, de Soajo até ao mais fundo de cada um de vós!

Até sempre!

Manuel Rodas


* O livro POR SOAJO encontra-se à venda em Soajo, na drogaria do Eiró, nas Portas do Parque Peneda Gerês, no Mezio, Soajo e na Nature 4, em Arcos de Valdevez!

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Apresentação do livro POR SOAJO



Terminando um período de 4 anos de pesquisa na Biblioteca Nacional em Lisboa e trabalho solitário de digitalização, organização e análise de conteúdo e prefácio, procura de editora, eis finalmente o livro pronto para quem o desejar ler, consultar, oferecer e...guardar como documento único da vida soajeira.




E no dia 2 de agosto será feita, às 16 horas, a apresentação do livro de José de Sousa Rodas, no Centro Paroquial de Soajo. Contará com a presença de Paula Teixeira de Queiroz, vice directora do Jornal Notícias dos Arcos e ... mais... surpresas!
Tu vens? Trazes um amigo? Obrigado

segunda-feira, 23 de junho de 2014

"Pancadaria na Vila dos Arcos"

SABIAS?




In, O ARCOENSE, nº nº862, de 21 de Setembro de 1902:

                                                          "Pancadaria"

No dia de feira houve grossa pancadaria entre uns indivíduos de Prozelo e do Soajo, aí para o Largo da Valeta, chegando alguns a cair ao rio, o que por certo lhes havia de refrear os ímpetos guerreiros. Informam-nos que esta desordem foi consequência de outra que os de Soajo fizeram na romaria da Peneda.


Ora, é preciso pôr cobro a estas contendas que, além de darem uma má ideia dos povos deste concelho, muito prejudicam as feiras e romarias. Para o ano muita gente deixará de concorrer à romaria da Peneda com medo a estas exibições selvagens. Aquela romaria não deve deixar de ser convenientemente policiada."


O nº 868, de 2 de Novembro, refere uma desordem ainda maior. Com o título de:

"Grande desordem. A vila em estado de sítio. Feridos graves"

A notícia descreve uma nova cena de pancadaria, na feira de gado, provocada pelos de Soajo, que vieram em grande força até à vila. No final, tiveram que bater em retirada. Choveram pedradas e atá se ouviram tiros de revólver.

"Por momentos julgamo-nos transportados a África, assistindo a um combate entre selvagens", escreve o articulista.

A notícia termina referindo que houve imensos feridos, tendo a gravidade de alguns levado ao seu internamento no hospital. Um de Prozelo e outro do Soajo estavam em perigo de vida.





Em 18.9.52, começou a funcionar o telefone em Soajo com o nº 7804, instalado provisoriamente na padaria da Sr.ª D. Maria Joaquina Fernandes, tendo sido deslocado mais tarde e após a conclusão das obras, para a Casa do Povo de Soajo.

terça-feira, 10 de junho de 2014

POR SOAJO, 19.4.1970, in A VANGUARDA



Óbito – No p. p. mês de Março, perdeu a nossa freguesia um dos
mais ilustres dos seus filhos, continuando, portanto, de pesado luto. Ao
termos conhecimento de tal notícia ficámos surpreendidos e muito sentidos,
pois tratava-se do nosso parente, velho amigo e condiscípulo Rev.°
Sr. Padre António Rodas de Sousa Ribas, como nós, natural do lugar da
Várzea e, por sinal, só mais velho um mês. Causou-nos a maior consternação
e repulsa pelo modo como foi vítima de mais um lamentável acidente
ocorrido nas fatídicas passagens de nível em Barcelos, o comboio
das 20,30 h. Arrasta o automóvel em que seguia com mais três colegas
por 500 metros! Deixando logo mortos, ele e um dos companheiros; o
terceiro faleceu horas depois de dar entrada no Hospital de Santo António,
no Porto. Eram todos padres missionários da Congregação do Espírito
Santo e Imaculado Coração de Maria, que também assim se encontra
de luto pela perda de quatro dos seus filhos muito queridos e de quem
tanto necessitava e muito viria a beneficiar, pois tratava-se de padres
— 243 —
novos, cheios de vida e saúde. O funeral realizou-se no dia 26, com missa
de corpo presente, ofícios, etc., na nossa Igreja Paroquial, tendo sido
sepultado no cemitério da nossa freguesia. Constituiu uma prova de
quanto era amado e estimado por todos os seus conterrâneos e ainda
pelo povo das freguesias circunvizinhas. De França, veio seu irmão,
Rev.° Sr. Padre Abílio Rodas de Sousa Ribas, que assistiu ao funeral e à
sua trasladação de Barcelos para Soajo. Deixa na maior consternação
seus velhos pais, Sr. João de Sousa Ribas, Sr.ª D. Rosa Preto Rodas, e ainda
seus irmãos, D. Maria Rodas de Sousa, casada com João Macieira
Rodas, e D. Luzia Rodas de Sousa, casada com António de Sousa Macieira,
bem como sobrinhos e tios. A todos o nosso cartão de sinceras e sentidas
condolências. Não nos foi possível assistir ao funeral, mas fizemonos

representar por nosso filho Manuel Alexandre Barbosa Rodas.

POR SOAJO 4-2-68

Aos emigrantes – Pelo art. 437.° do nosso Código do Registo Civil,
todo o cidadão português que, tendo emigrado, regresse à metrópole, é
obrigado, no prazo de 15 dias após a chegada, a participar o seu regresso
por escrito ao conservador do Registo Civil da área em que se encontrar,
devendo a participação ser feita em papel comum, conter o nome,
idade, estado, profissão, morada, procedência e dia de chegada e, quando
por via marítima, o nome do vapor e o porto em que desembarcou.

A falta de cumprimento do disposto é punida com multas.

POR SOAJO

14-5-1967, in A VANGUARDA

Os nossos emigrantes – Apesar das dificuldades e dos inúmeros
sacrifícios que se lhes deparam por terras estranhas, os nossos conterrâneos
continuam em debandada por esse mundo fora, à procura de meios
para uma velhice sossegada. Assim, retiram para França, os Srs. Francisco
e Manuel Rodas Afonso, João Cerqueira Rodas, Manuel Gonçalves,
António Joaquim Fernandes e José Araújo, Joaquim Macieira. Para a
América do Norte: Os Srs. João da Costa Barros, que se fez acompanhar
de sua dilecta esposa e prendada filha. João Barbosa Soares, que também
levou na sua companhia a esposa e filha. Manuel Lage dos Santos, que
foi para junto de seus pais e irmãos.
– Também temos conhecimento de que se encontra entre nós, o
nosso amigo Sr. Alexandre Fernandes, de visita à sua família, vindo
do Canadá. De França, continuam a chegar homens de diversas localidades
por não conseguirem trabalho naquela nação. Mais uma vez
lhes lembramos que no nosso Ultramar há ocupação para todos e para

as mais diversas profissões.

POR SOAJO

19-3-1967, in A VANGUARDA

Fontenários – Para quando o abastecimento de água potável às nossas
aldeias? Seria de toda a conveniência que se fosse pensando neste problema
que é de suma importância para a saúde dos seus laboriosos habitantes,
alguns dos quais estão a utilizar autênticos chafurdos. É necessário
pensar também em levar certos e urgentes melhoramentos aos nossos
aldeãos e não canalizar tudo para a sede da freguesia; não devemos
esquecer que esta também é composta por vários lugares e estes também
pagam os seus direitos ao Estado, por isso merecem que se repare pelo
seu bem-estar, pelas suas maiores necessidades.
Já houve certas pessoas que nos disseram ir apelar para as autoridades superiores, a fim de ser formada uma nova freguesia com os lugares de Adrão, Várzea, Paradela
e Campo Grande, com sede no lugar de Adrão, e padroeiro da nova freguesia,

o Senhor da Paz do Mundo; desejam a separação civil e religiosa.

POR SOAJO

5-3-1967 in A VANGUARDA
No lugar de Paradela, faleceu em 31 do p. p. mês de Janeiro
o Sr. Firmino da Piedade Barbosa; contava 85 anos de idade, era pai
amantíssimo do Sr. António Rodas Barbosa e das Sr.as Adelina Barbosa e
Maria Custódia Rodas, esta última minha esposa. No mesmo lugar faleceu
o Sr. Félix Joaquim Barbosa, irmão do anterior, no dia 6 do p. p. mês
de Fevereiro; era pai do Sr. João Fernandes Barbosa e da Sr.ª Teresa Fernandes

Barbosa. Às famílias os nossos sentidos pêsames.

Por Soajo

1-5-1966

Em 6 de Novembro de 1836, foi este concelho extinto, assim como
outros. Mas em 1837, foi decretado que o extinto concelho de Soajo
então incorporado no de Arcos de Valdevez, voltasse à categoria de
concelho. O Diário do Governo, nº 307, de 22 de Dezembro de 1837, diz
assim: Ministério do Reino Dona Maria, por graça de Deus e pela
Constituição da Monarquia, Rainha de Portugal e dos Algarves, D’Aquém
e D’Além Mar, em África, etc... Faço saber a todos os meus súbditos,
que as Cortes Gerais, Extraordinárias e Constituintes da Nação
Portuguesa decretaram e eu sancionei a Lei seguinte: As Cortes Gerais
Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa Decretam o
seguinte: Artigo 1,° O Decreto de 6 de Novembro do ano próximo passado
e o mapa que dele faz parte, fica alterado do modo seguinte: § 1º),
§ 2.º), § 3.º). A) O extinto concelho de Soajo, actualmente incorporado
no concelho de Arcos de Valdevez, no referido Distrito Administrativo,
voltará à sua Categoria de Concelho e será composto da freguesia
de Soajo, cabeça de concelho e das freguesias de Ermelo e Gavieira,
ficando a pertencer à Comarca de Arcos de Valdevez. § 4.º), § 5.º), §
6.º). A) Artigo 2º Fica revogada toda a legislação em contrário. O
Secretário dos Negócios do Reino o faça imprimir, publicar e correr.
Dado no Palácio das Necessidades, em vinte e dois de Dezembro de
mil oitocentos e trinta e sete. Rainha, com rubrica e guarda, Júlio

Gomes da Silva Sanches.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

POR SOAJO 5ª Centenário do foral de Soajo

6.3.1966

Mas o foral de que há notícias foi-lhe dado por D. Manuel I, em Lisboa,
a 7 de Outubro de 1514. Sendo comarca e sede de concelho,
«Tinha juiz ordinário, 2 vereadores, um procurador do concelho, eleição
trienal do povo, com pelouro que antigamente fazia o juiz que acabava
e o corregedor lhe passava carta, sem entrar na terra, presidindo
às eleições. Tinha mais 2 escrivães, que serviam em tudo. «Todo o
termo fazia uma companhia de que era capitão-mor o juiz, e «fazem
seus alardes na forma do Regimento de guerra, trazendo em sua companhia
12 espingardeiros». Outro privilégio era aquele de não darem
alojamento às tropas, nem soldados em tempos de guerra, «e só iam a

ele no seu couto ou quando fosse o rei em pessoa».