- Voltamos ao rioTejo e às suas águas calmas e tranquilas, que desde Espanha até Lisboa percorrem muitos e muitos kms. Quantos?
- Hoje, por azar, não havia vento e sem vento não há energia. Saímos da doca de Alcântara, com motor ligado e dirigimo-nos até meio do rio, apontando à Trafaria. Fiquei ao leme, mas sem vento e muito devagarinho. Até deu para tirar fotografias e tive mais tempo para apreciar a orla costeira dum e do outro lado, isto é, das duas margens!
- Contava a minha mãe, que o o seu pai, meu avô, quando regressou dos Estados Unidos, onde permaneceu alguns anos, os necessários para amealhar o dinheiro suficiente para comprar terras em Paradela de Soajo e tirar os filhos da miséria-, dizia duas coisas interessantes. A primeira é que Lisboa, vista por quem sobe o rio Tejo, era a cidade mais linda que tinha visto. E agarrado ao leme, fico a imaginar o que o meu avô, Firmino Barbosa, tinha visto! Não a Ponte 25 abril, não a cidade com as torres das Amoreiras e o museu novo da eletricidade, e mais uns não sei quantos prédios novos, mas a luz de Lisboa, a orla ribeirinha do a Tejo, o colorido das casa e telhados mantêm uma harmonia, com reflexos na água que tranquiliza a alma mais agitada. Foi isso que o meu avô tanto admirou e eu, passados tantos anos volto a sentir algo parecido, como se voltasse atrás na máquina do tempo.
- Parece um cartaz dum filme, a capa dum livro, uma pintura dum mestre desconhecido! Uma história de mistério e saudade! De romance com final incerto. Música e fado, fado e luz!
- A segunda sentença que o meu avô disse, segundo a minha mãe, era que a pia de batismo da freguesia de Soajo queria-se partida! Porquê? Porque tinha visto terras tão bonitas, onde podia ser tão feliz quer sozinho, quer com a família e por causa do amor à terra onde tinha nascido e sido batizado, regressou, a uma terra tão madrasta! E eu, na esteira dele, podia dizer o mesmo, agarrou-se-me o sangue àquelas penedias verdes e àgua corrente, ao ar fresco, aos poentes de glória, que delá, não pude mais sair, nao!
- Voltemos ao Tejo e à navegação.
- Como não havia vento, não desfraldamos as velas e ficamos a conversar com Antó, que de dia para diaestá mais simpático. As relações são assim, começam com distância e ou acabam ou seguem o caminho da proximidade, empatia e bom relacionamento. É um consolo ouvi-lofalardas suas aventuras no mar com passagem pelo Brasil.
- Aproveitei para esclarecer algumas dúvidas acerca destes mapas
- Se o vento (sombreado) vem da proa incide nos amurais, este pode navegar a estibordo ou bombordo, e num um ângulo de 45 graus navega à bolina.
- Se o vento vem da popa, temos os amurais a estibordo ou bombordo, mas num ângulo de 135 graus!
- Falamos de muitas coisas, prioridades, sinalização, tomada de vistas, etc.
- Neste quadro temos mais um conjunto de nomes que a arte de marear à vela necessita, porque foi preciso construir uma linguagem comum e deste modo, poder ser rápido na identificação dos objectos ou locais e assim responder ou dar e receber ordens ou fazer pedidos ou chamar atenção dos parceiros a fim de se cumprir a tarefa com prontidão e e sucesso.
- Dois veleiros em rumo de colisão
- Independente das normas de regata, existem duas regras básicas às quais os velejadores devem se ater:
- 1ª - Quando os veleiros recebem o vento por bordos diferentes, o que receber o vento com as velas a bombordo tem direito de passagem.
- 2ª - Se ambos receberem o vento do mesmo bordo, o de sotavento tem preferência de passagem.
As balizas de entrada de porto para as embarcações
Nas entradas dos portos, encontra marcas laterais que indicam o caminho que tem de seguir. Evite sair dos canais indicados..
Deve dar bombordo às balizas vermelhas quando entra no porto. De noite, elas reconhecem-se pelo sinal luminoso vermelho.
Deve dar estibordo às balizas verdes quando entra no porto. Têm igualmente sinais luminosos de cor verde.
Mas cuidado com os hábitos: esta sinalização marítima não é válida em todo o mundo. Nalguns continentes ou países, está invertida. É o caso dos departamentos franceses ultramarinos.
Então, antes de partir, verifique bem a sinalização em vigor nos locais onde pretende navegar!
Deixo aqui mensagens e as minhas reflexões sobre os percursos por onde vou passando..."caminhante, não há caminho, o caminho faz-se caminhando..."
terça-feira, 12 de novembro de 2024
5. dia
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