quinta-feira, 30 de maio de 2024

Madrigal

 



Oh vida, que em teu seio fértil brota

A flor que exala a doce primavera,

A luz que em cada aurora se revela,

E o canto do riacho que murmura.


Ó natureza, mãe gentil e bela,

Que em teu abraço verde nos consola,

Teus campos, teu azul, tuas estrelas,

E o vento que nos fala da alvorada.


Mas ai! Por que, oh vida, em teu regaço,

Se abrigam fome, peste e dura guerra?

Por que há dor, onde só deve haver paz?


Enquanto canto em louvor ao teu encanto,

Lamento o pranto e as vidas dilaceradas,

Que em meio à beleza, sofrem e fenecem.


Alexandre Inácio

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