quinta-feira, 30 de maio de 2024

Apenas um!

 



No início dos tempos, quando os dias eram longos e as noites cheias de estrelas, quatro figuras começaram suas jornadas, sem saber que seus caminhos estavam entrelaçados pelo destino.


**O Pregador:**

Na vastidão do deserto, o Pregador ergueu sua voz ao vento, proclamando palavras de sabedoria e fé. Ele viajava de aldeia em aldeia, iluminando as mentes com sua pregação. Suas palavras eram sementes, germinando esperança e coragem nos corações dos que o ouviam. Ele acreditava que sua missão divina era levar a luz aos cantos mais escuros do mundo, espalhando a palavra de amor e redenção.


**O Motociclista:**

Rasgando as estradas empoeiradas, o Motociclista sentia a liberdade em cada curva e reta. Sua motocicleta era uma extensão de sua alma, um companheiro fiel nas aventuras sem destino. Ele cruzava montanhas, vales e cidades, deixando um rastro de liberdade por onde passava. Em cada parada, ele ouvia histórias e contava as suas, tecendo uma tapeçaria de vivências e aprendizados que o moldavam a cada quilômetro.


**O Pintor:**

Com suas mãos manchadas de tinta, o Pintor capturava a essência da vida em suas telas. Em seu ateliê, as cores dançavam sob seu comando, transformando-se em paisagens, rostos e emoções. Cada pincelada era uma expressão de sua alma, uma janela para mundos interiores. Ele via beleza em cada detalhe, em cada sombra e luz, e acreditava que sua arte poderia tocar as profundezas do espírito humano.


**O Poeta:**

Sob a luz das estrelas ou à sombra de uma árvore, o Poeta tecia versos que capturavam a essência da existência. Suas palavras eram melodias que ecoavam sentimentos profundos, transformando o ordinário em extraordinário. Ele caminhava pelos campos, pelas ruas das cidades, anotando em seu caderno as palavras que surgiam como borboletas no ar. Seus poemas eram um reflexo de sua jornada interior, de suas dores e alegrias, de seu amor pela vida.


**A Revelação:**

Em um encontro mágico, os quatro personagens se encontraram em um lugar misterioso, onde as realidades se entrelaçavam. Conversaram sobre suas aventuras, suas missões, e as lições que haviam aprendido. Foi então que perceberam algo extraordinário: suas histórias tinham mais em comum do que imaginavam. As palavras do Pregador ressoavam nos versos do Poeta. As estradas do Motociclista eram as mesmas paisagens pintadas pelo Pintor. Cada um deles buscava a mesma verdade, a mesma luz.


No momento da revelação, compreenderam que eram facetas de uma única alma, uma essência multifacetada que se expressava de diferentes maneiras. O Pregador, o Motociclista, o Pintor e o Poeta eram um só ser, vivendo a epopeia da vida através de distintas máscaras.


**A Conclusão:**

Na última linha do poema, na última pincelada do quadro, na última curva da estrada e na última palavra da pregação, a verdade se revelou: somos todos um. As diferentes jornadas são reflexos de uma mesma busca, uma mesma aventura interior. E, ao final, o Pregador, o Motociclista, o Pintor e o Poeta entenderam que a verdadeira jornada é a descoberta de si mesmo, na união de todas as partes do ser.


Alexandre Inácio

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