quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Três palmos de tinta

 






Era uma pintura com três palmos, por um de largo

E nela cabia uma vida

Não uma vida, mas sim três

Disso é testemunha o arco íris que também baloiça entre o escuro mais frio e as cores essenciais

Eu balanço no teu baloiço que te eleva ao mundo do diabo e da dor e te atira lá para o mais fundo da tristeza


A mãe chora. E eu deixo que o olhar transpareça o que me inunda por dentro

E tu corres alvoroçada presa por um fio e só no último instante, quando te julgávamos perdida vemos a tua mão agarrar uma tábua escura

Que afinal é um baloiço e tudo começa outra vez, mais outra e sempre outra, sem parar.

Viro a pintura do avesso e imagino a pintura  que desejo para ti 

Branco, apenas branco e um  coração vermelho  no meio 

O teu!


Manuel Rodas

Sem comentários:

Enviar um comentário

Seja crítico, mas educado e construtivo nos seus comentários, pois poderão não ser publicados. Obrigado.