Foram tantas as cartas que recebi
regularmente dizias: Espero...
Era eu que esperava
e todas as semanas a tua carta esperava-me
Na primavera
abria-as sôfrego de ti
cheirava o papel
cheirava a tua mão e o teu corpo
No verão
soletrava-te letra a letra
nas curvas de cada linha
incendiado no teu fogo
No outono
já não te soletrava
lia-te na respiração longa
duma vez só agridoce
No inverno
lia-te de relance
e todo o drama da nossa história infeliz
desabou trägica sobre nós
A vida ė implacavel
MRodas
créditos fotográficos INES RODAS
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