De Soajo
Baptizados – No p.p.
mês de Janeiro receberam as águas do baptismo, na nossa Igreja
Paroquial, os seguintes inocentes: -Joaquim, filho de António da
Silva Gonçalves e de Virgínia Gonçalves (Concieiro); Domingos,
filho dos anteriores, portanto, Gémeos; Manuel, filho de Serafim
Lima Amorim e de Maria Preto Domingues Capela, de Paradela; João,
filho de Rosa Cerqueira de Vilar de Soente. Desejamos muitas
felicidades e saúde aos recém-nascidos e parabéns aos ditosos
pais.
CASAMENTOS –
Pelos sagrados laços do matrimónio, uniram-se na nossa Igreja
Paroquial, no dito mês d e Janeiro, os Srs. Manuel António da Silva
com a menina Maria Custódia de Almeida, da Torre; e João Cerqueira
Rodas, com amenina Aurora Gonçalves Forneiro, da Várzea. Aos novos
lares católicos apetecemos uma pequena lua de mel e as maiores
venturas de que são dignos.
ÒBITOS - Também
no referido mês de Janeiro, registaram-se os seguintes falecimentos:
em 17, Rosa Domingues Pires Rego, de Adrão, que há muito sofria de
uma doença que não perdoa. Em Bairros, no dia 18, Manuel Enes e em
23, João Manuel da Cunha. No dia 25, na Raposeira, João de Araújo.
O eterno descanso para as sua almas e sentidos pêsames às famílias.
O PÉ DESCALÇO –
Mais uma vez voltamos a falar sobre este assunto, por acharmos de
grande vantagem para bem de todos os soajeiros. Os pés, assim
expostos sem defesa, pisam toda a espécie de imundícies, bem como
pedras, vidros, pregos etc. de que pode resultar ferimentos e
infecções mais ou menos graves. No ano de 1927, só a Cruz Vermelha
do Porto, socorreu cerca de 600 indivíduos que apresentavam golpes e
perfurações nos pés, tendo falecido 14, de tétano. A alegação
de que o pé descalço se explica pelo baixo nível de vida não
resulta. Trata-se, antes, de uma prova de crassa ignorância, de
inconsciência do perigo e falta de decoro. Trás-os-Montes,
Alentejo, Algarve e mais algumas terras de Portugal não conhecem o
desgraçado e péssimo costume do pé nu e, no entanto, a pobreza,
ali, é igual à dos outras terras da província. Não é pois, uma
questão económica, mas um vício inveterado a que urge por termo,
pelo menos nesta freguesia.
PARTIDAS E CHEGADAS
– Vindo de Queluz, onde é competente empregado da indústria de
panificação, tivemos o prazer de cumprimentar o nosso amigo Sr.
Alexandre Gonçalves de Barros que se fez acompanhar da sua ditosa
esposa e prendada filhinha. Já retirou para aquela vila.
- De Lisboa também
chegou o Sr. Joaquim Rodrigues ( do Santo).
- Encontra-se entre nós,
o Sr. João Gomes Baimundo, vindo do Algueirão-Sintra.
- Para França seguiram
os Srs. Manuel Preto Rodas, João Cerqueira Rodas, Artur Fernandes
Carvalho, Manuel Rodrigues Catarino e Francisco Rodas Gonçalves.
Para a América do Norte,
embarcou o nosso amigo Sr. António Barreira. A todos desejamos boa
viagem e feliz regresso.
CONSELHOS ÚTEIS –
Não deveis desprezar o ditado que diz, quem poda em Março –
vindima no regaço. Pelo que as podas devem infalivelmente, ser
feitas o mais tardar neste mês.
-Para acalmar a dor de
dentes, ferva com vinho o córtex de romã, um ramo de agrião e, lave
a boca com este líquido.
- Se tiver as mãos
ásperas, meta-as em água morna, onde previamente dilui um pouco de
amoníaco.
G. N. Republicana –
Agora, como antes, continuamos a apelidar pela vinda desta guarda,
para esta freguesia e os factos vão-nos dando razão. Falta de
respeito pela propriedade privada, palavrões indecentes na via
pública, desordens e tumultos, etc.
Estamos convencidos que
as nossas mui dignas autoridades irão convergir todos os seus
esforços no sentido de resolver este velho problema a bem da nossa
querida terra.
ELECTRICIDADE - Estão
quase concluídos os trabalhos de electrificação da nossa Vila.
Pena é que não seja extensiva a todos os lugares da freguesia.
Também existem nesta freguesia 5 ou 6 casas de guardas florestais,
isto englobando a do Mezio, que está situada na extrema da parte
poente dos limites da nossa freguesia; Não seria possível uma vez
que a electricidade fica perto, proceder à sua electrificação? Tem
a palavra quem de direito. Nós limitamo-nos a lembrar o que por
ventura possa estar esquecido.
-C. Ramil, 9 de Fevereiro
de 1958
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