sábado, 26 de janeiro de 2013

23-2-1958, POR SOAJO, in A VANGUARDA


De Soajo

Baptizados – No p.p. mês de Janeiro receberam as águas do baptismo, na nossa Igreja Paroquial, os seguintes inocentes: -Joaquim, filho de António da Silva Gonçalves e de Virgínia Gonçalves (Concieiro); Domingos, filho dos anteriores, portanto, Gémeos; Manuel, filho de Serafim Lima Amorim e de Maria Preto Domingues Capela, de Paradela; João, filho de Rosa Cerqueira de Vilar de Soente. Desejamos muitas felicidades e saúde aos recém-nascidos e parabéns aos ditosos pais.

CASAMENTOS – Pelos sagrados laços do matrimónio, uniram-se na nossa Igreja Paroquial, no dito mês d e Janeiro, os Srs. Manuel António da Silva com a menina Maria Custódia de Almeida, da Torre; e João Cerqueira Rodas, com amenina Aurora Gonçalves Forneiro, da Várzea. Aos novos lares católicos apetecemos uma pequena lua de mel e as maiores venturas de que são dignos.

ÒBITOS - Também no referido mês de Janeiro, registaram-se os seguintes falecimentos: em 17, Rosa Domingues Pires Rego, de Adrão, que há muito sofria de uma doença que não perdoa. Em Bairros, no dia 18, Manuel Enes e em 23, João Manuel da Cunha. No dia 25, na Raposeira, João de Araújo. O eterno descanso para as sua almas e sentidos pêsames às famílias.

O PÉ DESCALÇO – Mais uma vez voltamos a falar sobre este assunto, por acharmos de grande vantagem para bem de todos os soajeiros. Os pés, assim expostos sem defesa, pisam toda a espécie de imundícies, bem como pedras, vidros, pregos etc. de que pode resultar ferimentos e infecções mais ou menos graves. No ano de 1927, só a Cruz Vermelha do Porto, socorreu cerca de 600 indivíduos que apresentavam golpes e perfurações nos pés, tendo falecido 14, de tétano. A alegação de que o pé descalço se explica pelo baixo nível de vida não resulta. Trata-se, antes, de uma prova de crassa ignorância, de inconsciência do perigo e falta de decoro. Trás-os-Montes, Alentejo, Algarve e mais algumas terras de Portugal não conhecem o desgraçado e péssimo costume do pé nu e, no entanto, a pobreza, ali, é igual à dos outras terras da província. Não é pois, uma questão económica, mas um vício inveterado a que urge por termo, pelo menos nesta freguesia.

PARTIDAS E CHEGADAS – Vindo de Queluz, onde é competente empregado da indústria de panificação, tivemos o prazer de cumprimentar o nosso amigo Sr. Alexandre Gonçalves de Barros que se fez acompanhar da sua ditosa esposa e prendada filhinha. Já retirou para aquela vila.
- De Lisboa também chegou o Sr. Joaquim Rodrigues ( do Santo).
- Encontra-se entre nós, o Sr. João Gomes Baimundo, vindo do Algueirão-Sintra.
- Para França seguiram os Srs. Manuel Preto Rodas, João Cerqueira Rodas, Artur Fernandes Carvalho, Manuel Rodrigues Catarino e Francisco Rodas Gonçalves.
Para a América do Norte, embarcou o nosso amigo Sr. António Barreira. A todos desejamos boa viagem e feliz regresso.

CONSELHOS ÚTEIS – Não deveis desprezar o ditado que diz, quem poda em Março – vindima no regaço. Pelo que as podas devem infalivelmente, ser feitas o mais tardar neste mês.
-Para acalmar a dor de dentes, ferva com vinho o córtex de romã, um ramo de agrião e, lave a boca com este líquido.
- Se tiver as mãos ásperas, meta-as em água morna, onde previamente dilui um pouco de amoníaco.

G. N. Republicana – Agora, como antes, continuamos a apelidar pela vinda desta guarda, para esta freguesia e os factos vão-nos dando razão. Falta de respeito pela propriedade privada, palavrões indecentes na via pública, desordens e tumultos, etc.
Estamos convencidos que as nossas mui dignas autoridades irão convergir todos os seus esforços no sentido de resolver este velho problema a bem da nossa querida terra.

ELECTRICIDADE - Estão quase concluídos os trabalhos de electrificação da nossa Vila. Pena é que não seja extensiva a todos os lugares da freguesia. Também existem nesta freguesia 5 ou 6 casas de guardas florestais, isto englobando a do Mezio, que está situada na extrema da parte poente dos limites da nossa freguesia; Não seria possível uma vez que a electricidade fica perto, proceder à sua electrificação? Tem a palavra quem de direito. Nós limitamo-nos a lembrar o que por ventura possa estar esquecido.

-C. Ramil, 9 de Fevereiro de 1958

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