domingo, 12 de outubro de 2025

Curiosidades

 



  1. 1 em cada 5 pessoas atualmente tem uma deficiência. 100% das pessoas terão algum tipo de deficiência durante a vida. [ Jim Nielsen ]

  1. Umbigos falsos são adesivos temporários no estilo tatuagem. Colocados alguns centímetros acima do umbigo, eles dão a ilusão de pernas mais longas. Um crítico chinês os descreveu como “a invenção de maior sucesso de 2023”. [ Yating Yang ]
  2. O refrigerador médio dos EUA usa de 3 a 5 vezes mais eletricidade do que um ser humano inteiro consome na Nigéria. [ Daisy Dunne e Simon Evans 
  3. Em 2004, levou um ano para instalar 1 gigaWatt de energia solar. Em 2023, instalou 1 gigaWatt de energia solar todos os dias. [ Kees van der Leun ]
  4. Defensores ucranianos imprimem fotos aéreas gigantes em tamanho real 1:1 de campos de aviação danificados. Uma vez que o local é reparado, eles penduram as imagens sobre os locais para que pareçam danificados e não valham a pena atacar novamente. [ Mykhaylo Zabrodskyi & co ]
  5. As janelas são inimigas do negociante de arte. [ Patrick Radden Keefe ]
  6. Cientistas em Cingapura desenvolveram uma pequena bateria flexível, alimentada pelo sal das lágrimas humanas, projetada para lentes de contato inteligentes. [ Yun Jeonghun ]
  7. Dirigir uma bicicleta é muito, muito mais complicado do que parece. [ Lori Dorn ]
  8. 37 por cento da população mundial, 2,9 mil milhões de pessoas, nunca utilizaram a Internet. [União Internacional de Telecomunicações]
  9. Os viajantes mais velhos usam os banheiros do aeroporto para ouvir os anúncios de voos, porque a acústica é muito mais clara. [ Christopher DeWolf via Ben Terrett ]
  10. Se você quiser uma resposta para uma pergunta na Internet, poste uma resposta errada primeiro. [ keyoftypeof ]
  11. A competitividade da parceira de um homem aumenta sua renda futura. A competitividade dela faz pouca diferença. [ David Ong ]

sexta-feira, 10 de outubro de 2025

​A Sombra da Palestina (drama)

 




​A Sombra da Palestina ex em y ah na ex

​Uma Tragédia de Hýbris e Memória

​Personagens:

​AS NINFAS DO TEJO (O Coro): Vozes líricas e divinas, guardiãs da História e do Rio.

​VASCO DA GAMA (A Sombra): O vulto do Descobridor, testemunha de feitos grandiosos e de atrocidades humanas.

​CLIO: Musa da História (mantida pelo seu papel universal, mas com um tom mais solene).

​MARIANA M. A Sobrevivente da flotilha (o Indivíduo que sofre o peso do Universal).

​Cenário:

​Um campo desolado. No centro, uma fonte seca, simbolizando o rio ou a vida estancada.

​CENA I: Invocação e Lamento das Ninfas

​(Entram em cena AS NINFAS DO TEJO, vestidas de azul e verde, mas com o rosto coberto por véus escuros. Não batem os pés, mas movem-se num ritmo lento e ondulante, como as águas tristes do rio.)

​AS NINFAS DO TEJO

​Ó vós, do Tejo amado ninfas, cujo pranto

Corre nas águas turvas deste campo de morte,

Deixai o verde limo e o doce encanto

Para chorar o fado e a ímpia sorte da Palestina!

​Não cantamos mais o mar de vasto mando,

Nem os heróis que a vela ao vento entregaram;

Mas sim a Sombra que, cruel, nefando,

Os pilares da Gente que lá tombaram.

​Por que razão, oh, Causa que nos rege,

Permite o homem que deitou a mão ao irmão?

Onde está o valor que o peito elege?

E o amor que foi do berço a eterna canção?

​Choremos, irmãs, que a humanidade jaz, desfeita!

Sem nome, sem brasão, em cinza e vil lodo!

A glória humana é fumo, é dor malfeita,

Quando o ferro se volta para matar tudo.


​CENA II: A Sombra de Vasco da Gama

​(Uma figura imponente, envolta numa capa escura, paira sobre a cena. É a SOMBRA DE VASCO DA GAMA. Sua voz é profunda, um eco de séculos de glória e pecado.)

​VASCO DA GAMA (A Sombra)

​Quem ousa clamar, rompendo o meu descanso?

Eu vi o mundo inteiro, o Bárbaro e o Gentil!

Trouxe o Cristo e o Fogo, e o humano avanço,

Do Cabo Tormentoso ao porto mais sutil!

​As minhas mãos mancharam-se por um ideal!

Por Fé, por Reino e por vasto Quinhão!

Mas nunca vi tal Sombra, tal mal universal,

Que a própria Raça extingue em pura negação!

​No mar, a fúria mata por castigo ou procela,

Na guerra, o ódio cega, mas cessa após a pugna!

Mas este Crime frio, que apaga a Palestina

De um povo inteiro, é a Mácula mais indigna!

​Olhai, Ninfas! Eu fui Herói de lenda.

Mas o Hýbris não está só no Mar que se afronta;

Está no peito vil que a razão não emenda,

E a outros homens extingue sem que a alma se apronta!

​O vosso pranto não seque, que a Memória

É o único farol nesta escura maré.

Que o canto seja eterno para a História,

E o Nome do algoz jamais se esqueça, tirania!


​CENA III: O Grito do Sobrevivente

​(Entra JOANA M., a sobrevivente. Não é um guerreiro, mas um poeta atormentado, carregando um livro carbonizado.)

JOANA M.

​Vulto grandioso que na História canta,

E vós, Ninfas que o rio aqui velais,

De que me vale a força que levanta,

Se a terra perde os nomes e os lares ancestrais?

​O algoz não veio por combate ou desafio!

Veio por dogma, por credo, por fria decisão!

Para riscar o sangue, o Canto, o rio...

Deixar a terra limpa... (Ó, vil abominação!)

​Eu vi as crianças, em dor sem defesa.

Eu vi o Sábio, o Artista, a Lei que se afastava.

Não há no mar procela, ou tal maleza,

Que a fúria deste Ódio, que em si se matava!

​Eu sou o último Canto. Sou a Palestina que morre.

Eu sou a página escrita com o sangue da fome guerra.

Onde está a Glória quando se apaga a Terra?

Pesar de mim! Que dor! Por que razão vivemos?

Levantai-vos guerreiros da liberdade

Defendemos o que no mundo mais queremos!


​CENA IV: A Lição de Clio

​(Surge CLIO, a Musa da História. Ela veste um manto de veludo e sua voz ecoa como a de um Cronista que não pode mentir.)

​CLIO

​Silêncio! O meu Lápis não pode mais tremer!

Eu não sou a Fortuna, nem a Deusa da Vingança!

Sou a Musa da Verdade que ninguém pode tolher,

Guardiã do Tempo, da Queda e da Bonança!

​Tu, Descobridor, viste o Hýbris no Mar sem Fim.

Tu, JOANA M. , vês o Hýbris no Peito do Homem!

Esta não é a guerra, mas o final ruim,

O Crime que a Razão e a Lei consomem!

​A História não perdoa este vil pecado.

O Genocídio é a nulidade que se implanta.

E o meu Ofício é deixar registado,

O nome do Algoz e a Sombra que se levanta!

​(Clio aponta para JOANA M..)

​Serás tu, Sobrevivente, o grito desta Gente. 

Apena de Camões não cante a glória só do forte!

Cante o Lamento, a Dor que é permanente!

E a Luta da Memória contra a segunda morte!


​AS NINFAS DO TEJO (Rodopiando, mas com a voz em crescendo)


​Que assim seja! O Tejo corra em pranto e verso!

Que o crime se não torne em esquecimento vão!

O nosso canto é a Lenda do universo, lealdade

A Sombra de Mil Guerras será a nossa Canção

Para a Palestina, a liberdade e  a nação!


​(Joana M. ergue o livro queimado e afasta-se para a escuridão, com a determinação de contar a história. A Sombra de Vasco da Gama assente solenemente. As Ninfas do Tejo choram em uníssono, o som lento a desvanecer-se.)

​FIM

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

A mulher de Abrãao




Descrição Artística:


Estilo: Abstrato, com fortes influências de arte fluida ou arte de derramamento.


Cores: Predominam tons escuros como marrom profundo, preto e talvez um toque de vermelho escuro, contrastando dramaticamente com áreas de branco vibrante e cremoso. Há também nuances sutis de outras cores que se misturam e criam veios.

Composição: A pintura é dominada por um turbilhão central de branco que se expande e se ramifica sobre um fundo escuro. As formas são orgânicas e fluidas, com a tinta se movendo e se misturando de maneiras imprevisíveis, criando texturas e profundidade. Há um ponto de interesse em que o branco se encontra com uma mancha vermelha escura, adicionando um contraste de cor e uma sugestão de forma.

Textura: A superfície parece ter um brilho, indicando talvez um meio acrílico ou resina, com algumas áreas mais densas e outras mais transparentes, mostrando as camadas subjacentes de tinta. A técnica de derramamento cria padrões de células e filamentos, dando uma sensação tátil à obra.

Temática Sugerida (Sem o título): A fluidez e as formas orgânicas podem evocar imagens de fenómenos naturais como galáxias, formações rochosas, padrões de mármore, ou até mesmo explosões ou erupções. A combinação de escuridão e luz pode sugerir dualidade, caos e criação.

Crítica de Arte (Considerando a Abstração):

Impacto Visual: A obra tem um impacto visual imediato devido ao contraste forte entre as cores escuras e o branco luminoso. O movimento e a energia das formas fluem pela tela, atraindo o olhar.

Técnica: A técnica de arte fluida é conhecida por sua imprevisibilidade e pela beleza dos padrões que surgem. O artista demonstra controle sobre o fluxo da tinta para criar uma composição harmoniosa, embora intrincada.

Interpretação: Como uma obra abstrata, ela convida o espectador a uma interpretação pessoal. As formas e cores podem evocar diferentes emoções e associações em cada um. A sugestão de um "rosto" ou uma figura, especialmente na área branca central, é um exemplo de pareidolia, onde o cérebro busca padrões familiares em imagens abstratas.e

A imagem  propõe uma provocação. Como uma figura bíblica, Sara é geralmente retratada de forma figurativa. Uma representação abstrata como esta desafia as expectativas e convida a uma meditação sobre a essência ou o espírito do tema, em vez de sua forma física. Poderia ser uma representação da complexidade de sua história, seus sentimentos, sua fé, ou os eventos turbulentos de sua vida. A área branca central poderia simbolizar sua fé ou a promessa de posteridade, enquanto os tons escuros poderiam aludir às dificuldades e provações.

Alexandre Inácio


domingo, 5 de outubro de 2025

Caminhos da Palestina

 

Caminhos da Palestina, Manuel Rodas



A pintura de Manuel Rodas, "Caminho da Palestina", apresenta uma paleta de cores terrosas e texturas ricas que evocam uma sensação de antiguidade e resiliência. O uso de tons de marrom, preto e creme, com toques sutis de azul, cria uma atmosfera sombria, mas profundamente enraizada.

​A técnica de craquelê na superfície sugere rachaduras e desgaste, o que pode ser interpretado como uma metáfora para as provações e a história da Palestina. As formas que descem do canto superior esquerdo para o centro parecem orgânicas, quase como raízes ou elementos naturais erodidos pelo tempo, simbolizando a ligação profunda e inquebrável com a terra.

​A composição é dinâmica, com a massa escura contrastando com as áreas mais claras, criando uma tensão visual que pode representar os desafios e as lutas enfrentadas. A sensação geral é de uma obra que busca expressar a força, a resistência e a complexidade de um caminho marcado pela história e pela identidade.



Alexandre Inácio












sexta-feira, 3 de outubro de 2025

O menino palestiniano







O menino da Palestina



A pintura "O Menino da Palestina" de Manuel Rodas é uma obra abstrata e expressiva, dominada por uma explosão de cores escuras, principalmente preto e tons de vermelho-terra, que se irradiam do centro para as bordas da tela.

No centro da composição, o preto denso forma uma figura que lembra vagamente um rosto ou uma cabeça, com áreas mais claras e salpicadas de cor sugerindo olhos e boca. Há um pequeno toque de vermelho vibrante que pode ser interpretado como lábios ou um ponto focal emocional. As pinceladas são dinâmicas e fluidas, criando uma sensação de movimento e turbulência.

Ao redor da massa central escura, há veios e salpicos de cores mais claras, como brancos, cinzas, azuis pálidos e toques de amarelo, que se misturam e contrastam com os tons mais quentes e escuros. Essa interação de cores e texturas confere à pintura uma profundidade e complexidade emocional, transmitindo uma sensação de intensidade e talvez até angústia, o que pode estar em consonância com o título da obra. A técnica parece ser de derramamento ou explosão de tinta, resultando em um efeito orgânico e caótico.


E enquadramento no movimento artistico



Considerando as características visuais da pintura "O Menino da Palestina" de Manuel Rodas, com sua técnica de derramamento/salpicos de tinta, cores expressivas e a natureza abstrata da composição, podemos enquadrá-la em alguns movimentos artísticos, principalmente dentro do pós-Segunda Guerra Mundial:

Expressionismo Abstrato (Action Painting/Tachismo): Este é o enquadramento mais forte. A forma como a tinta parece ter sido aplicada (derramada, respingada ou explodida na tela) remete diretamente à Action Painting, uma vertente do Expressionismo Abstrato, cujos expoentes mais famosos são Jackson Pollock e Willem de Kooning.

Características que se encaixam:

Aplicação espontânea e energética da tinta: A técnica visível sugere um processo físico e imediato do artista com a tela.

Ênfase na expressão emocional: As cores escuras e os contrastes vibrantes transmitem uma forte carga emocional, que se alinha com o desejo expressionista de comunicar sentimentos internos.

Ausência de figuração reconhecível: Embora haja uma sugestão de rosto, a obra é predominantemente abstrata, priorizando a forma, a cor e a textura sobre a representação mimética.

Tachismo (europeu): Na Europa, um movimento semelhante ao Expressionismo Abstrato americano foi o Tachismo, que também enfatizava a espontaneidade da pincelada e as manchas de cor (taches).

Arte Informal: É um termo guarda-chuva europeu que abrange o Tachismo e outras formas de abstração gestual e matérica que surgiram após a guerra. A pintura de Rodas se encaixa perfeitamente na estética da Arte Informal, que valoriza a materialidade da tinta, a espontaneidade e a expressividade.

Abstracionismo Lírico: Embora menos preciso que Expressionismo Abstrato, o termo Abstracionismo Lírico pode ser usado para descrever obras abstratas que focam mais na expressividade da cor e da forma para evocar emoções e estados de espírito, em contraste com o Abstracionismo Geométrico. A pintura de Rodas, com sua fluidez e gestualidade, tem um caráter lírico.

Dada a predominância de cores escuras, a energia na aplicação da tinta e a forte carga emocional sugerida pelo título e pela imagem, a obra de Manuel Rodas "O Menino da Palestina" pode ser categorizada principalmente como uma manifestação do Expressionismo Abstrato, com fortes ecos da Action Painting ou do Tachismo, e inserida no contexto mais amplo da Arte Informal.

Alexandre Inácio


quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Flotilha II

 




Flotilha

Aqui estão 5 razões que valorizam a intenção da flotilha em levar ajuda humanitária aos Palestinianos e protestar contra as ações israelitas:

​5 Razões para Valorizar a Intenção da Flotilha

  1. Resposta à Crise Humanitária Urgente: A principal razão e mais imediata é o objetivo de entregar medicamentos e alimentos vitais a uma população em extrema necessidade. Com a Faixa de Gaza sob bloqueio e com a infraestrutura e serviços essenciais gravemente afetados, o fornecimento de ajuda humanitária por via marítima representa um esforço crucial para aliviar a fome e as doenças, que se agravaram dramaticamente, especialmente entre crianças.
  2. Desafio Pacífic ao Bloqueio: A ação da flotilha é uma forma de protesto não violento e de desobediência civil contra o bloqueio imposto por Israel, que é amplamente criticado pela comunidade internacional. Ao tentar romper o cerco de forma pacífica e legal em águas internacionais, a flotilha procura reafirmar o direito humanitário internacional e a livre circulação, rejeitando o controlo que impede a entrada de bens essenciais.
  3. Visibilidade e Articulação da Causa: A mobilização internacional em torno da flotilha, que envolve ativistas, políticos e cidadãos de diversas nacionalidades, consegue quebrar o silêncio e dar uma visibilidade mediática global à situação em Gaza e à causa palestiniana. Isto ajuda a manter a pressão sobre os governos e organizações internacionais para que tomem medidas eficazes contra as restrições impostas.
  4. Ação Cívica Transnacional e Solidariedade: A flotilha representa uma poderosa demonstração de solidariedade global e de intervenção da sociedade civil transnacional. Pessoas de diferentes países unem-se num ato de coragem moral e política, arriscando-se para apoiar um povo em sofrimento. Esta união envia uma mensagem clara de que a indiferença não prevalece e que a ajuda humanitária deve estar acima das fronteiras políticas.
  5. Denúncia de Genocídio e Exigência de Responsabilidade: O protesto da flotilha contra o que classificam como "genocídio israelita" é um ato de denúncia direta e frontal contra as políticas e ações militares. A intenção é chamar a atenção para a necessidade de responsabilização internacional pelas violações do direito internacional, sublinhando que as ações de Israel são observadas e contestadas por cidadãos de todo o mundo.

Flotilha

 




Flotilha

Podiam ser o meu pai, a minha mãe

A minha mulher,  a minha filha, os meus irmãos e sobrinhos, os meus amigos

a morrer na Palestina.

Podia estar com eles e segurar uma panela de  alumínio 

Tentar ultrapassar barreira e escombros, 

Correr  ao ponto de distribui ç ão,

Furar por entre braços de pó, sangue e crianças nos braços

 Podiamos ser nós a morrer de fome e bombas


Já nos secaram as lágrimas e o peito não tem mais por onde encolher

roubaram-nos tudo

Tudo!

Alegria e esperança 

Somos escombros, restos, ossos e cabelo a vaguear

no sono da desgraça


Uma flotilha fez-se AO MAR

Trazia gente generosa

E uma bandeira no ar

Palestina!


Protestavam  contra Israel e Trump

contra a União Europeia

contra todo o lucro e silêncio 

que matam tanto como as bombas


Traziam a esperança de gente

Que ama e sente

Afirma e não mente!


Continuamos na fila 

descalços e rotos

com a panela e o plástico na mão à procura da comida

Mas hoje aqueles feijões a boiar na água escura 

Vão-nos saber melhor,

A esperança voltou

Numa escotilha a beira mar!

MRodas




quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Obrigado!

 



Obrigado pela vossa disponibilidade para lerem este blogue. 

Depois dum silêncio aterrador, volto ao vosso convívio, partilhando aquilo que melhor sei fazer e mais prazer me dá, escrever, fotografar e conversar.

Peço-vos que partilhem este blogue com amigos e conhecidos, pois a censura ao blogue continua. 

Pela liberdade de expressão, de opinião, pela alegria de viver, em liberdade. 

Abraço-vos a todos e todas!

O medo



O Ciclo da Ansiedade: Mídia, Medo e o Crescimento da Extrema-Direita

A paisagem informativa contemporânea, dominada pela televisão e pelas plataformas digitais, opera frequentemente sob a máxima de que "más notícias vendem". No entanto, o custo desta estratégia vai muito além das cifras de audiência. A repetição incessante e amplificada de notícias de crimes, violência e insegurança injeta no tecido social uma dose constante e cumulativa de ansiedade, moldando sutilmente a perceção da realidade e, por fim, o panorama político.

A Instalação do Medo Através da Repetição

O mecanismo é simples, mas poderoso. Um evento isolado—um crime violento numa cidade distante, um incidente de vandalismo—é capturado e transformado num espetáculo contínuo. Os media de massas, num esforço para manter o engagement do público, exploram o drama ao máximo: repetem as imagens, entrevistam os vizinhos chocados, criam gráficos e reportagens especiais que transformam o evento numa tendência alarmante.

O resultado é a erosão da perspetiva. Estatisticamente, as taxas de criminalidade podem estar estáveis ou mesmo em declínio, mas a nossa mente não raciocina com base em dados frios; ela reage à emoção das histórias que consome. O espetador ou leitor, exposto a este bombardeamento de negatividade, começa a interiorizar a ideia de que o mundo exterior é inerentemente perigoso. O "lá fora" torna-se ameaçador. Este sentimento generalizado de vulnerabilidade e a perceção de um "colapso da ordem" criam o terreno fértil ideal para o crescimento da ideologia de estrema direita.

A Convergência entre Media e Agenda Política

É neste ponto que se desenha a confluência entre a lógica comercial dos media e as ambições da extrema-direita. Historicamente, os movimentos populistas de direita baseiam-se na criação de um "nós" contra um "eles"—o cidadão de bem contra o criminoso, o nativo contra o imigrante, a ordem contra o caos. Para que essa dicotomia funcione, o caos deve parecer iminente.

A extrema-direita surge, então, como o paladino autoproclamado da segurança. Aproveitam-se da ansiedade instalada para oferecer soluções simples e radicais: "lei e ordem", "tolerância zero", o reforço de fronteiras, e a promessa de restaurar a "ordem perdida". A sua retórica é direta e visceral: em vez de complexas análises socioeconómicas, propõem punição rápida e visível. Eles não precisam de criar o medo; apenas precisam de canalizá-lo e validá-lo, transformando a preocupação pessoal em um mandato político.

A Instrumentalização da Notícia e a Pós-Verdade

O aspeto mais insidioso deste ciclo é a suspeita de que ele não é totalmente orgânico. Quando grupos económicos com claras afinidades ou laços políticos com a extrema-direita controlam grandes conglomerados mediáticos, a fronteira entre jornalismo e propaganda desvanece-se.

Existe a forte tentação e, frequentemente, a evidência, de que notícias de crimes podem ser inflacionadas, descontextualizadas ou mesmo falsas (as fake news) com um objetivo político claro. O objetivo não é informar, mas sim injetar o pânico e desacreditar o status quo democrático, que é retratado como fraco e ineficaz. Ao repetir e amplificar narrativas que reforçam o medo, os donos dos media não estão apenas a vender jornais ou audiência; estão a preparar a opinião pública para aceitar—e até clamar por—médidas autoritárias e líderes que prometem "mão de ferro".

Este ciclo perverso transforma o medo em capital político. A sociedade torna-se menos tolerante, mais dividida e mais disposta a trocar liberdades por promessas de segurança ilusória, pavimentando o caminho para o crescimento de forças políticas que se alimentam, precisamente, da insegurança que a máquina mediática ajudou a criar. O cidadão, consumido pela ansiedade, torna-se involuntariamente um agente de mudança, votando não pela esperança ou análise racional, mas pelo desejo desesperado de alívio do medo.



quinta-feira, 8 de maio de 2025

A horta

 




A minha filha gosta de abacates. Nós também. 

Há uns anos começamos a comprar regularmente, mas surgiu a interrogação, o que fazer aos caroços. São a semente do abacate.

Começamos por pô-los em vaso e em canteiros e surpreendeu-nos, vimo-los corresponder à nossa expectativa- cresceram verdes e altaneiros!

Novo problema, para onde os transplantar, de modo a crescerem e desenvolverem-se e, quem sabe, retribuirem-nos com sombra e novos frutos? 

Procuramos, procuramos e, quase a desistir, reparamos num espaço, ao lado do parque de estacionamento, onde há muito,  os jardineiros da câmara tinham desistido de ajardinar e cresciam ervas e matos. Era um espaço pequeno, sem água e sem escadas de acesso. 

Admiramo-nos pois nunca tínhamos reparado o suficiente nesse espaço, mas como a necessidade aguça o engenho, ele ganhou novo significado e nova valorização.

Mesmo assim, comprei uma enxada e com tesouras e da poda e muita vontade, limpei o terreno, cavei-o e plantei os abacates. 

Com o verão à porta, foi preciso levar água ao balde, para que no verão não morressem. 

Já lá vão 5 anos e os dois abacates sobreviventes continuam a crescer e a prometer. O espaço já tinha um íbisco e um dragoeiro. Entretanto, plantei couves galegas, uma ameixoeira, uma figueira, três pitaias,  três maracujás, uma pêra melão, salsa, alecrim, ervas de S. Roberto, flores diversas e artemísia, que trouxe de Soajo.

Imaginei um sistema de regra, mas é muito escasso e as plantas não se desenvolvem o suficiente, pelo que, ou desisto da horta, ou encontro àgua. Mas onde? 

Tenho procurado e surgiu esta hipótese. 

Serei capaz de a montar sem recurso a letra idade?


A Warka Tower: Coleta Passiva de Água da Atmosfera

A Warka Tower é uma estrutura inovadora projetada para coletar água da atmosfera por meio da condensação de umidade, sem a necessidade de eletricidade. Inspirada em técnicas tradicionais e adaptada para comunidades rurais, ela utiliza materiais naturais e locais, como bambu e fibras vegetais, para sua construção.

🌿 Manual Ilustrado: Torre de Condensação Passiva para Família (Modelo Costeiro)


1. Estrutura Principal

 * Material: Bambu ou ripas de madeira.

 * Quantidade: 6 unidades.

 * Comprimento: 4 metros cada.

 * Montagem: Formar um hexágono com as estacas, unindo os topos no centro para criar um cone vertical.

2. Malha Condensadora

 * Material: Tecido de poliéster, nylon ou rede de sombra.

 * Dimensões: 6 tiras de 3,5 metros de altura por 0,8 metros de largura.

 * Instalação: Fixar cada tira entre duas estacas, inclinadas para direcionar a água condensada para o recipiente coletor.

3. Cobertura Superior

 * Material: Lona ou folhas naturais.

 * Dimensões: Círculo de 1,5 metros de diâmetro.

 * Função: Proteger contra chuva e manter a torre fria durante a noite, permitindo a circulação de ar.

4. Recipiente Coletor

 * Tipo: Balde de 20 litros ou recipiente de barro.

 * Posicionamento: Colocar no centro da base da torre, podendo ser enterrado parcialmente para maior estabilidade.

5. Amarrações

 * Material: Corda de sisal ou barbante grosso.

 * Utilização: Para unir as estacas no topo, fixar a malha condensadora e as travessas intermediárias.


Lista detalhada de materiais e custos estimados 


🛠️ Lista de Materiais e Custos Estimados


1. Estrutura Externa (Bambu ou Madeira)


Opção 1:

Preço:

Fornecedor: 

Opção 2:

Preço:

Fornecedor: 


2. Malha Condensadora (Tecido de Poliéster ou Nylon)


Opção 1:

Preço:

Fornecedor: 

Opção 2:

Preço:

Fornecedor: 


3. Cobertura Superior (Lona Impermeável ou Folhas Naturais)


Opção 1:

Preço:

Fornecedor: 

Opção 2:

Preço:

Fornecedor: 


4. Amarras (Corda de Sisal ou Barbante Grosso)


Opção 1: Corda de sisal 8 mm

Preço: 1,09 € por metro

Fornecedor: 

Opção 2: Corda de sisal para arranhadores (6 mm)

Preço: 17,50 € (quantidade não especificada)

Fornecedor: 


5. Recipiente Coletor (Balde de Plástico ou Pote de Barro)


Opção 1: Balde plástico 20 litros branco

Preço: 5,69 €

Fornecedor: 

Opção 2: Balde de plástico redondo com pegas vermelho 20 L

Preço: 5,59 €

Fornecedor: 


💰 Estimativa de Custos Totais


Item Quantidade Estimada Preço Unitário (€) Subtotal (€)

Cana de bambu (4 m) 6 unidades 4,25 25,50

Tecido de poliéster (10 m) 1 unidade 19,99 19,99

Lona impermeável (5 m²) 1 unidade 10,00 (estimado) 10,00

Corda de sisal (10 m) 10 metros 1,09 10,90

Balde plástico 20 L 1 unidade 5,69 5,69

Total Estimado 72,08


Nota: Os preços são aproximados e podem variar conforme o fornecedor e a região.


📝 Observações Finais


Materiais Locais: Sempre que possível, utilize materiais disponíveis localmente para reduzir custos e promover a sustentabilidade.

Adaptações: O design pode ser ajustado conforme as necessidades específicas da família e as condições climáticas locais.

Manutenção: 


Será que funciona? Serei capaz de fazer esta montagem? 

Logo veremos!


https://youtu.be/THJVuinPbc0?si=B4ucrA3LlGTXD8Rb







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