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segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Expressões para um poema (Alexandre Inácio)

 



Aqui se publica mais um poema do Sr. Alexandre Inácio, meu vizinho de estimação!


Expressões, mote para um poema:

Pequenos nadas

Barriga das pernas, Céu da boca, Lusco-fusco, Corre-corre, Vai-não-vai. São os pequenos nadas, Que enchem a vida, Com sua dança miúda, De cores e risos. São os momentos breves, Que escapam da rotina, Como estrelas cadentes, Na vastidão do tempo. Barriga das pernas, Onde a pressa se esconde, Céu da boca, Onde o gosto se revela, Lusco-fusco, O encontro do dia e da noite, Corre-corre, A dança das horas. Vai-não-vai, O suspense do instante, A decisão em equilíbrio, O salto no desconhecido. Pequenos nadas, Tão grandes e profundos, Como o olhar de uma criança, Ou o sussurro do vento. Não os deixes escapar, Estes tesouros fugazes, Pois na sua simplicidade, Reside a verdade da vida. Barriga das pernas, Céu da boca, Lusco-fusco, Corre-corre, Vai-não-vai.


Alexandre Inácio

sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Vestido branco

 



Da tua linda janela à minha

Eram dois passos e meio a coxear;

Das primeiras vezes, oh, foste divina,

Das outras, nem me quero lembrar!


Vestido branco em pele morena

É bandeira rubra a tremular;

O querer parecer ser serena

É o segredo do que falta andar!



quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Lisboa (Alexandre Inácio)

 


I

Lisboa, cidade de contrastes mil, Triste e alegre, num abraço viril, Teus becos e ruas, de pedras e casas, Contam histórias de séculos e piratas.

Cidade farta, com sabores a bailar, Nas tascas e tabernas a harmonizar, Vinhos que fluem como rio cantante, Cidade, és uma promessa constante.

Mas também faminta, em teus beirais, Onde a saudade tece seus ancestrais, Olhando o horizonte, o mar que chora, Trazendo memórias de idos de outrora.

Luminosa Lisboa, à beira do Tejo, Com tuas luzes a dançar no relevo, Pelos miradouros, debruçada na água , És farol de sonhos a brilhar de mágoa.

Nas tuas praças histórias se entrelaçam, Palácios, azulejos, fados que abraçam, Saudades de quem um dia partiu, Mas em cada esquina, a vida ressurgiu.

Lisboa, és beleza em melancolia, Euforia e tristeza, em harmonia, Teu coração bate forte e sereno, Cidade de encanto, mel e veneno.

Nos azuis céus e no sol que diz adeus, Na brisa que vem do Atlântico, olhos meus, Lisboa, teu poema ecoa na bruma, Cidade de sonhos, és eterna espuma

II


Lisboa, cidade de contrastes, és tão única e bela, Tu és triste e alegre, como ondas numa tela. Tuas ruas de pedra guardam histórias antigas, Enquanto o fado ecoa nas noites tranquilas.

À beira do Tejo, onde o sol se deita a descansar, Tuas cores se misturam no céu a brilhar. Tristeza nas vielas estreitas, saudade no olhar, Mas alegria se encontra nos azulejos a enfeitar.

Farta de cultura e sabores, és um festim para os sentidos, Tuas mesas se enchem de prazeres conhecidos. O cheiro do bacalhau, a doçura do pastel, Lisboa, és um banquete para quem te conhece tão bem.

Faminta por progresso, por sonhos a realizar, Tua energia é contagiante, nunca deixas de inspirar. No Bairro Alto ou em Belém, em cada esquina há magia, Lisboa, és uma musa que em cada verso se cria.

Luminosa como o sol que brilha sobre o mar, Tuas praças e miradouros nos fazem suspirar. Os raios dourados refletem nas águas do rio, E em cada monumento, o passado é um desafio.

Lisboa, és uma poesia de contrastes que se entrelaçam, Uma sinfonia de emoções que jamais se deslaçam. Cidade de saudade, de esperança e de amor, Neste poema, te exalto, és um tesouro, és um clamor


Alexandre Inácio

terça-feira, 15 de agosto de 2023

Brincar é preciso

 




3 No tempo em que a infância era livre e a brincar,

As crianças corriam pelos campos, o sol anunciar. Com joelhos esfolados, sorrisos radiantes no rosto, A aventura era seu lema, em cada sorriso era agosto.

Subiam às árvores com riso nos olhos, sem temor, Exploravam o mundo, a cada galho, a cada flor. O vento sussurrava segredos, as folhas eram seu abrigo, Aprendiam com a natureza, o que era ser criança e amigo.

Mas hoje, num olhar julgador que paira no ar, "Onde estão os joelhos esfolados?", apetece perguntar. Um tempo de cautela, de medo e preocupação, Parece sufocar a infância, tolhendo a sua expansão.

Os pais hesitam, com temores e dúvidas em mente, A pressão social os guia, num caminho diferente. "Não deixe sua criança subir, é perigoso demais!", Dizem os outros, com olhares de desaprovação e ais.

Mas será que esquecemos da alegria de explorar, Das risadas no ar, dos sonhos a navegar? A criança saudável, com joelhos esfolados, é uma canção, De liberdade e crescimento, um ser em formação.

Então, que voltem os dias de brincadeiras sem fim, Onde subir às árvores seja um sonho a conquistar enfim. Que o julgamento social se desfaça no vento,

E as crianças possam ser crianças, a cada momento.

quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Visível e invisível

 Todo o visível nasce do invisível, tudo que existe ...persiste!




No éter do segredo, o mundo floresce, Do invisível surge o que à vista esmorece. O vento sussurra mistérios no ar, E o visível nasce desse oculto lugar.

No reino do invisível, sonhos se tecem, Realidades em véus de mistério aparecem. O tempo desenha um sonho silencioso, E o visível persiste, inabalável e grandioso.

O cosmos dança em constante harmonia, Do invisível ao visível, a vida se anuncia. Estrelas cintilam em sua dança cósmica, Enquanto o invisível tece a mais bela crónica.

Persiste a essência do que não se vê, Alicerçando o mundo que a mente concebe. Do invisível emerge a força da existência, E o visível é a manifestação dessa essência.

Assim, no ciclo eterno da constante criação O visível e invisível entrelaçam-se em união. Da semente invisível ao fruto que se revela, Toda a pureza da vida persiste, núa e bela!

quarta-feira, 9 de agosto de 2023

"Caminhos da Vida: Entre a Inércia e a Audácia"

 


Há os que nem ousam parar e os que nem ousam ousar!

Entre os dois, há muito caminho para andar!

MR


I


Na jornada da vida, distintos se mostram,

Uns não cessam passos, em busca de mais,

Outros, de temores, seus passos repousam,

Sem ousar desafios, permanecem em paz.


Entre esses extremos, um vasto trajeto,

Caminhos se cruzam, se entrelaçam no ar,

Há quem alce voos, com ânimo repleto,

Enfrentando o mundo, sem nada temer.


Há também os tímidos, que hesitam em tentar,

Com medos profundos, que os fazem recuar,

Porém, no meio dessa jornada a se formar,


Há a sorte de crescer, de superar o temor,

Encontrando equilíbrio, um passo de cada vez,

Na dança entre avançar e pausar, há o melhor sabor.


II


No limiar da jornada incerta a trilhar,

Uns avançam sem pausa, sem cessar,

Outros, hesitantes, temem arriscar,

Na encruzilhada onde a vida a pulsar.


Os destemidos buscam voos ao vento,

Desbravam horizontes em movimento,

Sem medo da incerteza, vão além,

Conquistam sonhos no amanhecer.


Enquanto os cautelosos, quietos, estão,

Na inércia, a vida passa, em vão,

Perdem-se oportunidades no caminhar.


Na senda da existência, escolher é arte,

Entre os que param e os que se apartam,

A vida se tece, um eterno recomeçar.



TEXTO DRAMÁTICO 

Título: "Caminhos da Vida: Entre a Inércia e a Audácia"


Cenário: Uma cafeteria aconchegante, onde quatro amigos se reúnem para um encontro.


Personagens:


Eunice

Carlos

Odete

Ana

(Ato I - Encontro na Cafeteria)


(Eunice, Carlos, Odete e Ana estão sentados ao redor de uma mesa, conversando animadamente.)


Eunice: (Suspirando) Vocês já repararam como as pessoas são diferentes? Tem os que não param um minuto e aqueles que preferem não arriscar nada.


Carlos: (Rindo) Verdade, Eunice! Alguns parecem estar sempre na correria, enquanto outros preferem uma vida mais tranquila.


Odete: (Sorri) É interessante como cada um de nós trilha seu próprio caminho. Uns mergulham de cabeça, outros preferem analisar cada passo.


Ana: (Refletindo) Entre esses extremos, há um vasto terreno de oportunidades. Cada escolha nos leva a um novo aprendizado.


(Ato II - Revelações Pessoais)


(Os amigos começam a compartilhar suas perspectivas e histórias de vida.)


Carlos: (Empolgado) Eu sou um daqueles que não consegue ficar parado. Sempre busco novos desafios, novas metas. A vida é curta, e quero aproveitar cada segundo!


Eunice: (Pensativa) Eu costumava ser assim, mas com o tempo aprendi a valorizar os momentos de tranquilidade. Aprendi a parar e a apreciar as pequenas coisas da vida.


Odete: (Com um sorriso gentil) Eu sou mais do time da cautela. Gosto de avaliar as situações com calma antes de tomar uma decisão. Às vezes, a pressa pode levar a erros.


Ana: (Serena) Eu acredito que a chave está no equilíbrio. A vida nos oferece oportunidades para avançar e momentos para refletir. É como uma dança constante.


(Ato III - Lições da Amizade)


(Os quatro amigos continuam a conversa, compartilhando ideias e experiências.)


Carlos: (Refletindo) Escutar as histórias de vocês me fez perceber que é importante encontrar um ritmo que funcione para cada um. Não existe uma fórmula única.


Eunice: (Concordando) Cada pessoa tem suas próprias prioridades e sonhos. O importante é ser autêntico e fiel a si mesmo.


Odete: (Olhando para todos) A vida é um equilíbrio delicado entre avançar e refletir. Aprendemos a cada passo, seja ele ousado ou cuidadoso.


Ana: (Sorrindo) E nessa jornada, nos apoiamos uns aos outros. Celebramos nossas diferenças e enriquecemos nossa visão de mundo.


(Ato IV - A Jornada Continua)


(Os amigos terminam a conversa com um brinde e um sentimento de conexão.)


Carlos: (Levantando a xícara) À nossa amizade e aos caminhos que escolhemos seguir!


Eunice: (Erguendo a xícara) Que possamos respeitar nossas escolhas e nos inspirar uns aos outros.


Odete: (Com um sorriso) Que nossa jornada continue sendo repleta de aprendizado e descobertas.


Ana: (Levantando a xícara) E que a vida nos surpreenda, independentemente de seguirmos em frente ou pararmos para contemplar.


(Fim)


Nota do autor: Esta peça teatral explora as diferentes abordagens da vida e as escolhas entre a inércia e a audácia. Cada personagem representa uma perspectiva única, destacando a importância do respeito mútuo e da celebração das diversas formas de viver a vida


terça-feira, 8 de agosto de 2023

Encantados

 


Encantados são seres presos por elos invisíveis, Obrigados por forças ocultas a viver em destinos incríveis, Em certo estado e sítio, como sonhos suspensos, Entorpecidos, adormecidos, em planos imensos.

Um feitiço, um véu que os envolve com mistério, Atados às voltas do tempo, num laço sério, A magia que tece teias, inquebrantáveis fios, Até que uma circunstância os liberte dos desafios.

Às vezes é um toque de amor, um gesto singelo, Uma chave oculta que desvenda o apelo, Outras vezes, o destino traçado em fios de fumo, Quebrando amarras, percorrendo novo rumo.

Mas se são humanos os encantados, oh que dilema, Pois a vida é como um conto, uma fábula suprema, Cada ação, um feitiço, cada escolha um encanto, E só com coragem e luta se quebra o manto.

Assim, os encantados, entre sonho e realidade, Ensinam que a vida é tecida com sutileza e verdade, Quebrar os feitiços exige coragem e coração, Para despertar o ser interior e romper a ilusão.

sexta-feira, 28 de julho de 2023

Enchada

Na terra árida e dura, a enchada canta, Erguendo sulcos profundos na lida exaustiva, O suor se mistura com a terra, que planta, E o trabalhador, valente, persegue sua cativa.

Nervuras cansadas das mãos que laboram, Afagar do cabo rude, com calos marcados, Lutando com bravura, que a vida não ignora, Para ver brotar da terra frutos abençoados.

O sangue do esforço, derramado no arado, Nutre a terra mãe, que em seus braços o acolhe, Corpo exausto, persistente, jamais desalentado, Na esperança de recolher na vida, o que o tolhe.

Fome que aperta, que castiga e desafia, Mas a vontade é forte, e o sonho é maior, Plantando sementes de um futuro que almeja, O homem se ergue, em busca de um mundo melhor.

Liberdade é a meta, a utopia que almejamos, Enfrentando agruras, buscando justiça e igualdade, Nas lutas diárias, com fé e esperança, clamamos, Por dias melhores, onde reine a liberdade.

Que a enchada siga firme, o suor a regar a terra, Afagando a esperança, enraizando o amor, Nervuras de um povo que com bravura encerra, O sangue da luta, buscando um mundo melhor.




Acabou -se a poesia

 Sim, acabou-se a poesia. Pedi a Inteligência Artificial que reescrevesse o meu poema. E que aconteceu? Escreveu um lindo soneto! 

Bolas, acho que não vou escrever poesia tão cedo! O raio da máquina até ...pensa e cria!

Mas fiquei intrigado por não ter utilizado as palavras saudade e liberdade. Será esse o meu único espaço?



Carqueja de caules alados
primeira vontade de voar
flores erguidas ao céu
ensinando-me a sonhar!

Em nós a mesma seiva da terra
o mesmo cantar liberdade
Tu celebrando o verde e o sol
Eu a distancia a serra e a saudade!

Malga




Sobre ti, detive o olhar sedento, espraiado nas tuas doces e frias margens.

Era um rio de cor a tomar-me nos braços a prometer a passagem para o outro lado de mim. 

Esperei pelo suor para mergulhar a minha boca no teu corpo sinuoso e ágil,  persegui  as promessas que me fazias, de mosto e chocolate. De frutos silvestres e mel.

Foi a tua alma que bebi, e agora me incendeia e arrasta para que caminhe, caminhe...


Pedi à Inteligência Artificial uma crítica literária do texto, mas sem lhe dizer que se referia a uma malga. Vejam lá:


Sobre ti, detive o olhar sedento, espraiado nas tuas doces e frias margens" - O texto começa com uma metáfora visual e sensual, utilizando a imagem de um rio para expressar a fascinação do autor pelo objeto de seu desejo.

"Era um rio de cor a tomar-me nos braços a prometer a passagem para o outro lado de mim." - Essa frase mantém a metáfora do rio, sugerindo que a pessoa amada é como uma passagem para uma nova compreensão de si mesmo, uma experiência transformadora.

"Esperei pelo suor para mergulhar a minha boca no teu corpo sinuoso e ágil" - Aqui, o texto assume um tom mais erótico e sugestivo, com a imagem do autor desejando "mergulhar" no corpo da pessoa amada, usando a linguagem sensorial para criar uma atmosfera intensa.

"Persegui as promessas que me fazias, de mosto e chocolate. De frutos silvestres e mel." - Essa parte do texto evoca a ideia de um amor doce e abundante, representado pelas promessas de "mosto e chocolate" e pela imagem dos "frutos silvestres e mel", adicionando um toque de romantismo e indulgência.

"Foi a tua alma que bebi, e agora me incendeia e arrasta para que caminhe, caminhe..." - O clímax do texto mostra uma fusão entre o desejo físico e a conexão emocional, com o autor "bebendo" a alma da pessoa amada, o que o incendeia e o impulsiona a seguir em frente.

A linguagem poética utilizada no texto é rica em metáforas e imagens, criando uma atmosfera de desejo e paixão. O uso de elementos sensoriais, como a cor e o sabor, intensifica a experiência descrita. O texto parece explorar tanto o aspecto físico quanto o emocional do amor, destacando a importância da alma do amado na experiência pessoal e no processo de autoconhecimento. No entanto, cabe ressaltar que a abordagem erótica e intensa pode não ser adequada para todos os leitores e deve ser considerada com cautela em determinados contextos. Além disso, uma crítica literária mais completa levaria em consideração o contexto em que o texto foi escrito, a intenção do autor e outras características da obra em questão.




segunda-feira, 24 de julho de 2023

Iker

 O guarda-redes vê de longe a bola branca e os outros jogadores correm atrás dela.

Ele não. Ele espera, ele sabe que ela virá, perigosa, ameaçadora, rasteira ou ao canto superior. Ele terá de retesar os músculos e voar, sim, voará como àguia sobre a presa, de mãos bem afiadas a cravarem- se sobre o couro branco.

Sabe que se falhar, a multidão gritará: É golo, é golo, é golo!

Vai calar esse grito. Suspender o rubro da emoção. Por quanto tempo? 

Abraço final. Fim da jogada. Começa a imaginação.

Pé firme, corpo teso, apita o árbitro, a bola gira pelo ar.

Nova corrida, boa triangulação, grita o povo, é um vulcão: É golo, é golo, é golo, levanta-se o estádio, a gritar!

Sente a tristeza do colega, do outro lado. Mas levanta os braços e festeja! É a bola, que rebola, é a festa, é o golo! 

De volta a casa, o povo sonha, em silêncio, herói numa hora, apenas...