O guarda-redes vê de longe a bola branca e os outros jogadores correm atrás dela.
Ele não. Ele espera, ele sabe que ela virá, perigosa, ameaçadora, rasteira ou ao canto superior. Ele terá de retesar os músculos e voar, sim, voará como àguia sobre a presa, de mãos bem afiadas a cravarem- se sobre o couro branco.
Sabe que se falhar, a multidão gritará: É golo, é golo, é golo!
Vai calar esse grito. Suspender o rubro da emoção. Por quanto tempo?
Abraço final. Fim da jogada. Começa a imaginação.
Pé firme, corpo teso, apita o árbitro, a bola gira pelo ar.
Nova corrida, boa triangulação, grita o povo, é um vulcão: É golo, é golo, é golo, levanta-se o estádio, a gritar!
Sente a tristeza do colega, do outro lado. Mas levanta os braços e festeja! É a bola, que rebola, é a festa, é o golo!
De volta a casa, o povo sonha, em silêncio, herói numa hora, apenas...
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