segunda-feira, 24 de julho de 2023

Iker

 O guarda-redes vê de longe a bola branca e os outros jogadores correm atrás dela.

Ele não. Ele espera, ele sabe que ela virá, perigosa, ameaçadora, rasteira ou ao canto superior. Ele terá de retesar os músculos e voar, sim, voará como àguia sobre a presa, de mãos bem afiadas a cravarem- se sobre o couro branco.

Sabe que se falhar, a multidão gritará: É golo, é golo, é golo!

Vai calar esse grito. Suspender o rubro da emoção. Por quanto tempo? 

Abraço final. Fim da jogada. Começa a imaginação.

Pé firme, corpo teso, apita o árbitro, a bola gira pelo ar.

Nova corrida, boa triangulação, grita o povo, é um vulcão: É golo, é golo, é golo, levanta-se o estádio, a gritar!

Sente a tristeza do colega, do outro lado. Mas levanta os braços e festeja! É a bola, que rebola, é a festa, é o golo! 

De volta a casa, o povo sonha, em silêncio, herói numa hora, apenas...











Sem comentários:

Enviar um comentário

Seja crítico, mas educado e construtivo nos seus comentários, pois poderão não ser publicados. Obrigado.