**Écloga sobre o infortúnio do burro e a zebra**
**Burro:**
Oh zebra, amiga, toma esta palha fina,
É a última que tenho, mas não hesito,
Dividir contigo, minha querida vizinha,
Para aliviar teu fome e teu espírito.
**Zebra:**
Obrigada, burro, por tua generosidade,
Aceito a palha com grande gratidão,
Em troca, trago-te uma rara raridade,
Uma bebida que alegra o coração.
**Burro:**
Oh, que maravilha, uma cerveja gelada!
Neste calor, será um grande alento.
Mas sinto-me agora um tanto enganado,
Pois esperava algo mais, num momento.
**Zebra:**
Ora, burro, não sejas tão rigoroso,
A vida é feita de pequenas surpresas.
A cerveja traz alegria e repouso,
E às vezes, de boas, nascem as belezas.
**Burro:**
Mas, zebra, meu estômago vazio reclama,
A palha era meu único sustento.
E agora a cerveja, sem nenhum drama,
Traz-me mais sede e descontentamento.
**Zebra:**
Oh, burro, sinto pela confusão,
Não quis causar-te tal infortúnio.
Prometo na próxima estação,
Trazer feno em vez de colóquio.
**Burro:**
Espero, zebra, que cumpras tua promessa,
Pois da próxima vez serei mais esperto.
Não deixarei que minha fome professa,
Seja trocada por um trago incerto.
**Narrador:**
E assim, a zebra e o burro aprenderam,
Que em tempos de fome, é preciso prudência.
Pois até os gestos que amizade encerram,
Podem levar à inesperada experiência.
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Esta écloga reflete uma lição sobre generosidade, confiança e as consequências de nossas escolhas, misturando elementos pastorais com uma moral sutil.
Alexandre Inácio
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