segunda-feira, 27 de maio de 2024

Écloga I

 



A Écloga é um tipo de poema pastoril, geralmente dialogado, que apresenta temas bucólicos e frequentemente envolve personagens do campo. Vou criar uma breve écloga fictícia que trate do infortúnio de um burro que, ao dar a última palha a uma zebra, foi enganado com cerveja.


**Écloga sobre o infortúnio do burro e a zebra**


**Burro:**

Oh zebra, amiga, toma esta palha fina,

É a última que tenho, mas não hesito,

Dividir contigo, minha querida vizinha,

Para aliviar teu fome e teu espírito.


**Zebra:**

Obrigada, burro, por tua generosidade,

Aceito a palha com grande gratidão,

Em troca, trago-te uma rara raridade,

Uma bebida que alegra o coração.


**Burro:**

Oh, que maravilha, uma cerveja gelada!

Neste calor, será um grande alento.

Mas sinto-me agora um tanto enganado,

Pois esperava algo mais, num momento.


**Zebra:**

Ora, burro, não sejas tão rigoroso,

A vida é feita de pequenas surpresas.

A cerveja traz alegria e repouso,

E às vezes, de boas, nascem as belezas.


**Burro:**

Mas, zebra, meu estômago vazio reclama,

A palha era meu único sustento.

E agora a cerveja, sem nenhum drama,

Traz-me mais sede e descontentamento.


**Zebra:**

Oh, burro, sinto pela confusão,

Não quis causar-te tal infortúnio.

Prometo na próxima estação,

Trazer feno em vez de colóquio.


**Burro:**

Espero, zebra, que cumpras tua promessa,

Pois da próxima vez serei mais esperto.

Não deixarei que minha fome professa,

Seja trocada por um trago incerto.


**Narrador:**

E assim, a zebra e o burro aprenderam,

Que em tempos de fome, é preciso prudência.

Pois até os gestos que amizade encerram,

Podem levar à inesperada experiência.


---


Esta écloga reflete uma lição sobre generosidade, confiança e as consequências de nossas escolhas, misturando elementos pastorais com uma moral sutil.

Alexandre Inácio

Sem comentários:

Enviar um comentário

Seja crítico, mas educado e construtivo nos seus comentários, pois poderão não ser publicados. Obrigado.