No longo inverno de Portugal
As flores eram apenas flores
Umas grandes e outras pequenas
Umas a preto e branco, outras desmaiadas
Mas todas tristes, apenas flores tristes!
As flores de abril raiaram de verde e vermelho
Saíram à rua e na rua ficaram
Por muitas esquinas e praças, campos e chão!
Davam cores, cheiro é sonho
E do que recebiam, nunca diziam, não!
Uma criança que a tudo assistia, pensou
Quando for grande quero pintar flores.
Quando voltou a fome e guerra
E o medo saiu à rua
O menino, já homem, pintava flores
Apenas flores e sempre flores,
As belas e excêntricas flores de sempre!
O que ele nunca pintou
Foram papoilas e cravos
Porque tinham sido todos requisitados
Para as comemorações e demais ovações
Homenagens, discursos e recordações!
Manuel Rodas
Sem comentários:
Enviar um comentário
Seja crítico, mas educado e construtivo nos seus comentários, pois poderão não ser publicados. Obrigado.