sábado, 2 de janeiro de 2021

Desculpa

 



Desculpa. 


Fiz por ti o que pude e ainda mais faria

se me pedisses e

eu achasse necessário e disso fosse capaz.

Canto os teus sucessos

empolgo-me com as tuas aventuras e as traições que te fizeram

os amores que te ajudaram a ser quem és

e os desamores que também te ajudaram a recusar quem não és.


O que eu faria e ...fiz!

Mas não estava à espera que medisses com régua e esquadro o que fiz por ti

nem contabilizaste o que poderia ter feito por ti

com débitos e créditos.

Não, não estava à espera que medisses os meus passos

como se fosse o Zé do Telhado,

a saltar-te ao caminho para te roubar, 

ou exigir a devolução do que te tinha dado.


Não estava à espera e isso magoou-me

vim para casa a espremer a ilusão dum amigo

e depois de me contornar e abrir ao meio

sorri.

De que sorri eu?

Sorri a agradecer a  amizade incompreendida. 

A quem poderia eu desculpar 

se não tivesse um amigo que me ofendesse?

Sim, quem me viria pedir desculpa por me ter ofendido? 

Quem mais me pode ofender que não seja meu amigo?

Por isso, obrigado, amigo.

Sem saberes, deste nova vida à amizade, 

pintaste de preto, para que eu pudesse estender o branco e o azul

partes para que eu possa consertar

arrancas e eu semeio

destróis e eu reconstruo

sujas e eu limpo

feres e rasgas e eu coso.

Quanto vale uma amizade?


MRodas

2 janeiro


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