quinta-feira, 8 de novembro de 2018

A guerra


Saio de casa, sen vontade de mirar cara atrás.
Sei que hei de volver, por iso, non me despido de ninguén.
Nin de nada.
Vou alí dar un recado, matar ou ser morto nesta guerra - o que é a guerra? - pero volverei.
Claro que levo o corazón preso nunha sombra negra
e as pernas pesan co temor de non saber executar ou fuxir.
Nacín en 1896 e teño 22 anos.
Sei que volverei para ti.
Levo o teu retrato.
Non precisaba, pero teño medo de ser gaseado e perder a memoria.
Se che perder que me atope
e se non me atopas, que non me perda.

Vou á guerra ... matar e ser morto.

...

Saio de casa, sem vontade de olhar para trás.
Sei que hei de voltar, por isso, não me despeço de ninguém.
Nem de nada.
Vou ali dar um recado, matar ou ser morto nesta guerra – o que é a guerra?- mas voltarei.
Claro que levo o coração preso numa sombra negra
e as pernas pesam com o receio de não saber correr ou fugir.
Nasci em 1896 e tenho 22 anos.
Sei que voltarei para ti.
Levo o teu retrato.
Não precisava, mas tenho medo de ser gaseado e perder a memória.
Se te perder que eu me encontre
e se não me encontrares, que não me perca.
Vou à guerra...matar e ser morto.



Manuel Rodas
no centenário do final da I Grande Guerra (1918-2018)

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