domingo, 7 de outubro de 2018

O baú do meu avó




O meu avô, Firmino da Piedade Barbosa,  guardava nesta caixa amarelo sujo de castanho e branco,

branco de luz que lhe saía dos olhos, quando falava das suas aventuras.

Guardava documentos, testamentos e escrituras, declarações débitos e créditos e cartas de amor.

Tinha um fundo falso, onde escondia adivinhações, presságios e lengalengas de cortar a dada.
A caixa tinha ido vazia com ele para Cuba e regressou com ela cheia de dólares e papéis. Ficava em cima dum armário na sala. Todos olhavam, mas só o meu avô a via.

A caixa do meu avô, apesar de estar vazia, nunca deixou de estar cheia.
A caixa sobreviveu-lhe. 
Deve andar por aí!

MRodas
Oeiras 7 out.

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