Escrevo com a luz
que desenhaste no meu corpo
que desenhaste no meu corpo
Éramos jovens
e o futuro era jä ali
entre mim e ti
entre duas ou trēs histórias
com gatos e gaivotas
muitas promessas a vermelho
desenhadas com o sangue e suor das lutas dos outros
desenhadas com o sangue e suor das lutas dos outros
Era um rio
abraçava todos os que tinham sede
abraçava todos os que tinham sede
Eras luz
a libertares os outros da escuridão
a libertares os outros da escuridão
No meu album de fotografias
há tantas páginas em branco
não tive tempo de as arrumar
e amareleceram nas gavetas
há tantas páginas em branco
não tive tempo de as arrumar
e amareleceram nas gavetas
A àgua que passou
deixou o sulco
para os glaciares que hao de vir
deixou o sulco
para os glaciares que hao de vir
Eu abracarei os que tēm sede e fome
das palavras
e tu libertaräs a luz da escuridão
das palavras
e tu libertaräs a luz da escuridão
Não importa quem são
de que vale uma vida inteira
sem um poema, um desenho ou uma canção?
de que vale uma vida inteira
sem um poema, um desenho ou uma canção?
MRodas
foto Carlos Silveira, 2017, Soajo à noite
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