terça-feira, 23 de maio de 2017

Morro

Lentamente eu morro
Dissipo-me em partículas acres
Com sabor a pinhões
Nas névoas dilaceradas de impossíveis...

Morro
Como o vento apaga com areia
Os sulcos da cobra
Ou a noite invade alegria
Esvaida em cada dia!

Não quero, mas morro
No azedo dos teus olhos ácidos, doentes
Limão ressequido de ásperas noites
Frio, frio mesmo aqui
Onde era suposto
Arrancar o ultimo grito à serra
O derradeiro olhar ao dia
E no teu destino semear flores...

Morro! Morro agora, para viver depois!



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