segunda-feira, 13 de junho de 2016

Fomos às Marchas de Lisboa

ONTEM FUI A ÀVENIDA DA LIBERDADE

Fui ver as marchas.
Há 36 anos que estou em Lisboa e só fui ver as marchas nos dois primeiros anos que vim para Lisboa, 1980 e 1981. Depois – pergunto-me o que aconteceu – nunca mais lá fui. Mas este ano voltei. E porquê?
Porque eu tenho uma amiga belga, a Jacqueline. Ela admira Portugal. Admira é pouco: ela ama Portugal. A Jaqueline, numa conversa demorada, como costumamos ter, contou-me que desde há 10 anos que aluga um hotel perto da Avenida, em Lisboa e há 10 anos consecutivos que vai ver as marchas, à noite. No final volta para o hotel e dorme abraçada às marchas, à cultura e ao povo de Lisboa.
Tive um rebate de alma. O coração inquietou meio cérebro com perguntas sem resposta. Porque não gostas de ir às marchas?
O cérebro acendeu luzes em compartimentos fechados, procurou respostas em todas as circunvalações e sinuosidades e ... ao fim de algum tempo surgiu um titubeante, Vamos lá!

A lente da máquina fotográfica estava avariada, pelo que tive de levar uma máquina pequena, com pouca resolução. Ainda arranjamos lugar sentados e por fim, começou o desfile para o povo. Para a Televisão era mais abaixo. Na nossa bancada havia um televisor e deste modo, podiamos voltar a ver na tv as marchas que minutos antes tinham desfilado à nossa frente.

Depois de duas horas de espera, começaram a desfilar as marchas convidadas.
A Marcha infantil da Voz do Operário veio a seguir. Reconheci o Vitor Agostinho, o Diretor Geral da Voz do Operário. Mais gordo, mais branco, mas os mesmos gestos decididos e eesclarecidos a orientar as crianças.
Fiquei a recordar o tempo em que pertenci à sua Direção. Foi nesse ano que se inicou a colaboração das crianças das escolas da Voz do Operário. A princípio hesitei, era adverso à utilização das crianças em espetáculos de adultos, mas não me opus. Hoje vejo que me enganei. Todos estes anos eles abrem o desfile. Todos reconhecem a sua importância e deste modo, as crianças podem integrar a cultura da sua cidade e transformá-la em energia criadora.

O desfile continuou.

A ponte sobre o Tejo e o aniversário de Rafael Bordalo Pinheiro são os dois motes para a festa deste ano.  
Pelos vistos quase todas as marchas tinham um patrono, figura ligada à TV. Vi o Baião, a Teresa Guilherme e uns outros que não reconheci, mas uma velhota encostada ao gradeamento ia gritando os seus nomes e estes vinham e abraçavam-na. Ela papou-os a todos! Depois virava-se para a bancada e exibia um sorriso triunfante, a dizer-nos que por instantes tinha estado no paraíso a abraçar os anjos!

Achei piada aos noivos de Stº António, a exibirem a felicidade e a consternação do seu espetáculo, dentro do espetáculo. Porque se meteram nisto?
Como se pode ver nas fotos, ( muito más) foi uma festa do povo do bairros para o povo de Lisboa e arredores.


































































A minha amiga Jacqueline estava encantada. Este ano foi muito bonito! Também achei. Como terá sido o ano passado?
Olha o que tenho andado a perder! Para o ano vou voltar e aconselho-vos a fazerem o mesmo.

Soube agora, que Alfama ganhou. Não era a minha preferida. Eu achei muita graça ao Bairro Alto, mas pelos vistos só eu achei graça pois não ganhou nenhum dos prémios em disputa.
Devo ser eu que percebo pouco de marchas. Mas para o ano…vou estar mais atento.

Conclusão e evidências para o próximo ano

1-   Não esperar que sejam os estrangeiros a dizer-me o que é bonito. Ser eu a valorizar mais o que é nosso.
2-   Preparar o material fotográfico com mais antecedência e não deixar para a última da hora, à portuguesa.
3-   Ir um pouco mais cedo e levar farnel
4-   Levar uma camisola mais aconchega. À noite faz frio!
5-   Quando estiver a ver diretos na tv recordar que esta manipula a realidade, desfigurando-a e colorindo a seu gosto, condicionando os figurantes e atores.
6-   Ver mais telenovelas para não fazer fraca figura! ( Não consigo!)

Até pró ano!

Manuel Rodas

13 junho, 2016


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