sábado, 23 de abril de 2016

O modelo de Blimunda, em Memorial do Convento



O modelo de Blimunda era Dorotheia Maria Roza Brandão Ivo, oriunda de Lagos, que se casou em 1724 como o comerciante francês Pierre Baptiste Pedegache, uma mulher que já chegou a ser mitificada pelos seus primeiros cronistas.

A sua figura salta á fama em 1738, quando outro cidadão francês, o viajante Charles Fréderic de Merveilleux, publica as « Mémoires instructifs pour un voyager dans les divers états de l’Europe », nas quais relata que a “Madame Pedegache” conseguia ver o corpo humano, bem como o dos animais por dentro e outrossim o interior da terra a uma grande profundidade (…) Existe em Lisboa e nos arredores um grande número de poços que foram abertos por indicação desta mulher, que garantia onde e a que profundidade se encontrava a água abundante (…) e sempre se verificou com exacta precisão qualquer das suas previsões (…) O mesmo direi em relação à faculdade que tem esta senhora de ver no corpo humano as obstruções que se formam nas partes nobres ofendidas quando as pessoas se desnundam na sua presença”.


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