José Saramago, As pequenas memórias, Caminho, 2006
Percurso escolar, Prof.s e livros marcantes
Cronologia
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PERCURSO ESCOLAR
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PÁG
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Antes escola Primária
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Escola particular na Rua Morais Soares
Aprende as 1ªs letras numa ardósia, sacola de serapilheira castanha
e um barbante a tiracolo
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64
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7 aos 10 ANOS
Escola Primária
Rua Martens Ferrão
(1ª classe)
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Cartilha Maternal de João de Deus
Dif. pronunciar
Saquerdote- sacerdote
Sacanavense- sacavenense
Audição (em casa) da leitura dos fasciculos MARIA, A FADA DOS
BOSQUES
Leitura do Diário de Notícias que o pai trazia para casa
(já lia, sem perceber que
estava lendo)
A TOUTINEGRA DO MOINHO, de Emile de Richebourg, era um livro dos
Baratas foi a “ primeira grande experiência de leitor
Leu MOLIÈRE, “quando ainda mal tinha passado do a e i o u”.
Refere também um guia de conversação de português-franceês que o pai
trouxe para casa
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38
97
100
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Largo do Leão (depois d a 1ª
classe)
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A professora mandou-o sentar entre os mais atrasados, (carteiras
duplas)
Após o ditado, (só com um erro) mudou de lugar para o 1º da classe
Os pais dos alunos apenas se interessavam se os filhos passavam
ou não
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103
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Passagem da 2ª para a 3ª
classe
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O director convenceu o pai que o filho seria capaz de fazer a 3ª e
4ª classe num só ano
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Final da Escola Primária e preparação exame admissão ao liceu
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As aulas ao fim do dia em casa do Diretor, Prof. Vairinho.
No caderno dos exercícios ainda se pode ver “ o bom estudante que fui nesse tempo : os maus foram pouquíssimos, os
suficientes não muitos, os bons abundavam e não faltaram os óptimos.”
Distinção no exame da 4ª classe
“ lia de corrida, e entendia
perfeitamente o que lia, além de não cometer, em tão tenra idade, demasiados
erros ortográficos…”
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106
140
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1933 (dez anos de idade )
Anos lectivos de 1933-34 e
1934-35
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Frequenta o Liceu Gil Vicente
, com entrada por “uma rampa paralela e
estreita rua que vai do largo de S. Vicente
ao Campo de Stª Clara”, em Lisboa
Tinha um recreio enorme. Amplos e extensos corredores, pavimento
escuro, mosaicos vermelhos brilhantes
Teve um ferimento no joelho e aplicaram-lhe “um gato”, uma espécie
de agrafo para suturar a ferida
Frequência do 1º e 2º ano
“No 1º ano fui bom estudante a
todas as disciplinas, com excepção do canto coral, em que nunca fui além da
nota dez”
O pai andava com um papelinho no bolso com as notas do filho com o
título “ Notas do meu campeão”
Pela fama de ser bom aluno foi escolhido pelos alunos mais velhos
para Tesoureiro da associação de
estudantes.
O 2º ano correu mal, as notas baixaram, teve 8 nos dois 1ºs períodos
e só teve 13 no terceiro porque os colegas convenceram o prof. que ele sabia
mais que o oito.
Tornou-se num “inventor” compulsivo. Que o pai tinha comprado um
livro sobre Salazar, de António Ferro, inventava enredos de filmes que nunca
tinha visto, chegando quase a acredeitar que realmente “tinha visto, o que apenas estava inventando”.
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50
108
109
112
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1936 ( 13 anos de idade)
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Frequenta a Escola Industrial Afonso Domingues em Xabregas
Tendo iniciado no 1º ano as
disciplinas técnicas (Oficinas, Mecanica e Desenho de Máquinas) mais as restantes do 2º ano
As outras disciplinas eram Portugues, Matemática, Física, Quimica,
História, Francês e Literatura
Numa aula de Mecânica, a brincar, partiu o ponteiro e teve como
castigo de arranjar outro, pelo que demorou mais de duas semanas nas tardes
de sábado e domingo, como um condenado “desbastei,
raspei, afilei,lixei, encerei o maldito pau”.
Na Mocidade Portuguesa houve distribuição de fardas, mas não
sobraram para ele, pelo que sempre desfilou à civil, “ contrariadíssimo nas marchas, inabilíssimo no manejo da arma,
perigosíssimo no tiro ao alvo. O meu destino não era aquele”.
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5º
147
143
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1939-40
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Conclusão do curso da Escola Industrial (5º ano)
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50
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