ESTRADA DE CUNHAS — Muito se tem dito e escrito sobre esta via de acesso; os dois jornais concelhios, por intermédio dos seus correspondentes, por várias vezes têm chamado à atenção das nossas autoridades para a grande e urgente necessidade do rompimento desta estrada. O povo desse lugar, apesar da sua precária situação econômica, cotisou-se e conseguiu juntar o dinheiro preciso para o levantamento do projecto. A estrada teve o seu início na Mina das Aranhas, isto com grande alegria e satisfação de todos os futuros utentes. Mas... e vai mal quando aparece um mas! Chegou ao Poço Negro e... afogou-se! Para infelicidade nossa não há meio de conseguirmos arrancá-la do poço para fora. Desconhecemos as causas ou os motivos que levaram as nossas muito dignas autoridades a tais extremos, mas custa-nos a acreditar que seja por vingança ou má vontade para com o pacato e laborioso povo de Cunhas, como por cá se ouve. Dos vários lugares da nossa freguesia, foi o único que teve de juntar dinheiro para pagar o projecto, e é o único que está sem estrada! Pensou, e muito bem, o Sr. Director do Parque Nacional da Peneda-Geres rompê-la de Paradela para Cunhas, mas... também aqui aparece o tal mas, morreu à nascença! Será que teremos de recorrer à bruxa para esta a defumar com a prática das suas mezinhas? Sendo este lugar um dos maiores da freguesia, não faz sentido, ser o único que se encontra isolado por falta de vias de acesso. Agora que o Parque Nacional levou a estrada ao distante lugar da Várzea, seria conveniente e muito vantajoso para todos, arrancar a estrada do Poço Negro levando-a até Paradela e ligá-la com a da Várzea e Adrão. Só nos resta esperar que as nossas competentes e esclarecidas autoridades se debrucem sobre este magno problema e o resolvam urgentemente para bem de todos nós.
A VANGUARDA 24-12-1974
José de Sousa Rodas
José de Sousa Rodas
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