sábado, 7 de setembro de 2024

Conversa hipotética entre HARRIS E PUTIN

 



Uma conversa hipotética entre Vladimir Putin e Kamala Harris sobre paz mundial envolveria uma troca complexa de ideias, dados os interesses divergentes entre a Rússia e os EUA em várias áreas globais. Poderia seguir um tom diplomático, mas com claras divergências, em pontos como segurança internacional, conflitos regionais e a ascensão de forças multilaterais como os BRICS.


**Kamala Harris**: "Presidente Putin, creio que ambos concordamos que a estabilidade global e a paz são interesses comuns. No entanto, vemos um mundo cada vez mais fragmentado por conflitos regionais, como o que está acontecendo no Oriente Médio, particularmente entre Israel e as forças palestinas. Os EUA estão empenhados em promover soluções diplomáticas e sustentáveis."


**Vladimir Putin**: "Vice-presidente Harris, o Oriente Médio sempre foi uma região de grande complexidade. A Rússia acredita que a paz só será alcançada se as grandes potências agirem de maneira equilibrada, sem favorecimentos claros a um lado. Os EUA têm historicamente apoiado Israel. Isso tem complicado as negociações de paz com os palestinos e outros atores regionais."


**Kamala Harris**: "Respeitamos o papel da Rússia na região, mas acreditamos que um apoio incondicional a regimes como o de Bashar al-Assad na Síria também alimenta a instabilidade. Temos que lidar com as causas profundas do extremismo e não apenas proteger interesses geopolíticos. E com a guerra na Ucrânia, muitos se questionam sobre o compromisso da Rússia com a paz."


**Vladimir Putin**: "As sanções ocidentais e o apoio militar dos EUA à Ucrânia não ajudam em nada a diminuir as tensões. A segurança europeia e mundial deve ser construída com base no respeito mútuo, e não na expansão de alianças militares que ameaçam a Rússia, como a OTAN. Além disso, os BRICS, um grupo que está se fortalecendo, mostram que há alternativas a um sistema mundial unipolar."


**Kamala Harris**: "O BRICS é uma força emergente, mas precisamos lembrar que a segurança global não se resume a blocos de poder rivais. Os EUA estão abertos ao diálogo com a Rússia e com outros membros do BRICS, mas isso deve ocorrer com base no respeito aos direitos internacionais e humanos. O mundo está observando."


**Vladimir Putin**: "Concordo que o diálogo é essencial, mas ele deve ser baseado na realidade geopolítica e nos interesses de cada país. A Rússia sempre buscará garantir sua soberania e a de seus aliados. Nossa posição é clara: queremos estabilidade, mas não à custa de nos subjugarmos a uma ordem liderada exclusivamente pelos EUA.

Claro! Vamos expandir a conversa, abordando mais temas globais e aprofundando os pontos sensíveis de ambos os lados.


**Kamala Harris**: "Entendemos que cada país tem o direito de garantir sua soberania, mas a soberania deve estar em consonância com os princípios do direito internacional. A invasão da Ucrânia, por exemplo, foi amplamente condenada, não apenas pelos EUA e pela Europa, mas por uma coalizão de nações que prezam pela estabilidade. Como podemos garantir a paz mundial se ações unilaterais continuam a ameaçar a ordem internacional?"


**Vladimir Putin**: "Vice-presidente Harris, a questão da Ucrânia não pode ser analisada isoladamente. Durante anos, a Rússia alertou sobre as provocações da OTAN ao expandir-se para o leste, colocando nossas fronteiras sob ameaça. O que a Rússia fez foi defender seus interesses legítimos. A paz não pode ser alcançada se a segurança de uma nação for ignorada enquanto outras são favorecidas por alianças militares."


**Kamala Harris**: "Entendo sua posição, presidente Putin, mas é importante que entendamos que a paz mundial requer cooperação. Quando nações buscam alterar fronteiras por meio da força, outras nações inevitavelmente se sentem ameaçadas, resultando em uma escalada de conflitos. Em relação à Ucrânia, acreditamos que um cessar-fogo imediato, seguido de negociações sérias, seria um passo fundamental para evitar mais destruição."


**Vladimir Putin**: "A Rússia nunca se esquivou de negociações. No entanto, as sanções ocidentais, as provocações e o apoio militar irrestrito à Ucrânia complicam qualquer avanço. Como podemos negociar de boa-fé se a outra parte é constantemente armada e incentivada a continuar a guerra?"


**Kamala Harris**: "As sanções visam responsabilizar a Rússia por suas ações, mas estamos sempre abertos a negociações justas. Ao mesmo tempo, a ascensão de novas potências, como o BRICS, apresenta desafios e oportunidades. Os EUA não temem o crescimento de blocos como esse, mas acreditamos que qualquer coalizão de nações deve operar dentro dos princípios de transparência e cooperação global."


**Vladimir Putin**: "Os BRICS são uma resposta natural ao domínio ocidental sobre as finanças e as decisões globais. Países como a China, Índia, Brasil, África do Sul e nós, a Rússia, estamos cada vez mais conscientes da necessidade de um mundo multipolar. A ordem unipolar que os EUA têm promovido está em declínio, e os BRICS oferecem uma alternativa que reflete a diversidade econômica e política do mundo."


**Kamala Harris**: "Não estamos buscando manter uma ordem unipolar, presidente Putin. Acreditamos em um mundo onde as nações possam prosperar juntas, respeitando regras que beneficiem a todos. No entanto, quando essas alianças desestabilizam regiões ou apoiam regimes autoritários, isso se torna uma preocupação global. Vimos isso na Síria, onde o apoio russo ao regime de Assad prolongou um conflito devastador."


**Vladimir Putin**: "A intervenção da Rússia na Síria foi para combater o terrorismo, algo que afeta todas as nações, incluindo os EUA. O caos que surgiu após intervenções ocidentais, como no Iraque e na Líbia, mostrou os perigos de derrubar regimes sem pensar nas consequências. O Oriente Médio, como o resto do mundo, precisa de estabilidade, não de mudanças de regime impostas de fora."


**Kamala Harris**: "Precisamente. Estabilidade é o que buscamos, e é por isso que a diplomacia deve sempre ser a primeira escolha. Em Israel, por exemplo, acreditamos que a solução de dois Estados seja a melhor chance de paz. Mas isso só pode ser alcançado com o apoio de todas as partes envolvidas, incluindo a Rússia, que tem uma longa história de influência na região."


**Vladimir Putin**: "A Rússia sempre esteve disposta a mediar e promover o diálogo no Oriente Médio, incluindo entre Israel e a Palestina. Mas isso requer imparcialidade por parte de todas as grandes potências. A questão israelense-palestina é mais profunda do que muitos percebem, e a paz não será alcançada apenas com promessas de ajuda financeira ou apoio militar. É preciso um verdadeiro diálogo entre os povos da região."


**Kamala Harris**: "Concordo que o diálogo é crucial. No entanto, o papel das grandes potências também é criar condições para que esse diálogo seja justo e produtivo. E o papel de potências emergentes, como os BRICS, será fundamental para moldar o futuro global. O que esperamos, no entanto, é que esses blocos, em vez de dividirem ainda mais o mundo, trabalhem para unir nações em torno de soluções comuns para a paz, o clima e a prosperidade econômica."


**Vladimir Putin**: "Os BRICS já estão demonstrando que o mundo pode ser mais cooperativo e inclusivo, ao contrário de um sistema dominado por um único centro de poder. Mas, para que qualquer solução global funcione, o respeito mútuo é essencial. E isso começa com o reconhecimento de que a Rússia e seus parceiros não aceitarão pressões externas para mudar seus princípios ou suas políticas internas."


A conversa hipotética poderia, portanto, terminar num tom de busca por entendimento mútuo, mas com uma clara distinção entre os interesses de ambas as nações. Enquanto os EUA, através de Kamala Harris, buscam reforçar o papel da diplomacia e da ordem internacional, Putin defende uma visão de mundo onde o poder deve ser equilibrado por novas alianças e onde a Rússia e seus parceiros têm um papel central a desempenhar.


Alexandre Inácio

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