sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Fernando Namora no Museu do Neorealismo

Fernando Namora no Museu do Neorealismo, em Vila Franca de Xira.
Foi uma visita a um museu excelente com uma grande e merecida homenagem a o grande escritor neorrealista, Fernando Namora. A não perder, como podem ver nas imagens!

Integrada nas comemorações do centenário do nascimento do escritor Fernando Namora, no dia 18 de maio, pelas 16h00, inaugurou no Museu do Neo-Realismo a exposição “e não sei se o mundo nasceu” Fernando Namora 100 anos.
"No ano em que se completam cem anos sobre o nascimento de Fernando Namora, o Museu do Neo-Realismo revisita o percurso e a obra do escritor, uma e outro verdadeiramente configuradores da pluralidade interna do movimento cultural e estético. A exposição, o catálogo e as atividades complementares previstas para este ciclo comemorativo estão ligadas por uma ideia central: Fernando Namora teve uma intervenção determinante na génese histórica do neorrealismo e toda a sua obra é um contributo fundamental para a afirmação da pluralidade estética do movimento."
Curadoria de António Pedro Pita.
Patente até 17 de novembro de 2019.
































































































quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Quantas vezes mãe



Quando viemos a esta praia
Olhaste bem longe dentro de ti e disseste
É muito bonito, mas quando vamos prá nossa terra?

Obrigado, mãe, por me devolveres à terra, à origem, a mim.
Nasci outra vez ali e o mar a olhar pra ti
De quantas dores é feita uma mãe? Quantas vezes?
Quantas vezes é preciso uma mulher parir, para que nasça um homem?
Quantas vezes nasce um homem, mãe?

Tinhas uma serra guardada para mim
E trazias o mar dentro de ti

Mesmo a morrer naquela cama do hospital, já sem poder sorrir dizias
Vai descansado que eu fico bem. 

Morreste nessa noite

A serra e o mar fizeram uma ilha
Onde volto
Cada vez que refaço a viagem
E preciso de te ver
Fazer perguntas ao teu sorriso cúmplice
enquanto afagavas a tristeza nas tuas mãos

Mãe, o amor é tão difícil e o mundo dá assim tanto trabalho?

MRodas

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

terça-feira, 24 de setembro de 2019

As aventuras do Manual de Ramil

O filme “O maravilhoso reino da terra” (2017), do Carlos Silveira, com texto do livro Manual de Ramil, foi escolhido para integrar a 17.ª Mostra da Cultura  Portuguesa em Espanha.
https://www.culturaportugal.com/artistas/
Será exibido no âmbito de uma mesa redonda sobre Miguel Torga no dia 12 de Novembro, no Instituto Cervantes em Madrid, às 19 horas, com a presença de Julio Llamazares e de César Antonio 
Molina. 

O programa da Mostra Cultural, pode ser consultado aqui: 
https://www.culturaportugal.com/programa/

O filme “O maravilhoso reino da terra” com legendagem em espanhol, pode ser visto aqui: https://vimeo.com/204606835

Podes adquirir o livro aqui
https://www.amazon.es/…/…/ref=cm_sw_r_fa_apa_i_rxwFDbGDS68PM



quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Sē tu

Sē tu

Calma, rapariga!
O mundo pode esperar
Acompanha a viagem diária do sol
Segue a lua e as estrelas
És linda, mas não queiras ser mariposa

Sê tu

Em cada dia
E os dias esperarão por ti
Os amigos esperarão por ti
As flores, os pássaros e os sussurros esperarão por ti
Que mais te importa, rapariga?

Assim poderás saborear a chuva e o vento
E terás tempo de alisar os cabelos ao fim do dia
E quem sabe, sorrires quando vierem as tempestades
E cantarolares
Quando o frio e a neve invadirem o coração dos maus!

O mundo fica melhor por cada sorriso teu, rapariga.
O mundo precisa mais do teu sorriso
Do que do discurso do primeiro ministro...

Sê tu!


MRodas

domingo, 15 de setembro de 2019

Vamos à praia?


Vamos à praia?
Não, que é cedo
Vamos à praia?
Não, que é tarde
Vamos à praia?
Não, que está calor
Vamos à praia?
Não, que está frio
Vamos à praia?
Não, que está a chover
Vamos à praia?
Não, que vai dar a bola
Vamos à praia?

Mas, porque raio queres ir à praia?

...dilata a vida por 30 anos
alarga e ensombra a pele
mata os herpes
adelgaça a birra
derrete a cólera
desfaz os humores alporquentados engorda os tísicos
emagrece os gordos e anafados, endireita os vesgos
aplaina os corcundas
promove o riso
agita os membros entorpecidos
cura as faltas de dinheiro
é aperitiva
desobstruente
dessecativa
contraria as febres
é carminativa
conserva o estômago
purga
limpa
lava
rebate os vómitos
tira o fastio nauseas e demais cruezas
expele as ventosidades frias
cura as feridas frescas, chagas do bofe, apertos do coração, raízes cancerosas, bexigosas e lombriguentas, mal de Luanda...

Chega, vamos à praia!

MRodas

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Viagem






Era apenas um pau perdido nas arestas das rochas
Trazia a memória dos sonhos da árvore sua mãe
Que cedo lhe dizia
Faz-te ao mar, faz-te ao mar...

E o pau, resto desse sonho
Já chegara à praia
Onde as ondas continuavam as orações da mãe
Faz-te ao mar, faz- te ao mar

Adormecia enrolada na areia
A ouvir as gaivotas e o ronronar das ondas
Mas ao mar para quê? Tanta àgua...

Foi preciso vir uma criança
E transformar a madeira em vela e casco
A oração em viagem
E o sonho em aventura
Vai pau! Faz-te ao mar!

E o pau se fez caravela
Flor, vento e promessa
Acenar aos continentes
Que a viagem vale a pena quando me solto de mim
Te olho nos olhos de agua e floresta

O mar acalenta o sonho
E tu me levas na doce brisa do teu sorriso
Quando num abraço levamos o mundo dentro de nós
E encontramos naus e bandeiras
De braços abertos
A dar- nos voz!

MRodas