As três fases da vida
São todas bem diferentes,
Passas de criança bem vivida
A velho só e sem dentes!
Deixo aqui mensagens e as minhas reflexões sobre os percursos por onde vou passando..."caminhante, não há caminho, o caminho faz-se caminhando..."
As três fases da vida
São todas bem diferentes,
Passas de criança bem vivida
A velho só e sem dentes!
O castelhano proibiu o falar
Na nossa querida terra galega.
Por isso vamos reclamar,
De imperialismo, já chega!
Tira, tira a mão da fruta
Ó cura, tira daí o sentido,
Da natureza apenas desfruta
O que, da tua lei, te é permitido!
Também pode durar a eternidade;
Anda por aí muito tratante
Que por amor só faz maldade.
O demónio anda na serra
A disfarçar quem espalha o mal;
Coitada da nossa terra
Ameaçada de morte terminal!
A menina que por mim chama
Tem dentro dela uma torre,
Com seus dotes ganhou fama
Por ela o meu coração corre!
Bati, bati à tua porta
Toda a santa noite, bati.
Sempre calada, parecias morta
E eu sem saber nada de ti!
Por mais que queira e te peça
De ti, nada tenho a esperar.
Nem que o teu sol me aqueça,
Nem que as boas noites me venhas dar!
Penedias e carvalhinhas em redor
Promessas vãs por saldar,
De Soajo sempre com amor
E tristezas difíceis de aceitar!
Com todo o coração te quero
Amor da minha vida, fatal;
Contigo sou sempre sincero
Flor e música do meu arraial!
Com umas ervinhas do monte
Também eu pintava o meu!
Queres agora que te conte
Como me podes fazer teu?
Minha sogra para eu me casar
Prometeu-me louça de prata;
Agora manda-me a mim trabalhar
E à filha, fazer caldo de batata!
As bonitas são murmuradas
E as feias ninguém as quer.
Há quem goste mais das casadas
Pois são pau para toda a colher!
Trabalho, trabalho eu
Que nem chega para viver;
Tu não trabalhas e comes do meu
E eu pobre, fico sem comer!
Ei venho quando chego
Eu venho quando posso vir,
Por ti arranjei outro emprego
Para mais cedo te ver sorrir!
Estava sentado a tomar o meu café da manhã, junto à Praça da Fruta, nas Caldas da Rainha, quando uma inglesa, de cabelos grisalhos e calças rotas nos joelhos, tentava extrair cigarros da máquina automática.
Ao seu lado passa uma senhora baixa e gordinha, muito sorridente com o seu troféu nas mãos, uma caixa de doces.
Volve-lhe a inglesa com ar irónico e o dedo indicador:
-Diabetes...
Sorriu a senhora, com algo de culpabilidade, a desmaiar o conforto da sua vitória, enquanto sorria, acusadora a inglesa, com aquele ar enigmático dos britânicos.
Era a minha oportunidade e não a desperdicei, apontando para a máquina:
-Cigarros...
Ela, do alto da sua crónica ironia, respondeu:
- Não sou diabética!
Sorvi a última parte do café e sorri, mais uma vez, deste humor britânico, que tanto contrasta com o nosso, pois para obter o mesmo efeito precisaria aí dumas duas ou três boas anedotas!
Quero dar-te a merenda
E mais o que houver de sentir;
Canta, que eu te bem entenda
Quero ouvir o teu céu a rugir!
A trinta de fevereiro te hei de ver
Mais burro bêbado, que burro morto
Também o vizinho deixou de beber
Para com os copos fazer desporto.
Não sabem o que são amores
dois namorados tão antigos;
A Galiza é formosa e sem rancores
O Minho valente e com mil amigos!
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O horizonte trouxe a vida pela mão
E onde estava ferida, plantou flores,
Onde havia excesso, corrigiu de beleza;
Misturou prosa, poesia e valores.
Abraçou o mundo, sorrindo e disse:
- Vamos lá fazer um bom dia, sem predadores!
Casaremos, sim senhor
Dentro da nossa liberdade,
Se o teu amor for verdadeiro
E prometeres assiduidade!
E porque chorei no passado.
Meu amor nunca mais ia embora
Demorou a deixar-me sossegado!
À Senhora da Peneda te hei de levar
No dia 5 à noite, por uma mão.
O prometido, isso me vais dar
Amor, amor do meu coração!