POR SOAJO

31-1-1954  

Cunhas – Principiaram os trabalhos para a construção da capelinha

deste lugar. Com prazer continuamos a publicar os donativos que

foram oferecidos para esse fim, esperando que todos os soajeiros se

dignem comparticipar nesta obra que ficará a testar a nossa generosidade

e a fé do nosso povo. António de Carvalho, todo o serviço de ferreiro;

Francisco Macieira, 50$00; Manuel Gonçalves Rodrigues, 100$00;

Joaquim Fernandes, 100$00; Manuel de Sousa Mateus, 30$00; Manuel

Rego Fernandes, 100$00; Domingos A. Barbosa, 50$00; João C. Barbosa,

50$00; António G. Outeiro, 20$00; Justino Fernandes, 50$00 e Maria

Cerqueira, 50$00.

POR SOAJO

21-6-1953

O lugar de Cunhas – Necessita de resolver urgentemente o seu

problema de conseguir uma escola para o ensino dos seus filhos; não

pode nem deve continuar a mandar os seus queridos filhos à escola da

sede da freguesia. Não devem continuar amarrados à tradição;

ponham fim a este martírio dos vossos filhos; não está certo que se

continue a exigir tal sacrifício em tão tenra idade, tendo de calcorrear,

sob as intempéries do tempo, a distância que os separa da escola, não

sendo de admirar o seu fraco aproveitamento. Povo deste lugar, segui

o exemplo dado pelo povo do lugar da Várzea, que, no próximo ano

lectivo, terá a casa pronta a receber professora e alunos. Só assim conseguiremos

um eficiente e rápido combate ao analfabetismo, na nossa

querida terra.

Festa de Santa Luzia na Várzea, In, A Vanguarda de 24-12-72

 Faz hoje 27 anos que tiveram início estes festejos no distante e pacato lugar da Várzea. Como recordar é viver, queremos lembrar aos presentes quem foram no passado os autores desta festividade. Não o fazemos por vaidade nem por orgulho, mas simplesmente para avivar a memória e ver as dificuldades que então havia, comparadas com a abundância que hoje existe. Foram eles os Srs. Manuel Gonçalves Rodrigues (Catarino); Manuel Gonçalves Forneiro Lucas; João Rodas de Sousa “Gigante”, Manuel da Costa “Caiador”. Estes dois últimos já falecidos e ainda o autor destas linhas, José de Sousa Rodas, “Marujo”. Foi constituída esta comissão em vinte e nove de Setembro de 1945. Também faziam parte da mesma 5 raparigas, das quais não nos recorda o nome. Fizemos um peditório desde Buímo ao lugar da Igreja da freguesia da Gavieira; em todos os lados fomos bem recebidos, embora a receita obtida fosse pequena, comparada com a despesa. Basta dizer que no final tivemos de pagar da nossa algibeira 4$80, cada um de nós. O jantar foi feito em casa da Sr. ª Teresa Dias de Sousa. Para o mesmo comprámos uma cabra e levámos da casa de nossos pais, galinhas, presunto, chouriços, feijões e batatas. Muito teríamos a dizer, mas como o jornal não é nosso, ficamos por aqui. Que Deus tenha na Sua Santa Glória os companheiros já falecidos e que a Santa Luzia proteja os restantes, dois dos quais se encontram em França. Para eles vai o nosso abraço sincero de amigo certo.

Paradela, 13 de Dezembro de 1972

Por Soajo, In, A Vanguarda, 20-8-1972

Não deve ficar ou cair bem a todos os bons soajenses, principalmente aos amantes da sua terra e das suas tradições; é preciso salientar que a Serra do Soajo, não é só restrita à parte compreendida entre o Rio do Ramiscal, Fôjo e ao Miradoiro! Não é e aí é que vai o engano e provoca a nossa revolta. A Serra do Soajo principia no Rio Vez - Sistelo e vai até ao Rio da Várzea, seguindo este rio até à Bouça dos Homens, ligando na Abeleira, ao Rio Vez. A Serra da Peneda é muito mais pequena, só é composta pelos montes compreendidos entre os Rios Laboreiro e Rio da Várzea e Rio da Gavieira à Branda da Bouça dos Homens e montes de Castro Laboreiro. Assim é que está bem, assim é que está certo. Por isso, não concordamos com os mapas que o Parque fez distribuir pelos povos. 

José de Sousa Rodas

Por Soajo, In, A Vanguarda de 13-6-1971

Largo do Eiró- Agora que vai chegar o verão, e com ele os visitantes que vêm apreciar as nossas belezas, é preciso que o Largo do Eiró, que é a nossa sala de visitas, esteja sempre limpo. Apelamos para o Sr.  Presidente da Junta. Só é pena que venham e perguntem que casa é aquela, logo em frente de quem entra, a contrastar com os bonitos prédios à volta, e tenhamos de dizer que é uma relíquia do passado, onde se ministrou a Justiça e onde esteve a administração da nossa vila! Devia salvar-se das ruínas em que se encontra, porquanto atesta um passado de que tanto nos honramos.

José de Sousa Rodas

Por Soajo, In A Vanguarda e 19-4-1970

Óbito- No p. p.mês de Março, perdeu a nossa freguesia um dos mais ilustres dos seus filhos, continuando portanto, de pesado luto. Ao termos conhecimento de tal notícia ficamos surpreendidos e muito sentidos, pois tratava-se do nosso parente, velho amigo e condiscípulo Rev.° Sr.  Padre António Rodas de Sousa Ribas, como nós, natural do lugar da Várzea, e por sinal só mais velho um mês. Causou-nos a maior consternação e repulsa pelo modo como foi vítima de mais um lamentável acidente ocorrido nas fatídicas passagens de nível em Barcelos, o comboio das 20,30 h. Arrasta o automóvel em que seguia com mais três colegas por 500 metros! Deixando logo mortos, ele e um dos companheiros; o terceiro faleceu horas depois de dar entrada no Hospital de Santo António, no Porto. Eram todos Padres Missionários da Congregação do Espírito Santo e Imaculado Coração de Maria, que também assim se encontra de luto pela perda de quatro dos seus filhos muito queridos e de quem tanto necessitava e muito viria a beneficiar, pois tratava-se de Padres novos, cheios de vida e saúde. O funeral realizou-se no dia 26, com missa de corpo presente, ofícios, etc., na nossa Igreja Paroquial, tendo sido sepultado no cemitério da nossa freguesia, constituiu uma prova de quanto era amado e estimado por todos os seus conterrâneos e ainda do povo das freguesias circunvizinhas. De França, veio seu irmão Rev.° Sr.  Padre Abílio Rodas de Sousa Ribas, que assistiu ao funeral e à sua trasladação de Barcelos para Soajo. Deixa na maior consternação seus velhos pais Sr.  João de Sousa Ribas, Srª D. Rosa Preto Rodas, e ainda seus irmãos D. Maria Rodas de Sousa, casada com João Macieira Rodas e D. Luzia Rodas de Sousa, casada com António de Sousa Macieira, bem como sobrinhos e tios. A todos o nosso cartão de sinceras e sentidas condolências. Não nos foi possível assistir ao funeral, mas fizemo-nos representar por nosso filho Manuel Alexandre Barbosa Rodas.

Casamento elegante-In, A Vanguarda, 5-10-69

 No dia 23 do p. p. mês de Agosto, no templo ou Basílica de Nossa Senhora do Sameiro, em Braga, uniram os seus destinos pelos laços do matrimónio o Sr.  Manuel Peixoto da Silva Pinto, filho do Sr.  Alfredo da Silva Pinto e Srª D. Maria Marques Peixoto, com a prendada menina Cecília da Silva Rodas, distinta Professora primária, filha de António de Sousa Rodas, 1º Sargento do exército, e D. Maria Luísa da Silva. O pai da noiva é natural do lugar da Várzea, desta freguesia, e assinante deste conceituado quinzenário. Celebrou a missa esponsalícia e presidiu como testemunha justificante o Rev.º Sr.  Pe. Américo Sequeira, muito competente e digno Director do Externato Cardeal Saraiva, em Ponte do Lima, amigo da família da noiva, o qual proferiu a alocução de circunstância. Apadrinharam por parte do noivo, seus pais, e pela noiva seu pai, que para esse fim se deslocou da cidade da Horta, onde presta serviço. As alianças foram conduzidas pela menina Paula Peixoto da Silva Pinto, irmã do noivo e pelo menino José Oliveira Barbosa Rodas, primo da noiva. O acto revestiu-se de toda a solenidade. No final todos os convidados, cerca de sessenta, se dirigiram ao Hotel da Falperra, onde foi servido um fino e bem confeccionado almoço. Aos brindes usou da palavra o Rev.° Sr.  Pe. Américo Sequeira, que pôs em relevo as qualidades dos noivos e dos lares modelares de seus pais, cujas virtudes morais e cívicas exaltou. No final do almoço, os noivos seguiram em viagem de núpcias para a praia da Apúlia, devendo no regresso fixar residência no Bairro da Alegria em Braga, onde o noivo é conceituado industrial metalúrgico. A Vanguarda deseja ao novo lar católico todas as felicidades de que são merecedores. 
Sociedade- Depois de estar algum tempo   entre  nós,   retirou para Horta-Açores, o nosso muito amigo e irmão António de Sousa  Rodas, dg.mº 1º Sargento do nosso exército. Fez-se acompanhar de sua prendada filha Ana Maria e sobrinha Rosa de Fátima Barbosa  Rodas. Boa viagem e feliz regresso.