terça-feira, 1 de setembro de 2020

A bruxa


Quem foi a bruxa alada
que te levou de mim
ver-te parada e suspensa
numa névoa opaca 
de paredes prestas sem luz, nem sombra?

Quem foi o malfeitor 
que suspendeu o teu riso
deixou-te ao frio
presa nas palavras
que não sabemos?

Agarro-te, abraço-te
mas estás moribunda 
em tua vida mais profunda

Ó deuses
ó nuvens, ó sol e lua
forças azuis e verdes da natureza
raio sideral
a vós apelo
que o vosso sussurro
se erga em luz
 e indique o caminho
e nos liberte
do labirinto e do silêncio
destrua estas paredes
que fingem sentimento
mas não deixam passar 
nem luz, nem vento

Eu olho, mas não me vês
Eu olho, mas não te vejo...

Se o olhar cegasse e a alma, finalmente, visse...

MRodas

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