QUANDO NO ESTADO NATURAL...
Quando no estado natural vivia
Metida pelo mato a espécie humana
Ai da gentil menina deshumana
Que á fôrça a grêta virginal abria!
Entrou o estado social um dia;
Manda a lei que o irmão não fôda a mana,
É crime até chuchar uma sacana,
E pesa a excomunhão na sodomia.
Quanto, lascivos cães, sois mais ditosos
Se na igreja gostais de uma cachorra,
Lá mesmo, ante o altar, fodeis gostosos;
Enquanto a linda moça, feita zorra,
Voltando a custo os olhos voluptuosos,
Põe no altar a vista, a ideia em porra.
BOCAGE [Poesias eróticas,
burlescas e satíricas, 1854]
[fixação gráfica de M. Cesariny,
Horta de Literatura de Cordel, 1983: 190]
Quando no estado natural vivia
Metida pelo mato a espécie humana
Ai da gentil menina deshumana
Que á fôrça a grêta virginal abria!
Entrou o estado social um dia;
Manda a lei que o irmão não fôda a mana,
É crime até chuchar uma sacana,
E pesa a excomunhão na sodomia.
Quanto, lascivos cães, sois mais ditosos
Se na igreja gostais de uma cachorra,
Lá mesmo, ante o altar, fodeis gostosos;
Enquanto a linda moça, feita zorra,
Voltando a custo os olhos voluptuosos,
Põe no altar a vista, a ideia em porra.
BOCAGE [Poesias eróticas,
burlescas e satíricas, 1854]
[fixação gráfica de M. Cesariny,
Horta de Literatura de Cordel, 1983: 190]
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