sábado, 16 de fevereiro de 2019

Longe


Longe
mas dentro de ti...

A tua sombra adormece nos braços dos meus dias

Vens descalça e nua
agarrar a minha aflição de criança

Cantas para que
acredite em ti
mas negas-me todos os dias
como se eu fosse papiro a boiar nas águas desse rio
ou aragem dessa serra

Sim
o teu silêncio mente
porque eu já não existo
longe...

Eu estou aqui
sentado na tua sombra
onde ecoa a saudade

Mesmo que me venha embora
a sombra fica aí contigo
para sempre

      meu amor

MRodas

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

A lenda


Diz a lenda que se estás alegre
foste tu o vento que passou a correr atrás duma estrela
que fui eu o mar
de braços aberto acolher o teu brilho

Diz a lenda que se estás triste
não fui eu a estrela a perseguir o vento
que me levaria atė a ti

O que a lenda não diz
ė que os nossos pés ganharam asas
mas o coração não

Não importa
se fui eu ou tu que não quisemos
inventar um novo deus

Não importa
e sobre isso a lenda nada diz...

MRodas

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Comentários de apoio e desapoio


Mensagens de apoio e desapoio aos meus textos

Gostei imenso do texto. A "escola velha" tem de ser substituída, sem dúvida. Lembro-me de andar no preparatório, onde tive professores que se mantiveram com a minha turma durante vários anos e ficar perplexo pelo facto de não terem mudado em nada, o que é um erro terrível quando se dá aulas a alunos de uma faixa etária que está em mudança permanente. As aulas eram simples: o professor dava trabalho, o aluno cumpria. Se engolisse e estudasse, tinha bons resultados. No entanto, o que aprendia na sala estava no papel e não saía do papel. O maior problema do sistema de ensino (visto pela perspectiva de um ex-aluno) é que não ensina a pensar nem a estabelecer uma relação entre o que se aprende na sala e o que se passa lá fora. O modelo que o Manuel aplicou na sua sala de aula, para além de estimular os alunos a pensar por eles (e a questionar a autoridade), ensina-os a aplicar o que aprendem na sala no mundo real. A distância que existe muitas vezes entre professores e alunos numa sala de em Alunos e professores, o saber e o poder
João Capela
em 13-06-2013
Manuel, adoro o modo como descreves as tuas vivências …és tão real! Invejo o teu dom! Mas revejo-me em algumas situações… O que nos torna diferentes é a diversidade de atividades ao longo da carreira profissional. Tal como tu, também experimentei a Telescola, Apoio Educativo, Delegação Escolar, Executivo e acabei como comecei, por opção própria, com o 1º ciclo. Para estes últimos 3 anos, trazia uma vasta experiência adicional e acolhi de braços abertos o projeto curricular de escola que, por acaso, era muito semelhante ao que adotaste e descreves. Foi uma experiência única! Trabalhei numa forma mais direta de participação dos alunos na negociação, distribuição e controlo das atividades. Eles tinham acesso aos conteúdos programáticos, previamente “traduzidos” para uma linguagem acessível e geriam o tempo de aquisição. Mensalmente, em reunião de turma, registavam-se os pontos trabalhados na aula, cada aluno assinalava os que sabia, aqueles em que tinha dúvidas e o que deveria fazer em Alunos e professores, o saber e o poder
em 12-06-2013

em 12-06-2013
Mina Bacelar Texto lindo. Uma ode ode ao amor. A vida linda de um professor que somente queria ser professor Parabéns em Alunos e professores, o saber e o poder
em 12-06-2013
Quem sabe se não são os turcos a pedir-te um lugarzinho num sofá aí por casa. em Os leitores do mês de Maio
em 11-06-2013
Manel Que veia poética tão latina. camões herói de um povo? Temos de discutir esse assunto. De qualquer modo, gostei. em A Camões e aos poetas
em 11-06-2013
Zita Amorim Manuel, ri, ri, ri e recordei(com emoção) a minha própria vivência como professora da Telescola. As aulas de francês...que saudades!!!!! em A Observação
em 11-06-2013
Maria Leiria Entendo de onde veio ao Manuel o gosto pela escrita e pela comunicação. Teve um bom mestre! em O LIVRO - POR SOAJO
em 10-06-2013
Ermelinda Júlia Sabia que teu pai gostava de escrever, mas nunca tinha lido nada dele. Bela surpresa. Felicito teu gesto. em O LIVRO - POR SOAJO
em 10-06-2013
Mata Cabril Lindo texto, sábias palavras, eu também fui pastor de CABIRTOS ( termos de Lindoso). em O LIVRO - POR SOAJO
em 10-06-2013
Gloria F. Uma historia muito parecida com a que meu pai contava. Tempos duros, mas penso que felizes. Obrigada , gostei muito de ler! em O LIVRO - POR SOAJO
em 10-06-2013
Maria Leiria Gostava de outro final: o Senhor Lobo e a Avozinha a dançarem juntos um "slow" , mão na mão. Gostava de um final romântico. Mereciam ambos. Ora invente lá um final mais feliz! em História tradicional de Natal
em 10-06-2013
Este comentário foi removido pelo autor. em História tradicional de Natal
em 10-06-2013
Eu poderia dizer-te que sou israelita ou turca. Não é verdade. A verdade é que tens, como leitores (ou simples espreitadores) gentes de vários cantos do mundo. E...isso é bom. Ana (a refilona :O) em Os leitores do mês de Maio
Anónimo
em 07-06-2013
Gosto. Muito. Não precisas dos meus parabéns, mas dou-tos mesmo assim. Ana (a refilona :O) em A Camões e aos poetas
Anónimo
em 07-06-2013
LENTAMENTE...LENTAMENTE ESTE PAÍS TE CHAMA O MESMO QUE TE MATA LENTAMENTE TODOS OS DIAS E TE MENTE MAS NÃO DESISTAS E CONTINUA QUE EU GOSTEI DESTE POEMA E ACHEI QUE ERAS POETA. Ana. em A Camões e aos poetas
em 04-06-2013
O poema é seu ? Acho que é, o Manuel gosta de incorporar palavras de outros petas e reconheço aqui Saramago, Sophia, Torga . Gosto mesmo muito! Fo das melhore coisas suas que li até agora. Nada a dizer de...correções, tudo a avo! Parabéns. Mi em A Camões e aos poetas
em 03-06-2013
Maria Leiria Este poema é bem bonito! Já o lera, gostei de reler! Mas agora a geada foi-se! em A geada dos cabelos
em 03-06-2013
Gostei muito. É bom conseguir expressar assim as nossas memórias. em A minha primeira mota
em 21-05-2013
Maria Leiria Gosto do modo como o Manuel preza as suas amizades! em Um abraço para a Sameiro
Anónimo
em 09-05-2013
Antes de mais, deixa-me agradecer pela recordação que a imagem das tuas palavras me trouxe. Pois eu era um aluno do turno da manhã que experimentou o teu duplicador de gelatina em casa devido à competência dos teus alunos, que me deram a receita. Aproveito para dizer que desejei imenso pertencer aquela turma ou pelo menos ter o professor da tarde, tal era o sucesso dos teus métodos pedagógicos. O facto da televisão numa aldeia onde não existia luz também fascinava qualquer criança, ainda que em minha casa havia televisão a bateria que só se ligava em dias de festas. Ainda tenho memórias da figura do inspector que descreves. Quanto à tua metodologia vem de encontro ao livro "A arte de tornar-se inútil" de Ricardo Vargas. É uma boa forma de desenvolver responsabilidade e competências. Muitos parabéns pela arte de transformares as palavras em imagens magnificas que encantam qualquer leitor e fazem reviver o passado com alguma saudade. Um grande abraço, Paulo Rodas em A Observação
Anónimo
em 16-04-2013
Mas, como diz Luis Peixoto: Criança em Ruínas: na hora de pôr a mesa, éramos cinco: o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs e eu. depois, a minha irmã mais velha casou-se. depois, a minha irmã mais nova casou-se. depois, o meu pai morreu. hoje, na hora de pôr a mesa, somos cinco, menos a minha irmã mais velha que está na casa dela, menos a minha irmã mais nova que está na casa dela, menos o meu pai, menos a minha mãe viúva. cada um deles é um lugar vazio nesta mesa onde como sozinho. mas irão estar sempre aqui. na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco. enquanto um de nós estiver vivo, seremos sempre cinco. em
em 12-02-2013
Mas tu continuas a viver...aproveita! em
Ilda Grisantes
em 10-02-2013
Ser professor não é, de facto, para todos. Ou, pelo menos, não devia ser. Quanto a ti, caro Manuel, o pouco tempo que trabalhámos na mesma equipa deu para perceber que estavas na profissão certa. A tua maneira de ser, alegre, otimista, bom comunicador, brincalhão mas profissional,capaz de descer aos alunos para melhor os motivar, entusiasta, voluntarista, inovador, faz com que arrastes os teus pupilos para o sucesso. Com empatia tudo se torna mais fácil e tu consegues fazer um amigo de cada aluno. As historietas que aqui revives são também a prova do teu entusiasmo e dedicação a uma causa por vezes tão mal tratada, sobretudo pelos governantes deste país. É bom ter tido colegas como tu. Um grande abraço, amigo, e nunca percas o entusiasmo que te carateriza.enarix em A Observação
em 09-02-2013
Era assim. E ainda mais umas caminhadas por montes e estradas não alcatroadas, e escolas sem água canalizada com poços que atraiam os meninos para o perigo, e salas de aula onde as mães eram aos fins de semana as empregadas de limpeza... Mas uma indomável vontade e tambem uma enorme ingenuidade nos alimentava. Ingenuidade, é a palavra que está subjacente ao teu texo. Ingenuidade e humildade que foram no teu caso (não o será em todos) a génese do sucesso na profissão que escolheste. Ou terás sido tu o escolhido? em A Observação
Zé Marques
em 06-02-2013
Maria Branco Estes banhos, fazem-me lembrar os meus. Que barbaridade!!!!!! a água gelada, quase de madrugada, e, nós, com aquela combinção, a nos comportarmos... algumas vezes, com uma certa má « criação» pudera!!!!!! Parabéns, gosto imenso de ler as suas públicações. em Os banhos
em 03-02-2013
Parabéns ! Gostei deste poema e escreves bem...fazes minhas as palavras que gostaria de saber escrever.Só mudaria a cor.do mar...para cor Verde Água!! Continua a escrever... Ilda Silva em Ó mar
Ilda Grisantes
em 03-02-2013
Alice Fernandes Interessante mesmo, obrigada Rodas e essa dos 100 contos do povo de Cunhas nâo sei se os chegaram a dar, Adrâo depositou 125, no inicio dos anos 60 em nome dos serviços florestais,, houve homens em Adrâo que jà deram naquela altura 5 contos . em 6-2-1966, in A VANGUARDA
Anónimo
em 02-02-2013
Mata Cabril Amigo Rodas, é um prazer ler e estudar a sua brilhante informação. Acresce informar que o ano de 1966, foi um bom ano para Portugal: 1º Os MAGRIÇOS ficaram em 3º Lugar no campeonato do Mundo de futebol em terras de SUA MAJESTADE . 2º No dia 6 de Agosto, foi inaugurada a travessia sobre o Tejo, entre Alcântara ( Lisboa) e o Cristo Rei (Almada). eu vi o sorriso MIFISTOFELICO, do Homem das Galinhas, nome cuja Ponte foi baptizada. em 6-2-1966, in A VANGUARDA
Anónimo
em 02-02-2013


em 02-02-2013
VASCO DOMINGUES A lenda da D. Urraca já conhecia. Fiquei a saber que radioscopia só após 1966. Acho que a actual direcção da Casa do Povo se desfez (deitou ao lixo) da maquina a cerca de dois anos. Bom fds. em 6-2-1966, in A VANGUARDA
em 02-02-2013
Cecília Ribeiro Adorei o teu trabalho,senti-me a viver como professora que fui...não há medos quando fazemos o trabalho consciente, isso é pedagogia! em A Observação
em 02-02-2013
mais uma fantástica história. Assim que começo não mais consigo despegar até ao fim. Impôe se uma pergunta: quem é a ela que ficou a guardar a casa? abraço Paulo em Os banhos
Anónimo
em 01-02-2013
O motor era da Honda!... Obrigado pelo incentivo... em A Observação
em 30-01-2013
IG escreveu: descreveste bem o tipo de trabalho que tínhamos de fazer.. Agora imagina eu, uma lingrinhas, a pôr o gerador a funcionar..era uma aventura...Chamava-se "Pachancho??" Um dia o "Perinhas" chegou primeiro à escola que eu... À 2ª feira eu chegava tarde, pois tinha só uma camioneta que saía dos Arcos ao meio-dia. Ele chegou e percebeu que ia sempre tarde... Disse " Minha filha o que você passa!!!" Mas aguentei bem e gostei... Parabéns !!! Tens boa memória ... Continua a escrever. em A Observação
em 30-01-2013
Maria Joao Vascencelos Muitos parabens Manuel....gostei muito ...uma boa ideia. Até breve. M. João em NOTURNO de DAVID
em 30-01-2013
Maria Branco Mas, para a pessoa que conserva estas «reliquias», obrigada. Ainda me esqueci, da Maria Regis (Regina) também aqui de Vilar. em Por Soajo, in A VANGUARDA 10-10-1954
em 16-01-2013
Emilia Mateus muito interessante . eu pessoalmente conheci o Bispo Abilio da Varzea .Assistiu ao funeral da minha tia Olivia em Olelas . em Por Soajo, in A VANGUARDA 10-10-1954
em 16-01-2013
Maria Branco Neste blogue, vi 3 assuntos que gostei, O D. Abilio, que conheço pessoalmente, o baptizado de uma bébé, que mais tarde fui madrinha de casamento, e um casamento de amigos Alexandre Gomes, já falecido. Como é bom recordar. Obrigada pela publicação. em Por Soajo, in A VANGUARDA 10-10-1954
em 16-01-2013
Parabéns pelo seu dom. Continue. Sónia D em O MEU AVÔ MARUJO
Anónimo
em 10-01-2013
Alice Fernandes Adoro este jornal, faz-me pensar à nossa VOZ de SOAJO !! Obrigada pela partilha Manel. Abraço em Por Soajo 15-1-1955, in A VANGUARDA
em 10-01-2013
Esmeralda Martins Cachez li adorei..obrigado. em 27-3-1955, in A VANGUARDA
em 09-01-2013
Que terra tão avançada! Nunca em Maços, onde nasci, se poderia sonhar com outro meio de comunicação que não fosse a rádio... Gostei muito mesmo. Se recuassem 2 anos, teríamos visto aqui a notícia do teu nascimento. Parabéns ao teu avô Marujo, é? em 27-3-1955, in A VANGUARDA
Alice
em 09-01-2013
Miguel Taveira Ontem, à(s) 23:06 Muito fixe Manel. Gostei! em 27-3-1955, in A VANGUARDA
em 09-01-2013
Maria Paula T Queiroz B Pinto Ontem, à(s) 22:21 Muito interessante este diário! :) em 27-3-1955, in A VANGUARDA
em 09-01-2013
Caro Manuel Acabei de ler os seus textos sobre "A Casa" e o "Cão Porto". Tentei colocar um comentário no blog mas aqui deve ter funcionado a minha azelhice e não ficou nada. O que lá escrevi foi isto: "Acabei de ler dois belos textos seus, sobre a Casa e o Cão Porto. Admirei a sensibilidade da descrição, a subtileza dos retratos que dá do seu Pai e de sua Mãe e todo o espírito do Soajo que emana da narrativa. Continue. Dentro em pouco terá um conjunto de histórias suficiente para fazer um livro sobre a sua serra. Um abraço do LUIS L.F. em O meu cão Porto
em 30-12-2012
Obrigado, Alexandre. É muito estimulante apreciar o seu comentário. Apareça sempre! Abraço em O meu cão Porto
em 28-12-2012
Pronto, reconheço: transformou-se num hábito adquirido passar por aqui, repousar um pouco, deliciar-me com a escrita. O repouso é emotivo, dá gosto, a leitura, essa, não dispenso. Um abraço. Foi um privilégio te-lo conhecido. em O meu cão Porto
Alexandre Sousa
em 27-12-2012
Quanto a "Sorrisos" é uma narrativa na melhor tradição dos nossos contistas. A história do primeiro contacto do jovem professor primário com a população de Grade, na altura, há mais de trinta anos, certamente ainda muito agarrada às velhas tradições rurais, é muito interessante, até pelo simbolismo da introdução do râguebi, um elemento novo que vinha trazer uma mudança em relação aquilo que estavam habituados a ver. O professor nem sabia fazer balizas de futebol.. Não desista de escrever. Luís Lucena em SORRISOS
em 11-12-2012
Luís Filipe Lucena Ferreira Caro Manuel Gostei muito de ler os últimos trabalhos que me enviou, "O meu avô marujo" e "Sorrisos". Na poesia, consegue dar, de forma muito bela, a imagem do avô, que se recorda sempre com saudade, misturando habilmente os factos reais com a imaginação infantil, com momentos de, pelo menos para mim, muito boa poesia. Basta-me citar: " O meu avô Marujo tinha longas pernas/E mãos grandes, Que tapavam os olhos/Para não ver a serra dentro dele/Quando as longas pernas/Ficaram cansadas". Transcrevo apenas esta pequena amostra mas todo o poema está cheio de bons momentos, misturando habilmente a realidade (como a recordação da Guerra Civil de Espanha, muito presente numa aldeia perto da fronteira) com a fantasia (o alquimista das flores e do sonho). Gostei mesmo. Deve continuar, e publicar! em O MEU AVÔ MARUJO