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sábado, 19 de julho de 2014

Labirinto da saudade E. Lourenço

Citações

«Os portugueses se atormentam, se perseguem e se matam uns aos outros, por não terem
entendido que o Reino, tendo feito grandes conquistas, viveu por mais de três séculos do
trabalho dos escravos, e que perdidos os escravos era preciso criar uma nova maneira de
existência, criando os valores pelo trabalho próprio".

MOUZINHO DA SILVEIRA - 1832

... nunca houve nem há Diáspora alguma
que toque os Portugueses. Nenhum Tito incendiou jamais o
Templo-Portugal obrigando-nos à força a dispersar-nos pelos
quatro cantos do universo. A nossa dispersão ao longo dos
séculos e em particular o êxodo contemporâneo são de nossa
exclusiva responsabilidade,

(Talvez não seja
por acaso que os mitos historiográficos ligados ao nascimento
de Portugal tenham um perfil tão freudiano com sacrilégios
maternos e palavra quebrada, Teresa e Egas Moniz...). A
mistura fascinante de fanfarronice e humildade, de
imprevidência moura e confiança sebastianista, de
consciência alegre e negro presságio, que constitui o fundo
do carácter português, está ligada a esse acto sem história que é para tudo quanto nasce o
tempo do seu nascimento. 

Nós éramos grandes, dessa
grandeza que os outros percebem de fora e por isso integra ou representa a mais vasta
consciência da aventura humana, mas éramos grandes longe, fora de nós, no Oriente de
sonho ou num Ocidente impensado ainda.

O nacionalismo orgânico do
antigo regime (Salazar) favoreceu a objectiva desnacionalização de
milhares de portugueses. Em compensação, teria contribuído
para colmatar, melhor que a ideologia patriótica do
liberalismo, o abismo persistente entre a nossa autêntica
realidade e a imagem hipertrofiada com que sempre temos vivido
a nossa vida imaginária?

José Saramago, Percurso escolar, Prof.s e livros marcantes



José Saramago, As pequenas memórias, Caminho, 2006

Percurso escolar, Prof.s e livros marcantes


Cronologia
PERCURSO ESCOLAR
PÁG
Antes escola Primária
Escola particular na Rua Morais Soares
Aprende as 1ªs letras numa ardósia, sacola de serapilheira castanha e um barbante a tiracolo
64
7 aos 10 ANOS
Escola Primária

Rua Martens Ferrão
(1ª classe)




Cartilha Maternal de João de Deus
Dif. pronunciar
                   Saquerdote- sacerdote
                    Sacanavense- sacavenense
Audição (em casa) da leitura dos fasciculos MARIA, A FADA DOS BOSQUES
Leitura do Diário de Notícias que o pai trazia para casa
(já lia, sem perceber que estava lendo)
A TOUTINEGRA DO MOINHO, de Emile de Richebourg, era um livro dos Baratas foi a “ primeira grande experiência de leitor
Leu MOLIÈRE, “quando ainda mal tinha passado do a e i o u”.
Refere também um guia de conversação de português-franceês que o pai trouxe para casa 
38






97


100

Largo do Leão (depois d a 1ª classe)
A professora mandou-o sentar entre os mais atrasados, (carteiras duplas)
Após o ditado, (só com um erro) mudou de lugar para o 1º da classe
Os pais dos alunos apenas se interessavam se os filhos passavam ou  não
103
Passagem da 2ª para a 3ª classe
O director convenceu o pai que o filho seria capaz de fazer a 3ª e 4ª classe  num só ano

Final da Escola Primária e preparação  exame admissão ao liceu
As aulas ao fim do dia em casa do Diretor,  Prof. Vairinho.
No caderno dos exercícios ainda se pode ver “ o bom estudante que fui nesse tempo : os maus foram pouquíssimos, os suficientes não muitos, os bons abundavam e não faltaram os óptimos.”
Distinção no exame da 4ª classe
lia de corrida, e entendia perfeitamente o que lia, além de não cometer, em tão tenra idade, demasiados erros ortográficos…”


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1933 (dez anos de idade )
Anos lectivos de 1933-34 e 1934-35
Frequenta o Liceu Gil  Vicente , com entrada por “uma rampa paralela e estreita rua que vai do largo de S. Vicente  ao Campo de Stª Clara”, em Lisboa
Tinha um recreio enorme. Amplos e extensos corredores, pavimento escuro, mosaicos vermelhos brilhantes
Teve um ferimento no joelho e aplicaram-lhe “um gato”, uma espécie de agrafo para suturar a ferida
Frequência do 1º e 2º ano
No 1º ano fui bom estudante a todas as disciplinas, com excepção do canto coral, em que nunca fui além da nota dez
O pai andava com um papelinho no bolso com as notas do filho com o título “ Notas do meu campeão
Pela fama de ser bom aluno foi escolhido pelos alunos mais velhos para  Tesoureiro da associação de estudantes.
O 2º ano correu mal, as notas baixaram, teve 8 nos dois 1ºs períodos e só teve 13 no terceiro porque os colegas convenceram o prof. que ele sabia mais que o oito.
Tornou-se num “inventor” compulsivo. Que o pai tinha comprado um livro sobre Salazar, de António Ferro, inventava enredos de filmes que nunca tinha visto, chegando quase a acredeitar que realmente “tinha visto, o que apenas estava inventando”.
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1936 ( 13 anos de idade)
Frequenta a Escola Industrial Afonso Domingues em Xabregas
Tendo iniciado no 1º ano  as disciplinas técnicas (Oficinas, Mecanica e Desenho de Máquinas) mais  as restantes do 2º ano
As outras disciplinas eram Portugues, Matemática, Física, Quimica, História, Francês e Literatura
Numa aula de Mecânica, a brincar, partiu o ponteiro e teve como castigo de arranjar outro, pelo que demorou mais de duas semanas nas tardes de sábado e domingo, como um condenado “desbastei, raspei, afilei,lixei, encerei o maldito pau”.
Na Mocidade Portuguesa houve distribuição de fardas, mas não sobraram para ele, pelo que sempre desfilou à civil, “ contrariadíssimo nas marchas, inabilíssimo no manejo da arma, perigosíssimo no tiro ao alvo. O meu destino não era aquele”.





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 1939-40
Conclusão do curso da Escola Industrial  (5º ano)
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Manuel Rodas, 
 7-11-2012


José Saramago, DESTE MUNDO E DO OUTRO



José Saramago, DESTE MUNDO E DO OUTRO, ED. Caminho, 2010


Receita para matar um homem (pág. 155)


Nesta crónica Saramago faz uma crítica à sociedade que “constrói” o homem automatizado, não consciente, classificado, rotulado,  parecendo que a cor da pele não tem importância e no final só a morte é igual para todos, embora se possa morrer de muitas maneiras.
Igual para todos? Não. Tomando o exemplo de Luther King , “ que era um homem como qualquer um de nós”,  a espingarda  veio-nos lembrar que afinal “a cor da pele tem muita importância”, isto é, morreu por ser negro e ser líder do movimento de emancipação dos negros na América!





Manuel Rodas, Nov. 2012

sexta-feira, 16 de maio de 2014

DOSSIER SOBRE EMIGRAÇÃO PORTUGUESA NOS ANOS 60

DOSSIER SOBRE EMIGRAÇÃO PORTUGUESA NOS ANOS 60

http://lusitanie.info/2013/11/expo-photo-gerald-bloncourt-photographe-de-limmigration-portugaise-en-france/

http://conferencias.ulusofona.pt/index.php/lusocom/8lusocom09/paper/viewFile/80/55
http://tossland.over-blog.com/pages/Imigracao_do_povo_portugues_em_Franca-1356830.html
http://www.crdp-creteil.fr/edition/immigrations/fiches/portugais-df.htm
http://www.dailymotion.com/video/xfcxpz_documents-bidonvilles_news
http://sucyenbrie.blog.lemonde.fr/2012/02/03/la-double-vie-dun-portugais-de-france/
http://www.achac.com/file_dynamic/expo_paris%20150.pdf

http://books.google.pt/books?id=aGomMd-qv5oC&pg=PA194&lpg=PA194&dq=Immigrés+portugais++bidonville+de+Paris&source=bl&ots=VRB6ndm_F9&sig=BqDD5yigRuoGA5y4FQ7d0o6BgwI&hl=pt-PT&sa=X&ei=qj12U6XwLOHJ0QWntoCgCQ&redir_esc=y#v=onepage&q=Immigrés%20portugais%20%20bidonville%20de%20Paris&f=false

http://www.bloncourt.net/pictures/temps_passe/diapo_06.html
http://vimeo.com/65832137
http://www.franceinter.fr/depeche-une-expo-pour-limmigration-portugaise-des-annees-60
http://www.leparisien.fr/paris/l-hommage-aux-portugais-du-bidonville-de-champigny-22-06-2008-3298581808.php

https://www.youtube.com/watch?v=J_jVbOyzSi8
http://barthes.ens.fr/clio/revues/AHI/articles/volumes/volovitch.html
http://www.histoire-immigration.fr/musee/collections/famille-d-immigres-portugais-dans-une-bidonville-de-la-region-parisienne-1964
http://rr.sapo.pt/a-grande-debandada/index.html
https://www.youtube.com/watch?v=U0479tJbKCQ
http://cdlm.revues.org/829
http://aldeia-de-gralhas.typepad.fr/mon_weblog/2011/11/eduardo-laurenco-mythologie-de-la-saudade.html
http://morgadodefafe.blogspot.pt/2010/11/gerald-bloncourt-o-fotografo-da-alma.html
https://www.facebook.com/manuel.rodas.5891