segunda-feira, 22 de junho de 2015

LÁGRIMAS,





Enquanto choras, amigo
Há aves a escorrerem-me pela face
Com a velocidade das lágrimas
A fingirem nuvens nos meus olhos

As rugas na minha face
São o lastro, córregos da tua via láctea
Por onde as lágrimas teimam em fingir
Que são pássaros.

Persigo os teus gestos
No rasto dos dias cheios de promessas
Tardiamente enfeitados de pássaros e nuvens.

Cego, ouço apenas os teus passos
Que se arrastam na minha memória
Onde habitam as nuvens que desenhaste em mim.

Tu, ou apenas a impossibilidade de te saber?

Oeiras, 25 maio 2015

Manuel Rodas


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